CRÍTICA | Westworld – 2ª Temporada – Devaneios sobre um final grandioso [COM SPOILERS]

Pedro Marco

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25 de junho de 2018

É muito fácil encontrar séries que os fãs não deixam que acabe. Quais perigos deverão enfrentar os irmãos winchester após 14 anos de estrada? E quanto mais durará os conflitos de Grey’s Anatomy? São memoráveis as séries que tiveram a audácia de serem planejadas em um certo número de episódios e manter isto até o fim, como foi o caso de ‘Breaking Bad’. Mas apesar de já terem sido planejados seus 5 primeiros anos, não seria esse o momento de parar Westworld?

O título de “Nova lost” já nos avisa dos perigos de se estender uma série que se baseia nos mistérios e reviravoltas. A mais recente galinha dos ovos de ouro da HBO, parecia ter encontrado seu fim em dezembro de 2016, quando Dolores fechou o arco matando seu segundo criador, da mesma forma que o primeiro, causando enfim o escândalo que Arnold pretendia para fechar o parque e libertar os anfitriões. No entanto, um segundo ano nos mostra que ainda havia segredos sobre a areia do velho oeste futurista. A busca pela liberdade estava apenas começando, e uma nova mitologia era fixada.

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E o que restou após estes novos 10 episódios? Com ares de fim de novela, o episódio “The passenger” completa seu ciclo cronológico, dando finais dignos às suas criações.

Dolores finalmente pode viver no mundo externo, levando consigo os segredos da mente humana coletados por Delos. Teddy percebeu que não poderia seguir o mesmo caminho com sua amada e partiu para um novo mundo, assim como o índio Akecheta e sua companheira Soha. Este mundo sem controles e amarras seria o bastante para aqueles que não têm espaço aqui fora, e foi para lá que Meave deu a vida em levar sua filha. Deixando-a com sua mãe substituta, a anfitriã favorita de Ford (e de muitos) usou suas habilidades para permitir a salvação de quem ela mais amava, num sacrifício tão belo que terá se tornado em vão com seu provável retorno.

Bernard também fechou seu ciclo. A liberdade o abraça estando livre do parque e das alucinações com Robert Ford. A redenção de seus atos e o fechamento de toda sua cronologia e segredos mostra que um terceiro ano se focaria realmente em um futuro desgarrado de lembranças.

William, no papel de ter se tornado um vilão desamarrado de suas faculdades mentais, acaba tomando para o si o pior dos castigos. Não podendo mais arriscar sua vida, ele se encontra no teste que ele mesmo criou, onde seria testada sua memória e a fidelidade de seus relatos. Sendo realizado pela filha que ele acreditava ter matado, cada sessão será um pesadelo vivo para o velho Billy.

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Além das claras referências a filmes como ‘Jurassic Park’, e claro, o homônimo de 1973, o segundo ano fixa a gama de paralelos com o clássico ‘Blade Runner’, de Ridley Scott. Lá, temos um futuro onde androides humanizados, chamados de replicantes, acabam se mesclando entre os humanos durante uma revolta pela natureza de suas existências. Deckard, incubido da missão de caçar estes novos seres, acaba nos deixando a dúvida se ele é ou não um deles.

Foram necessários quase 35 anos para termos essa resposta, o que provavelmente não se aplicará ao nosso querido William. Mas a questão é: Precisamos saber? É realmente necessário que eles nos entreguem tudo sem deixar nada ambíguo para que possamos criar nosso próprio desfecho? Estará westworld nos controlando em uma programação determinada?

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A dúvida ajudou a tornar Blade Runner um clássico. E por te amar demais, Westworld, é que eu quero deixá-lo ir. Mas como não acredito que tocarei o coração dos produtores e acionistas com este texto, e confio em Nolan e no J.J, nos vemos daqui a 1 ano ou 2.

::: TRAILER

::: FOTOS

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::: FICHA TÉCNICA

Título original: Westworld
Direção: Frederick E.O. Toye
Elenco: Evan Rachel Wood, Ed Harris, Tessa Thompson, Jimmi Simpson, Ben Barnes, Talulah Riley, Thandie Newton, Gustaf Skarsgård, James Marsden, Angela Sarafyan, Shannon Woodward, Luke Hemsworth, Neil Jackson, Jonathan Tucker, Fares Fares, Katja Her
País: Estados Unidos
Ano: 2017
Gênero: Drama, Ficção Científica, Suspense
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

Pedro Marco

Pedro Px é a prova de que ser loiro do olho azul e com cabelos e barbas longas, não te garantem ser parecido com o Thor. Solteiro, brasiliense e cozinheiro, se destaca como autor de 7 livros, host do Pipocast, membro da Academia de Letras de sua cidade, fundador de Atlética universitária, padrinho da Helena, e nos tempos livres faz 40h semanais como engenheiro civil. Escreve sobre cinema desde que tudo aqui era mato, sendo Titanic seu filme favorito
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