Crítica de Filme | Homem-Formiga

Leandro Stenlånd

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14 de julho de 2015

Estupendo. É como diria que este filme é. Sem sombra de dúvidas, até agora, melhor filme da fase 2 da Marvel. Esqueçam o fatídico “Vingadores: Era de Ultron” ou “Capitão América: Soldado Invernal”. Homem-Formiga é o cara do momento! Não pelo seu tamanho ou quem sabe pela importância de um gatuno se tornar um herói, mas pelo eixo que a Marvel a cada filme cria em seu universo. Universo cinematográfico este que tem se propagado. Com total intuito de transcender eras e gerações e seja lá o que for, cada vez mais estamos vendo fusões que antes seriam impossíveis. Hoje é possível afirmar que o inseto-herói por exemplo, estará incumbido de estar em Capitão América – Guerra Civil, graças a um vingador ter participado deste filme. Não, não é spoiler. É que não consigo parar de rir quanto a diversão no entorno do longa. Não é um filme comum, feito para adultos ou para crianças. E enfim, sim, um filme para toda a família.

Alguns ficam frustrados de como a Marvel vem adquirindo cada vez mais empatia do público, graças aos cânones provindos de pitadas de humor que não existe na DC. Há os famosos DC Maníacos e os Marvettes, mas aqui não gira em torno de um embate de -Comics- Industries, como forçar ao limite ter um Batman vs Superman – A Origem da Justiça. O mundo marvel nos leva a diversas surpresas. O holocausto criado no mundo dos heróis graças a cada ano que se passa ao menos um filme da gigante Disney estar nos mostrando como se faz filme de herói a ponto de não cansar aqueles que usufruem das cadeiras de cinema, em Homem-Formiga tudo se renova e a coisa fica muito mais gostosa de se apreciar.

O universo ‘marvette’ pode ser imenso, ter Guardiões da Galáxia, os Vingadores, o Homem-Aranha, os X-Men em Genosha e até mesmo O Quarteto Fantástico, mas o que poucos sabem é que, enquanto isso, há um herói tão minúsculo pairando por aí que é difícil de enxergá-lo. Aliás, além de quase não ser possível enxergá-lo, suas obrigações não o fazem menos importante. O tal herói-inseto que todos chamam de Formiga é puramente dotado com a incrível capacidade de diminuir de tamanho em total escala microscópica, mas crescer em força, graças ao seu traje, que atualmente se parece mais com a vestimenta dos famosos Kamen Riders. O ladrão-vigarista Scott Lang (Paul Rudd) precisa assumir seu lado heroico e ajudar seu mentor, Dr. Hank Pym (Michael Douglas), a proteger os segredos por trás do espetacular traje do Homem-Formiga de uma nova geração de ameaças. Contra obstáculos aparentemente intransponíveis, Lang e Pym precisam planejar e realizar um assalto que salvará o planeta.

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A Marvel Studios passa mais uma vez por um teste nas salas de cinema com a estreia da película. Todos sabemos que além de ser uma figura menos conhecida do público (Corre o risco de não ter crianças nas cadeiras de cinema para assisti-lo por falta de popularidade), o herói em questão teve uma trajetória complicada até chegar às telonas. O projeto do longa-metragem ficou por anos nas mãos do diretor Edgar Wright (Scott Pilgrim contra o Mundo) até que o cineasta abandonou repentinamente a produção no ano passado, faltando pouquíssimas semanas para o início das filmagens, o que, atrasou o lançamento da película. Como todos sabem, Edgar Wright deixou o filme, ao entrar num embate com o estúdio requerendo que o filme do inseto, não tivesse vínculo algum com o universo cinematográfico da Marvel. Foi muito bom saber que o estúdio tomou a decisão correta ao enfrentar Edgar e que, o resultado não foi menos do que o esperado. Alias, o famoso infortúnio corrosivo de sair de casa e voltar imensamente decepcionado como em outros filmes de heróis por ai (Superman Retorno, Mulher-Gato, Demolidor, Elektra, Homem de Ferro 3 e X-Mens), não acontece aqui.

Homem-Formiga é uma linda e boa adição da Marvel aos filmes da “fase 2” dos super-heróis. A redução do tamanho do personagem é, de certa forma e em grande parte, um sucesso por causa do desempenho ‘felomenal’ de Paul Rudd como o mais interessante ladrão que se possa imaginar. É incrível como a atuação do ator não deixa a desejar nada no quesito maestria cômica para com o decorrer do longa que em cenas mais tenras e menos dotadas de puros efeitos, joga na cara do espectador uma linda e diferente história sobre pai e filho, sobre um pupilo e seu mentor.

Diferente dos demais filmes da produtora, O Homem-Formiga não nos mostra o quanto o mundo depende dele, fica óbvio que mesmo tão minúsculo, seu poder não chega a ser mostrado de forma tão grandiosa quanto outros heróis, senão em seu espaço macroscópico. É assim com o Eléktro (Átomo) na DC, enquanto tenta suas trapalhadas na série do Arrow. Somente sobra ao herói enfrentar as adversidades do mundo externo sem trajar a roupa do Homem de Ferro ou ter o Mjolnir de Thor. Há aquele mundo de grandes poderes e grandes responsabilidades, mas Scott ainda não se uniu a ele, pois não houve tempo hábil dos diretores fundirem o mesmo em um mundo tão perigoso para sua estatura.

