CRÍTICA | Repleto de referências, ‘Jogador Nº 1’ honra o livro e traz Spielberg em ótima forma novamente

Thiago Alexandre

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22 de março de 2018

Videogames, músicas, filmes, toda uma cultura pop dos anos 80-90 misturada num universo “cyberpunk”. Tem como essa mistura dar errada? Essa é a base de do livro Jogador Nº 1 (Ready Player One), escrito por Enest Cline em 2011, onde, no meio disso, conhecemos Parzival e Aech. Posteriormente, são apresentados Art3mis, Daito, Shoto e o vilão da história, Nolan Sorrento. Por outro lado, estamos falando do filme e esse tipo de adaptação é delicado de comentar. A mudança de mídia acarreta em mudança de narração que leva a alterações de estrutura que geralmente terminam em polêmica.

CRÍTICA #2 | ‘Jogador Nº 1’ é o retorno triunfal de Spielberg aos blockbusters

A minha grande dúvida era como tudo isso funcionaria no longa, já que na literatura o OASIS é um imenso sistema de realidade virtual, muito parecido com um MMORPG, simulando um espaço dividido em vários setores que contam com mundos que podem representar o universo dos filmes de Star Wars, Star Trek, Blade Runner e também jogos como World of Warcraft. Então, como misturar todos esses elementos do livro e ainda agradar quem for assistir à produção, mas não leu a obra?

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Esse é o grande trunfo da película, trabalho do quarteto de produtores liderado pelo Spielberg. Para a tela grande houve um aumento das referências para incluir os anos 2000-2010, com um foco maior nos filmes. Infelizmente, como o tempo de tela é limitado, precisaram escolher no que dar mais atenção, assim, muita coisa legal é mostrada em poucos segundos, mas isso é ricamente compensado durante a projeção.

Assim como o livro, o filme conta com uma introdução muito bacana que apresenta o que precisamos saber para entender a história. Em 2045, o mundo passa por uma situação de recursos naturais escassos e de miséria em abundância, onde o Wade Watts mora, nas pilhas de trailers de Columbus em Ohio e seu esconderijo, ele consegue privacidade para acessar o OASIS. Então entendemos quem era James Halliday, a sua importância e porque todos querem ganhar a caça ao “easter egg” que ele deixou programado dentro desse sistema.

Embora a base da história de Jogador Nº 1 não tenha sido alterada, muita coisa que faz ela funcionar foi. Para não dar spoilers, apenas digo que os desafios para conseguir as chaves são outros e há uma grande homenagem a um filme em um deles. Essas mudanças certamente deixam a história mais fluída, com mais ação e criam novos motivos para quem já leu o livro assistir o filme.

 

A trilha sonora segue no estilo do livro, com músicas do Rush, Depeche Mode, Van Halen e Twisted Sister. Por vários momentos, os efeitos sonoros utilizados me lembraram os utilizados em “De Volta Para o Futuro” e “Jurassic Park”. Os efeitos especiais e computação gráfica são um show e a representação do OASIS não deixa nada a desejar, fazendo com que você queira estar dentro dele.

Com tudo isso, mesmo sendo mais leve que o livro, Jogador Nº 1 consegue contar a mesma história de um jeito diferente. Sendo um banquete para os olhos e um tributo a muita coisa boa que foi produzida nesse período dos anos 80 e 90 que são muito lembrados. Certamente, todos serão capazes de identificar mais de uma referência dentro do longa, que é bem divertido e as mais de duas horas de duração passarão batidas. É uma produção que vale o ingresso, e talvez mais de uma vez.

::: TRAILER

::: FOTOS

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Ready Player One
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Eric Eason, Zak Penn
Elenco: Tye Sheridan, Olivia Cooke, Ben Mendelsohn, Simon Pegg, Mark Rylance, Hannah John-Kamen, T.J. Miller
País: Estados Unidos
Estreia: qui, 29/03/18
Duração: 140 min.
Classificação: a definir

Thiago Alexandre

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