Geek & Game Rio Festival 2018 encerra com muita emoção, alegria e expectativa para o ano que vem
Wilson Spiler
|23 de julho de 2018
Após três dias de muita alegria e cerca de 30 mil ingressos vendidos, chegou ao fim, infelizmente, a segunda edição do Geek & Game Rio Festival 2018 (GGRF). A feira nerd se firma como um evento diferenciado dedicado à cultura pop para reunir toda a família, das crianças aos adultos.
Ator da série Game of Thrones é sucesso no segundo dia do Geek & Game Rio Festival
Campeonato feminino de Rainbow Six Siege
Neste domingo, também foi dia de encerramento das competições da festa. Na final do campeonato feminino de Rainbow Six Siege, o primeiro realizado no Brasil. No palco do Game Stadium, as meninas do RevoltZ jogaram contra as do Team Fontt. Myss1, Thaii, Lara, Bits e Russa, do Team Fontt venceram por dois mapas a zero, parciais de 6×2 e 6×4, numa partida que durou cerca de 90 minutos.
Passado e futuro se encontram na Geek & Game Rio Festival de 2018
FOTO: GGRF / Divulgação
Muito humor e momentos de emoção
Outra sensação do terceiro e último dia do evento foi o quadro do canal Gaveta, “Dublaralho”, ocorrido no palco do Geek Station, onde Anderson Gaveta, Charles Emmanuel, Ricardo Juarez e Ed Gama dublaram de improviso algumas cenas de novelas, filmes e séries, como Batman e Coringa, Game of Thrones, Poderoso Chefão, entre outros, com a apresentação e participação do curador Affonso Solano. Temas diversos foram escolhidos para as atuações. Criador da Gaveta Filmes, Anderson Gaveta contou que ficou muito feliz pelo evento ser no Rio de Janeiro.
– A minha experiência é muito grande em São Paulo, mas estar no Rio é maravilhoso. Estou sempre muito próximo da equipe do GGRF, no ano passado também estive aqui. É muito bom ver esse tipo de cultura crescendo por aqui, contou Anderson.
FOTO: GGRF / Divulgação
Mas o Geek Station não podia ficar sem a presença dos maiores nomes do transporte alternativo do programa “Choque de Cultura”. Fenômeno na internet, o público encheu o local (foram cerca de mil pessoas) para reverenciar Caíto Mainier (Rogerinho do Ingá), Daniel Furlan (Renan), Leandro Ramos (Julinho da van) e Raul Chequer (Maurílio). O quarteto foi, sem dúvidas, o grande destaque do palco. Os atores conversaram com a plateia lotada sobre como originou a ideia para o programa, contaram histórias e quais foram os melhores comentários que já receberam nas redes sociais, como: “certeza que são atores”. E são mesmo. Apesar das brincadeiras com o absurdo, eles explicaram que tomam cuidado com o humor que utilizam, de maneira que não seja visto como preconceituoso.
– A gente não tem intenção de fazer humor inofensivo, até porque não sabe o que pode ofender alguém ou não. Eu só acho que tem piadas que não são piadas. Pô, galera! Racismo é racismo! Preconceito é preconceito! Não são humor, afirmou Raul Chequer, sendo aplaudido por todos.
– Em nenhum momento a gente fala que eles são pobres. São motoristas de van, da classe trabalhadora. Dizer que o cara que venera o Velozes & Furiosos é pobre é um preconceito de quem diz isso. Eles falam desse jeito porque são broncos, são loucos. Eles não entendem de cinema e têm essas ideias malucas, completou Daniel Furlan.
“Choque de Cultura”: Raul Chequer, o Maurílio, falou sobre limite no humor (FOTO: Wilson Spiler / BLAH CULTURAL)
Caíto Mainier, o Rogerinho do Ingá, adiantou que eles estão escrevendo um livro que deverá se chamar, a princípio, “89 filmes para se assistir enquanto dirige” e será lançado pela editora Record, pelo selo Galera.