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Existe aquela fórmula química saborosa de demonstrar o quanto pode-se sim, haver mudanças no mundo ‘hollywoodiano’ envolto dos heróis e sem aparentemente demonstrar sinais de cansaço junto aos espectadores, pois cada filme é uma caixinha de surpresa e a criançada pode ir fácil ver o intrépido herói que é diversão certa. É como assistir Minions ou os Incríveis.  Não menciono pelo lado cômico da coisa, mas pelo filme ter um Q infantil da parte minúscula do herói. Sim, e assim vos digo que,  não só é um dos melhores filmes da atual safra de heróis da fase 2 da Marvel mas até mesmo cogita-se ser intensamente tão bom quanto o segundo Capitão America foi, como traz um pouco de frescor ao gênero, já um pouco saturado dos super-heróis mais tradicionais. Era sempre Homem-Aranha, Batman, Superman, Homem de Ferro, Thor e nada mais. Quando muito haviam os X-Men e Quarteto Fantástico.

O vilão, Jaqueta Amarela, apesar de já ter sido vivido pelo próprio formigão uma vez ou outra, neste filme, ele é um vilão somente para dizer que existe um. É fraco, não é imponente, mas se iguala no tamanho e força em proporção ao herói em questão. Não causa nenhum medo, pelo contrário, em cada cena que apareceu, você ri até chorar de tão doido que as lutas entre ele e o formigão acabam sendo. Qualquer inseto que voe pode se tornar aquele vilão contra o outro que não tem a habilidade de voar. Não menciono o quanto a coisa se torna bizarra. O inimigo chamado de Jaqueta Amarela foi apenas uma das caracterizações de super-herói de Pym (Michael Douglas). Na verdade, a coisa fica mais bizarra quando você entende que nos quadrinhos, esse vilão na verdade era também um herói pertencente dos vingadores, que em momentos foi chamado de Vespão. Alias, O Homem-Formiga já teve tantos codinomes, que me remetem a destreza também dos nomes que Chapolin Colorado teve (Polegar Vermelho, Vermelhinho, Chapolin Colorado) que também tem a capacidade de encolher nem tão minusculamente quanto o formigão. Mas, é valido voltar ao tema supracitado que o Homem-Formiga já teve seus outros nomes tais como Homem-Gigante, Golias, Jaqueta Amarela.

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Diferente do imaginário do povão, por mais que haja aquela indução para forçar alguém a dizer o contrário de algo, há sim, a afirmativa de que finalmente o 3D funciona e de forma esplendorosa. Homem-Formiga se torna uma feliz surpresa no meio de tudo, não há como negar, pois o roteiro está bem organizado, o desenvolvimento do personagem minusculo é bem lento e demonstra como até mesmo a aparição pífia e morta de Michael Douglas pode ser produtiva quando há uma orquestração funcionando muito bem no entorno. A trama possui um dos enredos mais simples já apresentado em filmes de heróis que salvam a famosa pátria ou o universo. Além de direto e preciso, se torna importante no sentido de que ele mostra como pode diversificar, não apenas em tipos de super-heróis e gêneros de filmes, mas também em tons de escala.

Numa final adição para a crítica, digo que na sua melhor forma, a película também permitir humor canastrão com pitadas de despretensão e leveza de espírito total. Tal vínculo ajuda as crianças do Brasil Varonil e de todo o mundo a olharem de uma nova forma, como é um herói, não musculoso e gigante como Hulk ou um Deus como Thor ou até mesmo playboy como O Homem de Ferro. Todas as qualidades que entram em jogo em Homem-Formiga não vem do tamanho do herói, mas da capacidade de se transformar vindo de um ladrão mequetrefe com habilidades furtivas tornando-se um dos mais carismáticos heróis de todos os tempos. É pequeno sim, mas o coração é imenso, a pureza é leve e o filme é um espetáculo à parte. Desliguem seus celulares e tenham uma pequena grande surpresa.

PS:  Você deve estar se perguntando quantas menções há sobre o mundo cinematográfico da Marvel. Há sim menções sobre os heróis que vieram antes. Também a Shield e a Hidra são citados no filme. O longa se passa pós Vingadores e vocês saberão como durante o filme. Há muita coisa dos Vingadores neste filme. Há duas cenas pós créditos. 

FICHA TÉCNICA:

Título original: Ant-Man
Gênero: Ação
Direção: Peyton Reed
Roteiro: Adam McKay, Peyton Reed, Joe Cornish, Paul Rudd
Elenco: Bobby Cannavale, Corey Stoll, Evangeline Lilly, Hayley Atwell, John Slattery, Jordi Mollà, Judy Greer,Michael Douglas, Michael Peña, Paul Rudd, T.I., Wood Harris
Produção: Kevin Feige
Fotografia: Russell Carpenter
Montador: Colby Parker Jr., Dan Lebental
Trilha Sonora: Christophe Beck

Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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