CRÍTICA | ‘Hellboy’ (2019)

Alvaro Tallarico

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8 de maio de 2019

Hellboy, um capeta em forma de guri de volta ao cinema.

Essa fera aí. El muchacho del infierno. Hellboy começa interessante já trazendo a mitologia do Rei Arthur, personagem literário da cultura medieval britânica que inspira romances, filmes, musicais, videogames e segue firme e viva no século XXI. Depois temos uma passadinha pelo México, que poderia ser melhor explorada, mas até consegue trazer divertimento.

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Na Tijuana a que somos apresentados – com aquelas pitadas de humor que são inerentes ao histórico desse herói –, David Harbour, o “novo” Hellboy, se destaca e dá personalidade ao personagem, apesar de ser árduo esquecer dos filmes anteriores com Ron Perlman no papel. As outras performances são razoavelmente decentes e o Hellboy de Harbour tem sim seu próprio charme, contudo as interações entre os personagens em geral não convencem muito, sendo bem rasas. Em um momento são estranhos com intenções escondidas e, no outro, parceiros confiáveis.

O elenco conta com Milla Jovovich (Nimue), em atuação pouco marcante; Ian McShane (Trevor Bruttenholm), bom ator, se esforça para ser crível, Sasha Lane (Alice Monaghan), mais ou menos, Daniel Dae Kim (Ben Daimio), burocrático; e Thomas Haden Church (Lagosta Johnson), legal.

Foto: Imagem Filmes / Divulgação

Fui assistir sem expectativas, e, para ser sincero, nem sabia que era um reboot. Isso foi bom para mim e ajudou a tornar o filme mais palatável. O rapaz aqui achava ingenuamente que era continuação dos bons filmes de Guillermo Del Toro, o qual, segundo informações, quis muito dinheiro para fazer outro…

Uma questão que influencia muito também a receptividade do longa é por estarmos em um momento complicado para vacilar, onde os filmes de super-heróis estão na moda, com alguns sendo bem aplaudidos, queridos e efetivos nas suas propostas como Shazam e Vingadores: Ultimato. Já Hellboy se perde um pouco, principalmente com essa concorrência pesada.

O filme de agora acaba parecendo um jogo de videogame tipo Resident Evil ou filme B estilo gore em muitas situações. É bem corrido. Com muito sangue. Mas é muito sangue mesmo. Parece mais uma tentativa de filme de terror com violência gratuita, e o diretor tem experiência com isso. A computação gráfica para os a padrões de hoje ajuda nesse fato de fazer parecer um jogo sanguinolento de PS2. Aquele sangue jorrante em CGI jorrante, sabe qual é? Nada crível.

Foto: Imagem Filmes / Divulgação

O novo Hellboy está sendo muito mal falado. É bom? Não diria que sim. Mas botar como o pior filme de herói já feito é bem exagerado. Tem sim momentos divertidos, é acelerado e corrido demais, porém, dá para curtir se você não for cheio de expectativas. É puro entretenimento, sem o charme, a beleza e fantasia dos longas anteriores.

Vamos lá, vejamos os aspectos positivos: muitas boas referências às HQs, traz algumas risadas, e, se você gosta de ação, zoeira, jogos gore e terror despretensioso, sem querer pedir muito, dá pra assistir de boa. Mas a ideia de reiniciar a franquia começa sem muita força.

::: TRAILER

https://youtu.be/IXlZGSkrzkc

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Hellboy
Direção: Neil Marshall
Roteiro: Andrew Cosby, Mike Mignola
Elenco: David Harbour, Milla Jovovich, Ian McShane
Distribuição: Imagem
Data de estreia: qui, 16/05/19
País: Estados Unidos
Gênero: ação
Ano de produção: 2017
Classificação: 16 anos

Alvaro Tallarico

Jornalista vivente andante (não necessariamente nessa ordem), cidadão do mundo, pacifista, divulgador da arte como expressão da busca pela reflexão e transcendência humana. @viventeandante
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