CRÍTICA | ‘Mademoiselle Paradis’

Renata Teófilo

|

1 de maio de 2019

Estreia, no dia 2 de maio, a produção austro – alemã Mademoiselle Paradis, que conta a história real de Maria Theresia Paradis, que perdeu a visão aos 3 anos de idade e se tornou uma grande virtuosa do piano durante o século 18 em Viena.

Leia mais:

CRÍTICA | ‘BORRASCA’
OBSESSÃO | SUSPENSE COM ISABELLE HUPPERT E CHLOË GRACE MORETZ GANHA TRAILER: VEJA!
CRÍTICA | WHITNEY (2018)

Theresia, como é chamada, aos dezoito anos, se apresenta durante reuniões da alta sociedade da época, deixando as pessoas boquiabertas com seu talento, apesar de sua deficiência que faz com que o público trate a menina como uma espécie de animal excêntrico em exposição em um zoológico e que está ali apenas para diverti – los como se ela fosse desprovida de sentimentos. Seus pais são meros exploradores do talento dela, se mostrando frios e arrogantes com a filha quase o tempo inteiro. Por pura conveniência e não por caridade, eles tentam tratar a cegueira da moça e acabam a levando para um controverso médico que faz uma terapia utilizando – se de fluidos invisíveis. Theresia que nunca se afastara dos pais anteriormente, fica desesperada, pois terá que ficar numa mansão junto a outros pacientes com doenças variadas, que estão fazendo o mesmo tratamento.

O médico Franz Mesmer é autoritário, mas ao mesmo tempo se mostra atencioso para com os pacientes, que são bem tratados dentro da mansão onde é feito o tratamento. Theresia tem que se resignar e acaba fazendo amizade com a empregada designada para cuidar dela e ainda tem o privilégio de poder ensaiar no piano que fica na casa. Os pacientes são mulheres em sua maioria, muitas com doenças mentais de difícil diagnóstico naquele tempo.

Foto: A2 Filmes / Divulgação

O tratamento, que consiste em passar energia pelas mãos do médico para Theresia, começa a mostrar alguns resultados interessantes quando a pianista começa a perceber a luz e vultos ao seu redor. Porém, a melhora da sua visão faz com que ela comece a perder suas habilidades para tocar o piano. Além disso, o médico, que parece estar mais interessado em mostrar seus supostos avanços para a classe alta e membros da realeza – e como seus pais fizeram antes -, exibe Theresia como um animal domesticado capaz de fazer os truques ensinados por ele.

Mademoiselle Paradis aborda com sensibilidade o papel da mulher na sociedade daquele século, mostrando facetas de diferentes mulheres: Theresia, que sendo cega não teria valor algum, nem mesmo para se casar se não tivesse o talento para tocar piano; as mulheres mais velhas apenas obedecem a seus maridos, como a mãe da pianista e a mulher do médico; as empregadas da casa estão acomodadas em seu papel e a mais jovem ainda tem que se submeter sem reclamar aos avanços do homem de alta sociedade; as pacientes do médico parecem viver num tipo de limbo, entregues a um tratamento que não melhora suas vidas e ainda temos as duas amigas de Theresia que apenas estão preocupadas com as futilidades da vida e não demonstram empatia ao fato da amiga não enxergar. A força do filme está na interpretação da atriz Maria Dragus, que cria uma personagem intensa que tenta se sobressair entre todos os conflitos impostos pela sociedade através de sua arte.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Mademoiselle Paradis
Direção: Barbara Albert
Roteiro: Barbara Alberti, Kathrin Resetarits
Elenco: Maria Dragus, Devid Striesow, Lukas Miko
Distribuição: A2 Filmes
Data de estreia: qui, 02/05/19
País: Áustria, Alemanha
Gênero: drama
Ano de produção: 2018
Duração: 97 minutos
Classificação: 14 anos

Renata Teófilo

Nascida no dia do Natal, a paulista Renata Teófilo se formou em Rádio & TV na Universidade São Judas e é uma apaixonada por Cinema.
O que sabemos sobre Wicked Boa noite Punpun Ao Seu Lado Minha Culpa Lift: Roubo nas Alturas Patos Onde Assistir o filme Lamborghini Morgan Freeman