“Fomos fiéis à obra original”, afirma diretor de ‘Rasga Coração’

Giovanna Landucci

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7 de dezembro de 2018

Adaptado de uma peça de teatro de Oduvaldo Vianna Filho e de um livro homônimo recentemente reeditado pela editora Temporal, RASGA CORAÇÃO é um longa-metragem dirigido e escrito por Jorge Furtado.

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Em coletiva de imprensa realizada no Espaço Itau de Cinema Frei Caneca, em São Paulo, na última terça-feira, dia 4, o cineasta disse ter sido completamente fiel à obra original, tendo inventado/acrescentado somente uma cena com relação à peça.

Quanto à linguagem, a gente adaptou e alterou muito pouco. Tanto é que, se lerem o livro, vão se impressionar o quanto a gente foi fiel às falas dos personagens. O Lorde Bundinha é o personagem que mais teve alteração no jeito de falar porque na peça ele era um boêmio dos anos 50 e as gírias e drogas que ele utilizava eram todas dessa época. Como a gente andou para frente uma geração, o Bundinha virou um boêmio dos anos 70.

Jorge Furtado prosseguiu ainda falando sobre o uso de dispositivos celulares utilizados no longa e as passagens de tempo do filme.

O Pai, Mangury Pistolão era um militante de esquerda que tem um filho que é impedido de entrar na sala de aula porque tem o cabelo comprido. Isso a gente adaptou porque, hoje em dia, há ministros do STF que usam peruca e advogados de trança. Então não dava para ter essa polêmica. Então, a gente alterou para uma questão de gênero. O personagem do Chay, Lucca, ele usa saia, maquiagem, pinta a unha, e a Mil, personagem de Luiza Arraes, se veste de menino, e os diálogos mesmo assim ficaram muito parecidos porque o cabelo comprido também é uma questão relacionada ao gênero, só que de antigamente.

Muito elogiados pelas atuações, Drica Moraes e Marco Ricca, por sua vez, não pouparam elogios ao diretor:  “O Jorge (Furtado) está sempre atento ao que vem do elenco em termos de criação. Ele é um cineasta extremamente competente”, disse a atriz. “Ele tem um pouco essa máxima de que deixa a gente muito à vontade e deixa mesmo. Mas é o dia inteiro propondo coisas para ver, assistir, ouvir, e isso, obviamente, nos preenche. Vamos para o set contaminados e não tem um dia em que a gente acordava que não tivesse um artigo, uma música, reportagens , fotografias alguma coisa que ele mostrava como curiosidade. A gente volta de Porto Alegre e parece que fez um curso”, complementou o ator.

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Após a coletiva, em rápida entrevista exclusiva ao BLAH!, Marco Ricca e Drica Moraes comentaram um pouco sobre a construção de seus personagens e onde encontraram as emoções e sentimentos para expressar a respeito de RASGA CORAÇÃO:

Eu encontrei na Nena a relação de corte de cordão umbilical que toda mãe tem quando seu filho “vai para o mundo” e me baseei nessa sensação para a construção da personagem, afirmou a atriz.

Marco Ricca disse que foi militante quando mais jovem:

Não deixei isso morrer dentro de mim. Encontrei na relação com meu filho no filme as inspirações para construção do personagem, porém, uma das coisas que vale ressaltar é o bom texto que dá a base para orientação nesse sentido. E Vianninha é um excelente exemplo.

RASGA CORAÇÃO esterou nos cinemas nesta quinta-feira, dia 6 de dezembro. Leia a nossa CRÍTICA.

*Foto de capa: Primeiro Plano / Reprodução

Giovanna Landucci

Publicitaria de formação, sempre gostei de escrever. Apaixonada por filmes e séries, sim, posso ser considerada seriemaníaca, pois o que eu mais gosto de fazer é maratonar! Sou geek principalmente quando falamos de Marvel e DC. Ariana incontestável, acho que essa citação de Clarice Lispector me define "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar." Ah, como é de se notar pela citação, gosto de livros e poesia também.
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