CRÍTICA | ‘Fome de Poder’ mostra toda ambição e traição por detrás da marca McDonald’s

Giselle Costa Rosa

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13 de março de 2017

Protagonizado por Michael Keaton, “Fome de Poder” (The Founder) conta a história de Ray Kroc (Michael Keaton), um vendedor que conheceu os irmãos Richard e Maurice “Mac”, que revolucionaram a pequena cidade de Arcadia (Califórnia) quando abriram uma lanchonete que vendia hambúrgueres servidos minuto a minuto, embrulhados em papel e sem necessidade de garçons míseros centavos cada.

Kroc, que vendia máquinas de milk-shake sem muito sucesso, impressionou-se com a velocidade do sistema inventado pelos irmãos na hamburgueria nos anos 50, vendo um enorme potencial no negócio para se tornar uma grande franquia. Tão logo ele convence aos irmãos em expandir a marca, vira representante comercial da franquia.

Em 1955, as licenças começaram a ser vendidas. Em 1961, Kroc começou a pressionar os irmãos McDonald para fazer uma expansão nacional da rede, mas os mesmos não compartilhavam da visão ambiciosa de negócios. A franquia virou a galinha de ovos de outro pra Kroc que não hesitou em nenhum instante em passar por cima de qualquer coisa ou pessoa no afã de conquistar seu objetivo: lucrar, e muito. O que se vê na tela são os princípios básicos do capitalismo sendo executados à perfeição.

Sem dúvida o McDonald’s não teria as marcas impressionantes que alcançou se Kroc não tivesse uma visão imperialista. Do outro lado os irmãos Richard e “Mac” que só queriam fazer o melhor hambúrguer, no menor tempo. Eles viveram o suficiente para verem seu ideal ir por água abaixo. Tiveram que rebatizarem como The Big M o restaurante que deu origem a franquia porque o nome “McDonald’s” havia virado marca registrada comprada por Kroc. Eles definitivamente foram devorados pela ambição de seu sócio.

O diretor John Lee Hancock (‘Um Sonho Possível‘, 2009) deu ritmo ágil, diálogos enxutos, atuações contidas e um bom Michael Keaton no papel principal ao filme, com roteiro consistente, porém raso, escrito por Robert D. Siegel (O Lutador , 2008) que tem como propósito criar problemas e resolvê-los logo em seguida.

O foco do longa está na disputa jurídica pela rede, não se preocupando muito em mostrar a vida pessoal dos envolvidos, exibindo o mínimo necessário para que as pessoas entendam o relacionamento de Kroc com a mulher e como essa relação muda após conseguir os primeiros triunfos, por exemplo.

“Fome de Poder” é um mergulho na história da rede pioneira de fast-food McDonald’s e acaba soando como uma ode ao cinismo do capitalismo onde os fins justificam os meios.

::: TRAILER

:::FICHA TÉCNICA

Nome Original: The Founder
Origem: EUA
Ano de produção: 2016
Gênero: Drama, Biografia
Duração: 115 min
Classificação: 10 anos
Direção: John Lee Hancock
Elenco: Michael Keaton, Laura Dern, Patrick Wilson, Linda Cardellini

Giselle Costa Rosa

Integrante da comunidade queer e adepta da prática da tolerância e respeito a todos. Adoro ler livros e textos sobre psicologia. Aventuro-me, vez em quando, a codar. Mas meu trampo é ser analista de mídias. Filmes e séries fazem parte do meu cotidiano que fica mais bacana quando toco violão.
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