Crítica de Série: The 100 (Episódio Piloto)
Anderson Vidal
Na última semana, o canal The CW lançou a sua mais nova aposta: The 100.
A trama se passa há 97 anos no futuro, após a civilização da Terra ser devastada por uma guerra nuclear, deixando o planeta exposto à radiação. Quando tal cataclismo ocorre tínhamos 12 Estações Espaciais onde habitaram cerca de 400 sobreviventes, mas agora possuímos apenas uma, a Ark. Eles acreditam que 100 anos é o tempo necessário para que a Terra se torne habitável novamente, porém até que isso acontece regras rígidas, como pena de morte e controle de natalidade, serão necessárias para tentarem manter a espécie humano viva.
Como sempre temos que ter uma cobaia os lideres da Ark resolvem mandar à Terra 100 delinquentes juvenis com o objetivo de avaliar a qualidade de vida no planeta.
A ideia da série despertou-me um grande interesse pela mesma, apesar de já estar ficando batido ultimamente o tema aqui abordado, logo, não criei muitas expectativas. Primeiro por ser um show da The CW, que não possui muito orçamento para investir em suas produções e segundo por caírem na gafe de usarem enredos teen demais.
Mas é com muita alegria e pesar que posso dizer que tanto minhas expectativas quanto medos foram atingidos. Conseguiram criar uma atmosfera muito boa em The 100, tanto na estação espacial, quanto na Terra “devastada” e apesar do orçamento limitado os efeitos foram até que bastante convincentes. Tanto as imagens que mostram a Terra sem os continentes como as da estação foram bem produzidas. Não houve um uso errado do Chroma Key, como já ocorreu em outros momentos, quem se lembra de Ringer? Pois é. Finalmente parece que aprenderam com o erro e criaram um visual muito melhor e mais trabalhado. Ponto para The 100!
Um outro ponto positivo vai para seus personagens centrais e depois um negativo por motivos que direi ao decorrer de minha resenha. A série soube trabalhar seus heróis e vilões de uma forma muito bem articulada. Nossa heroína na Terra é Clarke Griffin (Eliza Taylor), cujo pai foi o engenheiro responsável pela descoberta de uma falha na Ark, que com a população atual só teria três meses de mantimentos, sendo essa a razão para o controle de natalidade e o envio de 100 pessoas para a Terra. Com tais medidas eles conseguem fazer com que seu tempo de sobrevivência suba para quatro meses. Todo o trabalho de seu pai acabou causando sua morte e resultou na prisão de Clarke a tornando uma das delinquentes. Eliza Taylor, completamente desconhecida pelo público até então, convence com o seu espírito de liderança. É plausível tê-la no papel de uma grande líder do povo presente na Terra. Ela possui qualidades que um líder deve possuir, como bom senso, preocupação com o bem do grupo, entre outras. Bellamy Blake (Bobby Morley) interpreta o papel do vilão na Terra, um foragido da Ark que se infiltrou nos The 100 para proteger sua irmã Octavia (Marie Avgeropoulos), que também cumpri muito bem o seu papel. Querendo que ninguém do espaço crie esperanças de que a Terra está habitável novamente, todos usam uma pulseira que passa informações para a Ark e sem a mesma os que a usam são dados como mortos.
Já na Ark possuímos a heroína Dr. Abigail Griffin (Paige Turco), mãe de Clarke e o vilão Kane (o ótimo Henry Ian Cusick, de Lost), que também desempenham seus papéis com louvor.
Agora o seu ponto negativo, que também se encontra em seus personagens. Como já era de se esperar em uma série da The CW, o elenco secundário parece ter acabado de entrar no colegial e isso me incomodou um pouco. Há 100 anos no futuro é chato pensar que ainda temos adolescente retratados exatamente iguais aos que a CW exibe em qualquer um de seus outros shows. É como se eles tivessem saído de Gossip Girl e caído de paraquedas aqui. Espero, sinceramente, que The 100 trabalhe mais em seus personagens secundários, pois uma trama tão visionário merece ter um grupo que faça jus a seu nível e não um bando de meninos marrentos e garotas patricinhas.
A série parece possuir um futuro promissor, pelo menos possui história suficiente para isso. Sua audiência é em segue a média de 2.73, nada mal para uma estreia na CW. Nas próximas semanas serão exibidos os próximos episódios e poderemos conferir se o show permanecerá com a ótima qualidade que possui neste piloto.
Não podemos nos esquecer também de sua ótima trilha sonora e narrativa, bem desenvolvida nos apresentando de forma tranquila todos os personagens e conteúdo nos proporcionando apreciar tudo com muita calma e prazer. E o melhor de tudo: eles não estão sozinhos na Terra. Então, nos resta acompanhar para saber o desenvolvimento de toda essa ótima história.