Especial 50 Anos de James Bond – Um Apanhado Final
Pedro Lauria
Depois de um maratona de 23 filmes (25 se contarmos com os “não oficiais”) acredito que seja válido voltar mais uma vez ao Especial 50 Anos de James Bond para dar uma opinião final sobre a série, um fechamento sobre o que observei, alguns números e vários top 10’s (porque é isso o que o povo gosta).
Os Bonds:
Sean Connery
Média das Críticas: 3,1/5 – em 6 filmes
O primeiro e mais icônico de todos os James Bond. Sean Connery não leva esse título à toa. Cafajeste (como não lembrar da cena de Moscou Contra 007 em que duas mulheres lutam por ele?), charmoso e irônico, Connery tem os diálogos mais memoráveis e divertidos da franquia. Talvez a única encarnação do agente em que as cenas de ação ficaram completamente em segundo plano: pouco nos importava ver Bond lutar contra Dr.No (até porque a cena em si é patética) – o mais interessante era ver a interação dos dois em uma mesa de jantar. Afinal, o que falar de um 007 que para sua missão para dar em cima de uma caçadora de conchas?
George Lazenby
Média das Críticas: 4,3/5 – em 1 filme
Sem nem um décimo do carisma de Connery, Lazenby ao menos pode se orgulhar de ter feito um dos melhores filmes da franquia. Com cenas de ação incríveis e dando um background para o personagem (algo que só voltaria a ser feito na era Craig), Lazemby se eterniza em um dos filmes mais importantes da série. É uma pena que o ator não tenha tido tempo de se firmar.
Roger Moore
Média das Críticas: 2,9/5 – em 7 filmes
Roger Moore é, sem dúvidas, o Bond que mais dividiu opiniões. Todos conhecem a fama de galhofa que ele trouxe ao agente, principalmente por conta de três filmes: 007 Contra o Foguete da Morte (Bond no Espaço? Uma namorada para Jaws? Bond ao som de Magnificent Seven?), 007 Contra Octopussy (Ioiôs gigantes? Fantasia de jacaré? Tarzan? Bond vestido de Palhaço?) e 007 Na Mira dos Assassinos (Varas de Pescar com Borboletas? Mulheres Hulk?). Mas é injusto resumir a carreira de Moore a isso, também foi ele o protagonista de um dos melhores filmes de toda a franquia: 007 – O Espião que Me Amava, que deve todo o seu sucesso a química impressionante entre ele e Barbara Bach.
Timothy Dalton
Média das Críticas: 4,2/5 – em 2 filmes
O ator shakespeariano foi a mais violenta de todas as encarnações do agente britânico. Seus filmes pouco tinham de espionagem, e algumas vezes mais pareciam um spin-off de uma obra do Charles Bronson, repleto de vingança e acertos de conta. Um Bond completamente diferente de todos aqueles que haviam sido vistos desde então. Dalton pavimentou o caminho para que um dia pudesse existir Daniel Craig.
Pierce Brosnan
Média das Críticas: 2,8/5 – em 4 filmes
Sendo um dos mais carismáticos Bonds (perdendo apenas para Connery), Brosnan sofreu com a falta de um filme realmente marcante, Bond Girls fracas e, principalmente, com o assustador 007 – Um Novo Dia Para Morrer – um dos pontos mais baixos da franquia. Entretanto, conseguiu – com apenas 4 filmes – associar sua imagem ao personagem de forma invejável. Difícil achar alguém que tenha nascido depois dos anos 70 que não pense no rosto de Brosnan quando ouve falar em James Bond.
Daniel Craig
Média das Críticas: 4,2/5 – em 3 filmes
Em situação completamente oposta a Brosnan, Craig encaixou dois de seus filmes no Top 3 da franquia, sendo assim, o Bond mais favorecido pela qualidade de material. Pode não ser extremamente carismático, mas seus filmes não pedem exatamente isso. Ao contrário de Connery, o Bond de Craig é pesado na ação, no drama e no seu estilo completamente badass, a comédia e os galanteios aqui são usados justamente para quebrar a constante tensão dos filmes. E isso não é uma coisa ruim. Não em uma época que O Cavaleiro das Trevas e a trilogia Bourne são os modelos a serem seguidos.
Os 10 Melhores Temas
http://www.youtube.com/watch?v=zhkmOFDzhCs
1) 007 Theme – John Barry
Filme: 007 Contra o Satânico Dr.No
2) Goldfinger – Shirley Bass
Filme: 007 Contra Goldfinger
3) You Only Live Twice – Nancy Sinatra
Filme: Com 007 só se vive Duas Vezes
4) On Her Majesty’s Secret Service Theme – John Barry
Filme: 007 A Serviço de Sua Majestade
5) Diamonds Are Forever – Shirley Bass
Filme: 007 – Diamantes são Eternos
6) Skyfall – Adelle
Filme: 007 – Operação Skyfall
7) Live And Let Die – Paul McCartney
Filme: Com 007 Viva E Deixe Morrer
8) Nobody Does It Better – Carly Simon
Filme: 007 O Espião que me Amava
9) Goldeneye – Tina Turner
Filme: 007 Contra GoldenEye
10) The World Is Not Enough – Garbage
Filme: 007 O Mundo Não é o Bastante
As 10 Melhores Bond Girls
Os 10 Melhores Vilões
Os 10 Filmes Obrigatórios
Não são necessariamente os melhores, mas os mais importantes e influentes.
007 Contra o Satânico Dr.No (1962) – Sean Connery
O início de tudo.
Moscou contra 007 (1963) – Sean Connery
O único 007 que realmente se trata de um filme de espionagem.
007 Contra Goldfinger (1964) – Sean Connery
O filme mais influente da série.
007 A Serviço de Sua Majestade (1969) – George Lazenby
A primeira obra a mostrar o background e o lado humano de Bond.
Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973) – Roger Moore
O primeiro filme de Moore é um dos mais peculiares da série.
007 O Espião que Me Amava (1977) – Roger Moore
A melhor conjuntura entre tema, bond girl e vilão. O filme que define a franquia.
007 – Permissão para Matar (1989) – Timothy Dalton
O filme mais violento da série, define bem o que foi a era Dalton e pavimenta o caminho para a era Craig.
007 Contra Goldeneye (1995) – Pierce Brosnan
É o mais influente filme desde a Era Connery e cria (junto a uma obra prima dos videogames) uma nova geração de fãs.
007 – Cassino Royale (2006) – Daniel Craig
O reboot necessário e irretocável da franquia.
007 – Operação Skyfall (2012) – Daniel Craig
Na minha opinião, o 23º filme da franquia também é o seu ponto mais alto.
Considerações Finais
Eu tinha preparado um grande texto de despedida. Só que ele não é necessário.
James Bond é um patrimônio do cinema. É, junto com Star Wars, a franquia mais influente da história da sétima arte. Mas, diferente do épico espacial de George Lucas, é a única série de filmes que permaneceu constante durante as décadas. Através dos filmes do agente podemos perceber toda a mudança cultural, política, social e estilística das últimas cinco décadas. Uma obra que conseguiu compreender o tênue equilíbrio entre manter suas tradições e ícones, sem o medo de ousar em cenários e histórias completamente diversas.
James Bond consegue agradar àqueles que o assistem desde a época Connery e ainda agradar novos fãs criados com Bourne.
Não vou me estender mais do que isso, restando apenas encerrar essa coluna da forma mais clichê possível.
E que venham mais 50!