Era Uma Vez Um Sonho Netflix filme crítica

‘Era Uma Vez Um Sonho’ é a nova aposta da Netflix ao Oscar

Jorge Feitosa

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26 de novembro de 2020

Ao voltar de uma temporada com seus parentes, a indagações do ainda adolescente J. D. Vance (Owen Asztalos) sobre o passado da família ganham força ao ver que seus avós maternos moram em casas diferentes, apesar de todos os discursos sobre a união familiar.

Seria algo difícil de crer como um fato da vida real. Contudo, Era Uma Vez Um Sonho (Hillbilly Elegy) é uma produção da Netflix baseada na autobiografia do próprio Vance, que a escreveu logo após sua formatura em Direito da aclamada Universidade de Yale.

A trama

Malgrado o título nacional genérico para o que poderia ser traduzido como “elegia caipira”, o filme de Ron Howard é, de fato, uma nota melancólica sobre os habitantes do sudoeste americano. Onde a gravidez não planejada forçava os casais a uma labuta e uma convivência que os deixava endurecidos a ponto de não se definir entre o ressentimento pela juventude roubada e o temor de que sua prole siga o mesmo caminho.

A saber, a narrativa é do ponto de vista do próprio Vance já adulto (Gabriel Basso). Ele relembra sua vida com a mãe (Amy Adams) e a avó (Glenn Close), enquanto aquela se encontra hospitalizada por uma overdose e atrapalha seus planos de conseguir um estágio crucial para arcar com os estudos.

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Foto: Netflix / Divulgação

Aliás, o roteiro de Vanessa Taylor se sai bem ao não narrar a história de forma linear e alternar os acontecimentos entre o passado e o presente do protagonista, estabelecendo o conflito entre este e a mãe imatura que irá levá-lo a viver com a avó. Inclusive dando a sensação de que o filme só engata mesmo a partir da sua metade.

Show de interpretações

Mas o show de interpretações fica para Close e Adams, duas atrizes que, ironicamente, jamais ganharam um Oscar. No entanto, já acumulam, juntas, 13 indicações. A avó de Close é cópia carbono da verdadeira, embrutecida por ter sido jogada no mundo com o marido. Ambos completamente despreparados numa convivência que só se manteve com o devido distanciamento.

Por outro lado, Adams destrincha a mãe solteira que não teve outra escolha na vida além da dedicação aos filhos. Entretanto, ela não deixa de lhes jogar na cara do que abriu mão e tampouco consegue encontra outro tipo amparo. A ponto de tornar a filha (Halley Bennett, excelente) a única fonte de carinho e conforto para o irmão.

Enfim, Era Uma Vez Um Sonho é, como seria de se esperar, mais uma aposta da Netflix na próxima leva de indicações ao Oscar. Certamente vale o esforço investido pelo elenco e equipe numa história tão crua quanto universal. Afinal, encontra paralelo em qualquer lugar onde os vínculos familiares são os únicos capazes de nos impulsionar para frente e nos salvar da completa perdição.

TRAILER

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FICHA TÉCNICA

Título original: Hillbilly Elegy
Direção:
Ron Howard
Elenco:
Amy Adams, Glenn Close, Gabriel Basso
Distribuição: Netflix
Data de estreia:
qua, 24/11/20
País:
Estados Unidos
Gênero: 
drama
Ano de produção: 
2020
Duração: 
117 minutos
Classificação: 
16 anos

Jorge Feitosa

@jorgefeitosalima
9
Créditos Galáticos

Créditos Galáticos: 9

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