F1 Dirigir para Viver Netflix

‘F1: Dirigir para Viver’ (Netflix) – 2ª Temporada | CRÍTICA

Thiago Alexandre

|

9 de março de 2020

Colado no término da segunda semana dos testes de pré-Temporada da Fórmula 1, ficou disponível na Netflix a 2ª temporada de F1: Dirigir para Viver (Formula 1: Drive to Survive). O seriado fala um pouco sobre os bastidores do circo mais caro do mundo.

A primeira temporada foi um sucesso. Afinal, mesmo sem ter acesso aos boxes da Mercedes e Ferrari, os produtores bolaram saídas bem divertidas com o ápice nas histórias da Haas, encabeçada pelo personagem de Gunther Steiner, bem como a troca de farpas entre os chefes de equipes da Renault e Red Bull por causa dos motores e contratação de Daniel Ricciardo.

Acesso aos boxes

Para a 2ª temporada de F1: Dirigir para Viver, essas duas equipes permitiram o acesso da equipe da Netflix aos seus boxes em pelo menos algumas corridas. Isso alterou bastante a dinâmica da série, já que Mercedes e Ferrari deixaram de ser figurantes meramente citados.

Quando fiquei sabendo qual seria a cereja desse bolo, fiquei muito ansioso para assistir. Isso porque o episódio dedicado a Mercedes seria o desastroso GP da Alemanha, que aconteceu no circuito de Hockenheim, quando a equipe comemorava 125 anos ligados ao automobilismo.

E, justamente por causa disso, acabou sendo uma corrida para eles esquecerem – ou aprenderem, de acordo com Niki Lauda. Afinal, Valtteri Bottas não terminou a prova, enquanto Lewis Hamilton seria promovido ao 9º lugar depois de chegar em 11º, graças às punições aplicadas aos carros da equipe Alfa Romeo. Teve até o Toto Wolff dando entrevista no estilo “bad hair day”.

Como de praxe em F1: Dirigir para Viver, todos os envolvidos passaram por um processo de humanização. Isso fica evidente quando mostram que Hamilton correu quase no sacrifício por estar muito doente. Esse lado geralmente não fica disponível ou é perceptível, até mesmo para o mais fervoroso fã que acompanha todas as corridas e matérias feitas.

Leia mais:

‘LA CASA DE PAPEL: PARTE 4 ‘ | NETFLIX DIVULGA NOVO TRAILER – CONFIRA!
NETFLIX | CONFIRA OS LANÇAMENTOS DE MARÇO DE 2020
STARZPLAY | CONFIRA O QUE CHEGA EM MARÇO DE 2020

Para experientes e leigos em F1

E esse é um dos grandes trunfos da 2ª temporada de F1: Dirigir para Viver: conseguir ser interessante até mesmo para aqueles que acompanham a temporada completa do campeonato mundial. Assim como chamar a atenção dos mais leigos que pretendem apenas se divertir e talvez aprender um pouco mais.

Isso é feito sem entrar muito a fundo nas polêmicas. Sempre com histórias bem definidas para serem contadas e com roteiros bem amarrados.

Aliás, o ano de 2019 foi repleto de histórias interessantes, a maioria abordada. Contudo, outras também muito boas ficaram de fora, com pilotos que não foram lembrados.

Esses são os casos, por exemplo, de Daniil Kvyat, que terminou o mesmo caótico GP da Alemanha em terceiro, conquistando o melhor resultado da equipe Toro Rosso no ano até então; e do jovem e carismático piloto Lando Norris, que é um verdadeiro fenômeno das redes sociais.

Os pilotos da equipe Alfa Romeo também foram esquecidos. Isso foi, de fato, uma falha enorme, pois Kimi Raikkonen sempre rende ótimas entrevistas e certamente seria um personagem fantástico. Como deixou claro no final do último episódio ao falar que corre enquanto quiser.

F1 Dirigir para Viver Netflix crítica

Coragem e acertos

A produção da 2ª temporada de F1: Dirigir para Viver também não se omitiu ao abordar um fato bem delicado: o falecimento do piloto da Fórmula 2, Anthoine Hubert, após um gravíssimo acidente ocorrido durante a etapa de Spa-Francorchamps.

A maneira que escolheram para demonstrar como o acidente foi sério, apenas com a captação de som no Paddock durante uma entrevista dada por Hamilton, deu a exata dimensão sem ser apelativo.

Outra decisão acertada foi pararem de usar o som dos motores V8 e V10 aspirados como se fossem dos carros atuais durante a maioria das cenas feitas nas pistas. Não me levem a mal, eu também adoro o som desses motores, mas não é o barulho dos carros atuais.

O som de um motor turbinado também é muito bonito. Aliás, reparem no barulho que faz o motor da Honda, que já foi muito criticado. Ele é diferente de todos os outros e já é considerado um dos mais fortes da Fórmula 1, como provou na chegada do GP do Brasil com a disputa Gasly x Hamilton.

F1 Dirigir para Viver Netflix série

Sem novidades para as equipes

Nessa segunda temporada de F1: Dirigir para Viver, ficou claro que a presença das equipes da Netflix deixou de ser novidade e isso inclusive passou a ser usado por alguns pilotos e diretores, para o bem e para o mal.

Por exemplo, como no bullying insistente de Gunther Steiner com Romain Grosjean, piloto da sua própria equipe e as piadas frequentes de Daniel Ricciardo dirigidas ao espectador ou à própria Netflix. Os comentários dos mecânicos sobre os pilotos também sumiram, como a aposta de quantas voltas o mesmo Grosjean completaria em uma das corridas que aconteceu na temporada anterior.

Por fim, fiquei com a sensação que mais episódios deveriam ter sido feitos ou que os existentes deveriam ser maiores. Como eu já disse anteriormente, 2019 foi um ano repleto de histórias boas na Fórmula 1 e muita coisa boa ficou de fora.

Como por exemplo, o pódio do GP do México vencido por Lewis Hamilton e onde, pela primeira vez, o carro foi levado e levantado para o pódio com o piloto. Em outras categorias norte-americanas isso é comum, mas foi a primeira vez que isso foi usado na Fórmula 1. Outra comemoração ignorada foi a comoção dos engenheiros da Honda após a vitória épica do Max Verstappen no GP da Áustria.

F1 Dirigir para Viver Netflix crítica da série

Foco nas 3 principais provas

Mesmo assim a 2ª temporada de F1: Dirigir para Viver consegue manter um bom nível e retrata de forma muito bem romanceada as 3 provas que considero as melhores do ano passado: GPs da Alemanha, Áustria e Brasil.

Além disso, a 2ª temporada de F1: Dirigir para Viver traz informações que até mesmo quem acompanha muito de perto tem dificuldade de obter. É ótimo ter uma série sobre a Fórmula 1 desse nível sendo produzida e, algumas vezes, fazendo chacota consigo mesma. Assim, é fácil de assistir e maratonar.

No último episódio da 2ª temporada de F1: Dirigir para Viver são mostrados alguns spoilers e temos a confirmação que haverá mais um ano da série. Inclusive, são mostrados alguns dos personagens que foram esquecidos e eles mostram porque não deveriam ser.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Drive to Survive
Temporada: 2
Episódios: 10
Distribuição: Netflix
Data de estreia: sex, 28/02/2020
Gênero: esporte, documentário
Ano de produção: 2020
Classificação: 14

Thiago Alexandre

O que sabemos sobre Wicked Boa noite Punpun Ao Seu Lado Minha Culpa Lift: Roubo nas Alturas Patos Onde Assistir o filme Lamborghini Morgan Freeman