Filipe Ret Lume crítica do álbum 2022

Foto: Divulgação

Filipe Ret soa o mesmo, mas mostra talento acima da média em ‘Lume’

Cadu Costa

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22 de junho de 2022

O rapper Filipe Ret está na estrada há 20 anos e continua apresentando as camadas mais realistas do seu som em Lume. Cria do Catete – ou acri do TTK, na língua do bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro -, o artista foi se reinventando ao longo de sua carreira.

Desde o rap mais tradicional passando pelo funk e o chamado trap mais característico de hoje, Ret segue com sua espiral de crítica social, sexo, amor e violência. E agora ele lança seu sexto trabalho de estúdio com uma novidade exclusiva na plataforma Spotify. Afinal, Lume vem no formato “Enhanced Album”, que possui conteúdos extras para os fãs curtirem uma imersão exclusiva enquanto escutam as faixas inéditas na gigante musical do streaming.

O álbum tem Spotify Clips – sequência de stories fixos, Storylines – textos associados a cada faixa -, e vídeos em que Filipe Ret compartilha curiosidades dos bastidores de criação, revela o significado do nome do disco, comenta as participações especiais, suas influências e o momento da cena atual do trap brasileiro e carioca. É o primeiro rapper a lançar um disco nesse formato, inaugurado no país pela artista pop Luísa Sonza e que já teve também Lorde, assim como Blackpink, Lady Gaga, Billie Eilish, The Beatles como alguns dos nomes internacionais que já experimentaram essa ideia.

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Participações especiais

Lume tem 11 canções onde sete contam com participações mais que especiais como “Sonho dos Cria”, com MC Poze do Rodo; bem como “Good Vibe”, com Caio Luccas; “A Meu Favor”, com KAYUÁ; “7meiota”, com MC Maneirinho e MC Cabelinho; “Konteiner”, com L7NNON; “Fight”, com MC Hariel; e, por fim, “Tudo Nosso”, com ninguém menos que Anitta.

Musicalmente, Filipe Ret transita pelo funk e o trap por todo o disco, o que para muitos pode soar um tanto repetitivo. Assim que começa Lume com “Melhor Agora” até chegar na última e melhor faixa “Todo Poder”, o som é basicamente o mesmo. Letras que começam interessantes como “7meiota” com críticas à violência policial voltam ao mais do mesmo de sexo e quem vai sentar em quem.

“Ao invés de dar uma arma de brinquedo a uma criança, prefiro dar uma bola, uma bicicleta. Nunca vou incentivar dar um tiro na polícia. Só que a própria polícia incentiva eles, entrando na casa do menor de 10 anos dando um tiro na cara do pai dele”.

Beats intensos

Os beats são bem intensos, a melodia de músicas como “Konteiner” chama atenção e quando está nessa vibe, Filipe Ret apresenta o melhor do seu som. Ignorando as letras de duplo sentido, dá pra tirar muita coisa boa como a participação de Anitta em “Tudo Nosso”. Feita para ela, a música mostra um lado rap da artista mais pop do Brasil e ainda tem um videoclipe a ser lançado.

Outro destaque muito bom é a canção “Trem Bala”, onde Filipe Ret canta ao som de um violão muito bem tocado e que dá todo o ritmo de uma verdadeira batida. “Tô aonde ninguém me abala / Ela fala: Vem / Vou tipo trem-bala”.

Mas basicamente, com tanto mais do mesmo em Lume, o melhor ficou para o final com “Todo Poder”, uma faixa totalmente rap inspirada num encontro de Filipe Ret com grandes nomes do estilo como Mano Brown, Emicida, Djonga, BK e Rincon Sapiência. Aqui vemos o melhor do artista com rimas rápidas e sagacidade em apontar que seu melhor ainda está por vir.

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Ouça Lume, novo álbum de Filipe Ret

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
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Créditos Galáticos: 3

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