– A princípio o nome será esse, com certeza com algum final 9, menos 69. E vamos voltar a gravar o Choque de Cultura em setembro, mas fiquem tranquilos que o programa nunca vai acabar, reforçou.
O momento mais emocionante, no entanto, ficou para quando foram abertas as perguntas para a plateia. Num determinado momento, uma das participantes pediu a palavra e agradeceu ao grupo por ajudar o irmão autista a se acalmar ao assistir ao “Choque de Cultura” e pediu para que os integrantes do programa mandassem um beijo para ele. Não teve quem não se emocionasse com a cena. Até os convidados ficaram com o coração mole. Para finalizar, os atores entraram na pele de seus personagens e fizeram a leitura de um episódio que fala sobre “Velozes e Furiosos 8”, sob aplausos do público.
FOTO: Wilson Spiler / BLAH CULTURAL
Concurso de Cosplay faz o público vibrar
Assim como nos dias anteriores, o concurso de Cosplay foi um dos grandes sucessos do palco Geek Station. Neste domingo, foram 51 participantes e a vencedora foi Luma Cruz, vestida de Soraka, a filha das estrelas, de League of Legends. Já o Grand Cosplay Awards, que aconteceu na sequência, contou com 12 participantes previamente selecionados. Ele reuniu grandes personagens do videogame e da cultura geek, como Sora, de Kingdom Hearts, Drácula, de Castlevania e Rainha de Copas, de Alice: Madness Returns. O troféu foi para Rafael Pereira, com cosplay do Cavaleiro do Apocalipse, de World of Warcraft.
FOTO: Wilson Spiler / BLAH CULTURAL
World of Warcraft, mundo de Fantasia, O Doutrinador e Detonator
Também no Geek Station, a escritora norte-americana Christie Golden, responsável por mais de 35 livros oficiais da cultura pop falou sobre seus trabalhos baseados na franquia Warcraft, da produtora de jogos Blizzard. O palco também contou com um bate-papo sobre como criar um mundo fantástico, com os autores Luly Trigo, Diogo Andrade, Eduardo Spohr, Frini Georgakopoulos, Vivi Maurey e Affonso Solano. Outro nome que se apresentou hoje no local foi o escritor Luciano Cunha, cuja história em quadrinhos “O Doutrinador” virou filme e série. O diretor Gustavo Bonafé, a atriz Tainá Medina e os roteiristas L.G. Bayão e Rodrigo Lages acompanharam o autor em uma conversa sobre a história deste justiceiro implacável contra os políticos e empresários corruptos. As atrações do dia foram encerradas com o show implacável do Detonator, o filho do Deus do Metal!
Luciano Cunha fala sobra a adaptação de sua HQ “O Doutrinador” para o cinema e para a TV (FOTO: Wilson Spiler / BLAH CULTURAL)
Jogos independentes também tiveram espaço
O espaço Games From Rio contou com 28 pontos de jogos independentes, criados por desenvolvedores cariocas. Um grande número de fãs e entusiastas pôde degustar e experimentar, ao longo de todo dia, as novidades do mercado de games. Para Rafael França, um dos desenvolvedores do jogo “The Light of the Darkness”, participar do evento é uma oportunidade ímpar.
– O espaço fomenta a troca de ideias e experiências entre criadores independentes e fãs, nos permite ouvir a opinião do público sobre o nosso trabalho, e quem sabe conseguir um patrocínio, disse Rafael.
De acordo com Tatiana Zaccaro, diretora da Fagga GL events, organizadora do Geek & Game Rio Festival, a segunda edição do evento superou todas as expectativas e revela que já tem datas certas para o ano que vem:
– O público carioca só nos confirmou o quanto é receptivo a este universo de cultura pop. Tivemos participações importantes e grandes destaques. Oferecer ao público a possibilidade de assistir ao primeiro campeonato feminino de Rainbow Six é um divisor de águas. Já estamos nos programando para a terceira edição, que será de 19 a 21 de abril de 2019, entregou Tatiana.
Então, já sabem, né? Preparem-se para 2019, que promete ser ainda melhor! Que venha o Geek & Game Rio Festival 2019!
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Wilson Spiler
Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
