Death Note – Light e L: sobre justiça, moral e ética

Vinícius Rodrigues

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7 de dezembro de 2015

Death Note é um anime diferente dos outros, não tem as lutas convencionais que estamos acostumados a ver, não temos um mocinho e um vilão neste anime, não temos os padrões que geralmente fazem parte de uma animação japonesa. Ele quebra todos os padrões já vistos na história, talvez por isso tenha ganhado um enorme sucesso mesmo tendo poucos episódios. O mangá foi feito por Tsugumi Ohba, o roteirista, em conjunto com o ilustrador Takeshi Obata.

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Através de seus dois personagens principais, o anime passa a discussão sobre o que, de fato é a justiça. Não existe o conceito de bom e mau, de mocinho e vilão, o protagonista e o antagonista da série acreditam SER a justiça. De um lado temos um estudante brilhante que acha um caderno que tem o poder de matar qualquer pessoa que tenha seu nome escrito nele, a partir daí, Light passa a querer criar um novo mundo, matando todos os criminosos, passando por cima das leis, da moral e da ética.

Do outro lado, um detetive também brilhante, passa a se contrapor perante esses atos. O mesmo pensa que essas atitudes não passam de assassinatos, seja eles de pessoas inocentes ou criminosos, pois isso vai contra as leis que regem o país. “L” – codinome do personagem – não concorda com a justiça de Light e apenas vê nos atos dele atitudes infantis de querer julgar o que é bom e mau por si próprio.

Qual é a verdadeira justiça? Light está certo em matar criminosos e ignorar a lei? Ou L está certo em ver em Light apenas um assassino em série? Existe ética em Light ou em L? São todas as questões que o anime passa para o telespectador, e isso o torna cada vez mais instigante, não existem lutas de corpo a corpo, mas existem lutas psicológicas entre L e Light, um tentando prever qual ação o outro tomará. O anime é tão fantástico que até uma partida de tênis se torna deveras interessante.

Death Note não passa valores como amizade, perseverança ou trabalho em equipe como muitos outros animes passam, todavia questiona veementemente o conceito de justiça, ética e moral. Há quem diga – eu sou um deles – que esse anime tem muitas coisas em comum com o livro Crime e Castigo de Dostoiévski, onde o personagem Raskonikov tem as mesmas características de Light, um menino russo muito inteligente, meio egocêntrico, que quer ser superior a todo mundo, acreditando até ter o direito de matar.

Death Note parece até mesmo questionar a mesma coisa que Maquiavel, “será que os fins justificam os meios?”

Portanto, esse anime não e um “mais do mesmo”, e por isso fez tanto sucesso mesmo com uma história tão curta e diferente do que estamos acostumados a ver. Assisti-lo significa parar para refletir as atitudes dos dois personagens principais e pensar sobre os conceitos morais e éticos.

Vinícius Rodrigues

Graduando em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas. Fã de animes, mangás, música clássica e cultura em geral.
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