Crítica de Série | The Originals (1ª Temporada)

Leandro Stenlånd

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23 de dezembro de 2013

“A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena”…Se não fosse pelo lado ”chavista”, diria que Klaus Mikaelson é um poço sem fim de puro ódio, rancor e vingança plena. New Orleans foi mostrada em um episódio crossover em Vampire Diaries para introduzir o Spin-off de The Originals, série que faria com que os vampiros originais saíssem da série Teen, e assim como a grande maioria sabe, a série é derivada de uma dos carros-chefe da emissora CW e que vinha com uma expectativa alta de sucesso, devido aos seus personagens já serem grandes conhecidos do público.
Claro que com isso surge a crítica de muitos espectadores sobre a ausência desses personagens na trama de Vampire Diaries, e é claro, sinceramente, a série a qual originou os Originais (Haja redundância), simplesmente perdeu seu foco, dando um boost gigantesco a esta obra que sinceramente em apenas uma temporada, vale pelas cinco de Vampire Diaries.
The Big Uneasy
Não somente usar de ”A vingança nunca é plena”, mas ”Essa família é muito unida e também muito ouriçada” seria algo de puro esmero da parte crítica da coisa, afinal brigam por qualquer razão, mas acabam pedindo perdão e quando se imagina que tudo se consertou, tudo volta a estaca zero e literalmente mais sangue, mais massacre etc etc …
Bom…indo ao que interessa..tudo começa quando Hayley (Phoebe Tonkin) engravida de Klaus lá atrás no episódio 20 de Vampire Diaries. Já macaco velho, Klaus sabe muito bem que vampiros não podem procriar, entretanto, vampiros não poderiam procriar entre eles, ou entre humanos. O que acontece aqui é uma fusão de um híbrido (meio lobisomen, meio lobo, meio vampiro) com uma loba, resultando um DNA meio que confuso, lobo + lobo = lobo hibrido.
Always and Forever
Klaus é um vampiro totalmente indeciso, que não sabe o que quer nem o que fará da vida. Ele não tem mais destino uma vez que a criação de seus híbridos não deram certo e aquela determinação que conhecemos (de formar um exército de híbridos a qualquer custo) nem de longe existe mais. Atualmente não se sabe o que Klaus é na verdade, afinal Marcel está lá para atormentar a vida dele.
Marcel? Um vampiro mais poderoso que um original imortal? Claro que não! Marcel, desde quando apareceu pela primeira vez em Vampire Diaries, possuía um exercito de vampiros que eram seu braço direito, o obedeciam, o viam como um real lider, mas no carisma, coisa que Klaus não consegue ser nem até o final da série. O problema é que em momentos ele arranca um coração na maior frieza, em outra cena vemos lágrimas cairem de seus olhos, ou seja…paranoia?
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O personagem vindo de outra série se perdeu, mas ganhou um poder muito maior de redenção do que antes, afinal, o amor do vilão por Caroline talvez ainda exista e apesar de Tyler ter feito um crossover em The Originals, ainda não há vestígios da aparição da donzela na série dos Originais (Vale lembrar que Klaus já apareceu mais de uma vez em Vampire Diaries após a criação de sua série solo), mas ainda sim, é tudo muito esquisito.
E assim a família Mikaelson funciona meio que como os irmãos Shazam, onde quando um clama por poder, o outro perde a força e se torna vulnerável e isso é algo tão incontável que apesar de clichê fez da série um marco do gênero teen, fazendo com que o Trio Rebecca, Klaus e Elijah se torne algo tão carismático quanto inacreditável.
A Closer Walk with Thee
A verdade é que não dá para fazer uma série onde o principal é mal, e não dá para já começar colocando Klaus versus o vilão Marcel (Charles Michael Davis) e versus seu próprio irmão. Mesmo que a atual dinâmica entre os irmãos seja muito da esquisita, a citada aqui seria muita vilania até para Klaus-Todo-Poderoso. Rebekah, por sua vez, não podia deixar de lado seu papel de birrenta e ir sempre contra o irmão e seus ideais, sempre concordando com o gentleman (Elijah). Não é exatamente desnecessário ter que vê-la se negar a seguir Klaus (porque todos sabemos que ela vai e pronto, dane-se o resto), afinal, ser leal a um irmão que literalmente a apunhalou milhares de vezes só tem lógica no universo da TV, ou não tem?
