Felipe Ret Tributo ao TTK

Filipe Ret, BK, Marcelo D2, Sain e o “Tributo ao TTK”

Cadu Costa

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25 de setembro de 2021

“Tributo ao TTK”? O rap carioca hoje tem sua sonoridade estampada em nomes como Filipe Ret, BK e Sain, além é claro de Marcelo D2, talvez o maior nome do Rio de Janeiro no gênero. Mas como o berço do samba percebeu o Hip Hop na rotina da cidade? Onde ele foi visto primeiro?

Esses são apenas alguns dos pontos que muitos tentaram descobrir. E todos os caminhos levam ao bairro do Catete, ou melhor TTK, que é uma abreviação ao contrário da região.

Apresentado pela Amazon Music, o minidocumentário “Tributo ao TTK” estreou no final de agosto e mostrou como o crescimento do rap no local mudou a relação do Rio e de seus moradores com a cultura Hip Hop. Contando com a direção criativa do próprio Filipe Ret, “Tributo ao TTK” tem participação de BK, Marcelo D2 e seu filho Sain, entre outros.

Encontro de gerações do rap

E o resultado foi um resgate histórico com muitos relatos e imagens de um Rio descobrindo seu lugar na cultura de rua através do Catete e a juventude que incorporou o Hip Hop através do grafite, skate, scratchs e até o jazz.

Para Filipe Ret, inclusive, explica que o minidocumentário apresenta três gerações — “a do Marcelo D2, a minha e a do BK” — e garante que, mesmo que o título da obra fale especificamente do Catete, “a gente está falando de tudo” que envolve o Rap.

Porém, é interessante notar como o Catete é histórico para o Rio e para o Brasil. Duvida? Pois saiba que seus moradores simplesmente inventaram uma língua durante a ditadura, invertendo a ordem das sílabas para confundir os militares. Com isso, temos a “gualin do TTK”. Como a República ficava ali na época, onde fica o Palácio do Catete – o palácio do Presidente -, as pessoas mais marginalizadas ficavam mais à vontade para discutir seus assuntos sem medo de serem descobertos.

Além disso, intensifica também como a pixação e o grafite moldaram os jovens de todas as épocas. Ou como explica Ret no curta: “Quando você é pré-adolescente e ainda não tem uma identidade formada e alguém te dá uma identidade — ou aquela pichação te dá uma identidade — você se segura naquilo e fala, ‘Isso sou eu’“.

Identidade e senso de pertencimento

E isso é o Catete, ou melhor, TTK. O bairro é a sua linguagem, a arte da pichação, a galera do skate, uma cumplicidade entre os marginalizados. Ou nas palavras de D2: “O Catete sintetiza a cultura urbana muito bem, porque é perto da praia, num lugar urbano, onde a galera se sentia muito excluída”. Ele conta ainda que “o Catete vai ser sua área pra sempre, é um lugar que faz parte da história da sua vida“.

Filipe Ret também lançou o single “Tributo ao TTK”, todo cantado na língua gualin do bairro. Sain e BK, nascidos no Catete assim como Ret, se uniram a ele nos vocais e na composição da letra, com produção musical de Mãolee, metais de 2nunaip e Erik Skratch como DJ. Juntos, os seis artistas são creditados como parceiros no lançamento da faixa.

Por fim, curta também o minidocumentário “Tributo ao TTK”, por Felipe Ret

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
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