CRÍTICA | ‘Era Uma Vez Um Deadpool’ diverte, inova e faz rir da mesma piada

Cadu Costa

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27 de dezembro de 2018

Deadpool é um anti-herói no melhor sentido da palavra. Politicamente incorreto ao extremo, violento, engraçado, debochado, insano e romântico. Essa salada de idiossincrasias resultou num dos maiores sucessos do cinema moderno: “Deadpool” (2016) e “Deadpool 2” (2018), todos com classificação para maiores de 18 anos. É assim que ele funciona. Ou não, como nos mostra essa versão ‘para menores’ do segundo filme, Era Uma Vez Um Deadpool (Once Upon a Deadpool).

Era Uma Vez Deadpool: piadas e referências

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A história mais leve foi um pedido da 20th Century Fox ao astro Ryan Reynolds para alcançar um público mais infantil. O ator e produtor prontamente respondeu que só faria isso se pudesse doar parte da arrecadação do longa para um instituto de combate ao câncer. A cada ingresso vendido, US$ 1 será doado para a instituição Fuck Cancer, rebatizada de Fudge Cancer exclusivamente para a empreitada. Além disso, “Mr. Reynolds” quis fazer uma obra friend family com a participação do ator e produtor Fred Savage, famoso pela série “Anos Incríveis” (1988-1993) e pelo filme “A Princesa Prometida” (1987). Aliás, a vibe desse clássico oitentista é o mote para o filme, mas, lógico, que no estilo mercenário tagarela, com Deadpool sequestrando Fred, amarrando-o nu na própria cama enquanto lhe conta tudo que aconteceu em “Deadpool 2”.

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As cenas entre os dois beiram à perfeição pelo timing da comédia (tão em falta nos tempos de hoje), inteligência (tão em falta no mundo de hoje) e referências sarcásticas (tão ausente na vida dos outros). Impossível não sentir um cheiro de nostalgia na sala ao rir junto com o público. O lance pra qual diversos críticos torcem a orelha parece ser o tal ‘requentar comida velha’ por conta de ser basicamente, um “Deadpool 2” sem as piadas sujas, o sangue e o explícito propriamente dito. Mas é implicância de gente chata que vê problema em tudo. Até as piadas velhas ganham uma roupagem interessante ao colocar efeitos ‘blur’ para censurar determinadas cenas. É divertido, engraçado e até inesperado. O que dizer de Deadpool se autocensurando com vários ‘bip’ ao longo das cenas? Ou Fred Savage ironizando ao comentar a licença da Fox sobre os mutantes da Marvel? Hilário é pouco.

Foto: Reprodução de internet

É claro que sentimos falta de cenas aqui e ali, mas a ideia de Era Uma Vez Um Deadpool é essa. Brincar e imaginar como seria o Deadpool no estilo ‘Marvel/Disney/X-Men antes de Logan’ de ser. E pode falar a verdade? Vai por mim… FUNCIONARIA! Porque é um filme honesto, despretensioso, recheado de ótimas cenas inéditas e com uma causa social por trás de tudo. Há ainda uma singela homenagem a Stan Lee, que nos deixou em novembro deste ano, no pós-créditos. Alguma dúvida de que vai ser um enorme sucesso?

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Esqueçam as críticas recentes dos ‘chatos’ e ‘entendidos’ veículos de imprensa.  Deadpool riria da cara deles. Dá para curtir, dá para se divertir e dá para entrar na onda. Garantimos que vale a pena! Era Uma Vez Um Deadpool estreia nesta quinta, 27 de dezembro.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Once Upon a Deadpool
Direção: David Leitch
Elenco: Ryan Reynolds, Fred Savage, Josh Brolin, Morena Baccarin, Julian Dennison, Zazie Beetz, T.J. Miller, Brianna Hildebrand, Jack Kesy
Distribuição: 20th Century Fox Film
Data de estreia: qui, 27/12/18
País: Estados Unidos
Gênero: Aventura, Comédia, Ação
Ano de produção: 2018
Classificação: 14 anos

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
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