Em cartaz no Instituto do Ator, “Bonitinha, mas Ordinária” ainda é polêmica

Alan Daniel Braga

O Grupo de Teatro Oito de Paus estreou no Instituto do Ator, no último dia 05 de julho, a sua versão para a peça “Bonitinha, mas Ordinária”, de Nelson Rodrigues (do original, Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas Ordinária).

Em junho, a montagem esteve em cartaz no Teatro Gonzaguinha, no Centro de Artes Calouste Gulbenkian. Esta semana, o polêmico cancelamento da temporada do espetáculo no Teatro Municipal Trianon, de Campos dos Goytacazes, agendada para agosto, ganhou espaço na mídia especializada. Segundo a direção da montagem, a peça teria sido censurada pelo Gabinete da Prefeitura, pelo fato da prefeita Rosinha Garotinho ser evangélica. A Superintendência do Teatro negou a afirmação, informando que o problema estaria na inconsistência da documentação apresentada pela companhia. Alegou ainda que a prefeita não teria acesso à agenda do teatro. O diretor da peça, Luiz Felipe Perinei, no entanto, respondeu em nota ao Jornal Terceira Via, veículo que acompanhou o caso, que esta justificativa nunca foi dada à Companhia. Ele defendeu ‘A Garagem‘, empresa produtora responsável pela parte jurídica do espetáculo, e encaminhou um e-mail recebido da diretora artística responsável pelo Trianon que afirma que recentemente o teatro municipal teria sido subordinado ao Gabinete da prefeita. (Leia os detalhes na matéria do Jornal Terceira Via).

Como boa parte da obra de Nelson Rodrigues, a peça é polêmica desde seu nascimento. “Bonitinha, mas Ordinária” retrata um Brasil em que a moral e a ética são distorcidas e os seres humanos viraram figuras individuais e violentas, seja física, emocional ou verbalmente. Nada muito distante da realidade, mas a história e o uso de palavrões, considerados ofensivos, estariam entre as causas alegadas para o cancelamento em Campos.

Bonitinha3

Na trama, o jovem Edgard é apaixonado pela vizinha, Ritinha, mulher bonita e simples, que trabalha como professora para sustentar as três irmãs e a mãe louca. Com dificuldades financeiras para sustentar a mãe, Edgard tenta se virar trabalhando na empresa do milionário Dr. Werneck. A história começa quando Peixoto, genro e empregado do Dr. Werneck, propõe a Edgard casar-se com Maria Cecília, filha do patrão, jovem que foi currada e “desonrada” e agora precisa de um noivo.

Bonitinha, mas Ordinária” fica em cartaz no Instituto do Ator até o dia 27 de julho. Acompanhe a temporada, mais matérias sobre a polêmica e os próximos passos do espetáculo pela página do Facebook.

SERVIÇO:
Bonitinha1Temporada: De 05 a 27 de julho.
Dias: Sextas e sábados
Horário: 20hs
Local: Instituto do Ator
Rua da Lapa, 161 – Lapa. Próximo ao metrô da Cinelândia
Preço: R$ 20,00 (inteira) / R$ 10,00 (meia)
FICHA TÉCNICA:
Autor: Nelson Rodrigues.
Direção: Luiz Felipe Perinei
Cenário e figurino: Gustavo Fernandes e Ignez Quintella
Iluminação: Edney Paiva
ELENCO:
Agatha Duarte
Catarina Saibro
Fernanda Esteves
Pedro Paiva
Rafael Assis
Rodrigo Vahia

Alan Daniel Braga

Publicitário e roteirista de formação, foi de tudo um pouco: redator, produtor, vendedor, clipador, operador de som e imagem, divulgador, editor de vídeos caseiros, figurante e concursado. Crítico, irônico e um tanto piegas, é conhecido vulgarmente como Rabugento e usa essa identidade para manter um blog pouco frequentado (Teorias Rabugentas). Também mantém uma página no Facebook (Miscelânea Rabugenta), com a qual supre a necessidade de conhecer músicas, artistas e pessoas novas. Está longe de ser Truffaut, mas gosta de dar voz aos incompreendidos. (Acesse http://teoriasrabugentas.blogspot.com.br/ e curta https://www.facebook.com/MiscelaneaRabugenta)
NAN