Jovens, Loucos e Rebeldes é um retrato da adolescência

Fábio

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6 de outubro de 2020

Poucos diretores conseguem captar a essência da juventude como o diretor Richard Linklater, responsável, dentre outras belas obras, por ‘Jovens, Loucos e Rebeldes’ (Dazed and Confused, 1993), uma maravilha que deve ser apreciada por todo adolescente em transição entre o ginásio, colegial e a faculdade. E mesmo que ele se passe anos 1970, todas as angústias, rebeldias, preocupações, farras, alegrias e tristezas que marcam essa fase de nossas vidas estão ali.

Jovens, Loucos e Rebeldes se passa durante o último dia do ano letivo da Lee High School em Austin, Texas (Estados Unidos). Como de praxe, o grupo de veteranos do colegial está se preparando para passar trote nos formandos no ginásio. Os que estão indo para a faculdade começam a questionar suas opções do futuro e se preparam para uma última festa onde o lema ‘sexo, drogas e rock’n’roll’ será elevado à máxima potência.

Transição

Embora seja uma comédia bem divertida, Jovens, Loucos e Rebeldes faz uma bela reflexão sobre a transição da infância para a juventude e desta para a vida adulta. É ali onde o calouro Mitch Kramer (Wiley Wiggins) começa a descobrir os prazeres da adolescência. Ao contrário de Randall ‘Pink’ Floyd (Jason London), o jogador de futebol estrela da escola que precisa ‘amadurecer’ e, dessa forma, ter que assinar uma promessa de não usar drogas durante o verão ou fazer qualquer coisa que possa “comprometer o objetivo de uma temporada de campeonato” ou até mesmo se tornar um ‘perdedor’ no futuro.

O termo, aliás, é uma via de mão dupla. Se para uns, deixar de ir a faculdade, se formar e seguir uma carreira é ser um perdedor, para outros, pessoas como David Wooderson (Matthew McConaughey), nem tanto. Não ingressar precocemente na vida adulta é apenas uma maneira de continuar curtindo a vida com os amigos de colégio, apesar de já ter passados dos 20 anos.

Figurinhas carimbadas

Impossível não se conectar com algum personagem do filme, pois Linklater abraça todos os tipos de estudante que o espectador conhece. Não importa se seja escola americana ou brasileira, em outras palavras, somos todos iguais.

A saber, em Jovens, Loucos e Rebeldes temos veteranos idiotas e violentos como Fred O’Bannion (Ben Affleck), bem como os que só querem curtir, inclusive com os mais jovens. Da mesma forma, os nerds estão representados. Principalmente pelo trio formado por Cynthia (Marissa Ribisi), Tony (Anthony Rapp) e Mike (Adam Goldberg) que, apesar de não serem populares, também querem aproveitar o último dia de colégio para se divertirem.

Jovens, promissores e desconhecidos

Interessante ver como o filme reuniu em 1993 um elenco que na época era desconhecido. Hoje é visto como o filme que revelou algumas celebridades atuais. Ou seja, Linklater foi um descobridor de talentos ao escalar nomes que ficaram famosos. No elenco estão: Joey Lauren Adams, Milla Jovovich, Rory Cochrane, Adam Goldberg, Ben Affleck, Matthew McConaughey e Renée Zellweger, por exemplo.

Trilha sonora

O título original do filme é Dazed and Confused. Trata-se, desse modo, de uma homenagem ao clássico do primeiro álbum de uma das maiores bandas de todos os tempos: Led Zeppelin. E como não poderia deixar de ser, a trilha sonora que embala o filme é recheada de grandes nomes do rock dos anos 1970. Temos, por exemplo, Alice Cooper, Foghat, ZZ Top, Ted Nugent, The Runaways, Deep Purple, Kiss, Black Sabbath e Lynyrd Skynyrd.

Por fim, importante lembrar que o filme teve uma continuação em 2016 (Jovens, Loucos e Mais Rebeldes). Mas, infelizmente, assim como o primeiro, foi um fiasco de público apesar de ser uma bela sequência.

Jovens, Loucos e Rebeldes

Ficha técnica

Título original: Dazed and Confused
Estreia: 4 de junho de 1993
Direção e roteiro: Richard Linklater
Elenco: Wiley Wiggins, Jason London, Marissa Ribisi, Anthony Rapp, Joey Lauren Adams, Milla Jovovich, Rory Cochrane, Adam Goldberg, Ben Affleck, Matthew McConaughey e Renée Zellweger
País: Estados Unidos
Idioma: Inglês
Gênero: Comédia
Indicação etária: 16 anos
Onde assistir? Netflix

Fábio

Santista de Nascimento, flamenguista de coração, paulistano por opção. Jornalista, assessor de imprensa viciado em cinema, série, HQ, música, games e cultura em geral.
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