Klaus percebe que tudo o que ele sempre quis na vida que foi ter uma família e um lugar pra chamar de lar, Marcel conseguiu, aí encontramos a razão INICIAL de The Originals, porque para o protagonista ter um antagonista é necessário um motivo e logo de cara esse motivo já nos foi dado. Claro que Klaus não vai facilitar a vida de Marcel, afinal ele é um Mikaelson, ele é imortal, ele é o famoso Klaus bad-ass!
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E somente Marcel não seria capaz de enfrentar o famoso Klaus se não houver um instrumento muito poderoso contra os originais: As Bruxas. As danadas simplesmente atormentam a vida do vilão-herói há milênios e mais outro emaranhado de problemas surgem para aniquilar a mente de qualquer telespectador.
Problema há após alguns episódios um certo desfalque. Rebekah foi libertada pelas ameaças de Klaus (Não contarei como nem as razões) , mas não ter a bela dentre tantas feras profere uma razão incontestável de heresia pura, mas o q podemos fazer? Segurar a emoção foi o que nos sobrou! The Originals perdeu uma personagem fundamental, alias dDepois de Sophie, interpretada por Daniella Pineda, Claire Holt, a Rebekah, que acabou deixando a série. A atriz que deixou o elenco regular, afirmou que fará aparições especiais na série, mas que não quer mais fazer parte do elenco principal e gravar sempre. No episódio 1×16 intitulado “Farewell to Storyville”,  sua personagem Rebekah vai embora depois de ser libertada por seu irmão Klaus (Joseph Morgan ). Ela também disse adeus ao seu amor Marcel ( Charles Michael Davis ) e disse a Hayley ( Phoebe Tonkin ) para cuidar de sua sobrinha.
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Outro aspecto importante a se destacar foi a forma como essa inversão de perspectivas mudou o panorama estabelecido no piloto anterior. Como vimos toda a sucessão de acontecimentos do ponto de vista super passional de Klaus, só vimos ódio e vingança e, assim, bruxas, Marcel, Hayley e a criança viraram um emaranhado na cabeça de Klaus, apresentando a perspectiva, talvez, de uma série sobre a vingança e a busca pelo poder. Agora, sob a sensatez e a nobreza da visão de Elijah, a trama foi melhor pontuada, vimos razões nas ações das bruxas, vimos a estruturação do poder de Marcel e, mais do que vingança e poder, vimos que essa série pode ser sobre família, mas uma família bem complexa, sabe?
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Mas ai, você pensa que Klaus é totalmente mau, mas nem dá pra olhar deste modo, afinal, muitos que já poderiam estar mortos, são poupados para estratégias futuras, como o mesmo fez com o amiguinho de Davina no penultimo episódio que foi ao ar na semana passada (06/05). Lembro bem das palavras do protagonista, onde o mesmo disse em algum momento da série “No decorrer da minha longa vida, passei a acreditar que estamos ligados àqueles que compartilhamos nosso sangue. E como não podemos escolher nossa família, essa ligação pode ser nossa maior força. Ou nosso maior arrependimento” e é assim mesmo que ele formula toda sua trajetória neste seriado cheio de glamour vampiresco.
Sendo assim, Julia Plec tem em mãos uma grandiosa série com um potencial inverossímil e eu aposto nesta por tudo que consegui assistir, inclusive neste épico episodio que fecha a série chamado “From a Cradle to a Grave” que simplesmente diz muita coisa em sua tradução: “Do berço para o túmulo”. As cenas do último episódio são fortíssimas e chocantes. Não haveria melhor final, vendo Klaus chorar ao entregar sua filha à alguém tão especial. 

Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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