Crítica de Série: Viral
Giselle Costa Rosa
A turma do portal de humor Portas dos Fundos, com a websérie Viral, está prestando um serviço público para a sociedade ao esclarecer dúvidas – dissipando e derrubando estereótipos, mitos e estigmas – acerca do vírus HIV.
Não é fácil tratar de um assunto como esse, ainda tabu para muitos. Segundo o boletim epidemiológico HIV-AIDS 2013, do Ministério da Saúde, a taxa de detecção por região demonstra que o Sul é lidera em números de pessoas infectadas. A última seria o Nordeste, ficando abaixo da média brasileira. No entanto, vale destacar que o maior número de casos acumulados está concentrado na região Sudeste. Na verdade, na prática isso não importa muito; já são estatística. O que deve ser feito as pessoas sabem, que é usar camisinha em toda e qualquer relação sexual. Mas isso se torna complicado na medida em que falamos de doença, pois as pessoas só querem relacionar sexo ao prazer. Elas estão certas! Entretanto, não há como deixar de lado a responsabilidade.
Viral sacaneia, brinca, torna o assunto mais leve. Beto, personagem do Gregório Duvivier, vai atrás das oito últimas moças com quem havia transado para informar que ele é portador do vírus do HIV. As reações são as mais diversas. Vamos das mais clássicas, como raiva, ódio, alívio, ignorância, no sentido de fingir que nada está ocorrendo, a compaixão de onde menos se espera. Fábio Porchat, faz o amigo Rafael, meio que sem noção, mas que busca saber sobre a AIDS para ajudar o amigo. Contudo, as informações, muitas vezes, são desencontradas. Seu personagem ajuda Beto nessa jornada de comunicar as moças sobre sua condição.
O que deve ser feito as pessoas sabem; usar camisinha em toda e qualquer relação sexual. Mas isso se torna complicado na medida em que falamos de doença. Ninguém acha, ou quer acreditar, que possui HIV. E assim vão por aí transando, muitas vezes, sem a preocupação de propagar essa ou demais doenças venéreas, já tão bem sabidas, mas ignoradas por boa parte da população. De 2003 a 2013, a taxa de detecção de casos de AIDS entre jovens de 15 a 24 anos só vem aumentando dentre os homens, 67, 8% e diminuindo entre as mulheres, 12,2%.
>>> Saiba mais sobre a série Viral
O enredo da série derruba preconceito que “macho” não contrai HIV. Marca pontos extras ao colocar o personagem Beto, um 100% hétero, como soropositivo; é sensacional. A mensagem é clara: não existem meios de saber quem está infectado sem que isso seja declarado pela pessoa que está com o vírus. Ou seja, o risco existe, não importa se foi feito sexo uma ou mil vezes. E mais, a série enfatiza que a vida não acaba porque se contraiu o vírus. Com os avanços nos medicamentos e exames é possível controlar a doença que não é mais vista como sentença de morte, e sim como uma doença crônica.
Os quatro episódios serviram pra alertar que a AIDS não tem cara, muito menos gênero ou opção sexual. Então, preste atenção: o Brasil tem 718 mil pessoas infectadas pelo HIV, e cerca de 150 mil não sabem que têm o vírus. Ou seja, vale pensar duas vezes antes de ir transar sem camisinha.
Confira os quatro episódios:
#1
[embedvideo id=”yezAn6RL9XY” website=”youtube”]
#2
[embedvideo id=”EJf3V3oybLg” website=”youtube”]
#3
[embedvideo id=”uZLVbNOoquU” website=”youtube”]
#4
[embedvideo id=”-12_0ZP2p4g” website=”youtube”]