Guerra Mundial Z: assistimos a uma prévia do filme

Bernardo Sardinha

A convite da Paramount, assistimos a uma footage de 15 minutos do aguardado filme Guerra Mundial Z. O longa está tendo uma produção bastante conturbada, a ponto de, após uma exibição interna no estúdio, os executivos, ao perceberem a bomba que tinham em mãos, chamaram Damom Lindelof, o mesmo cara que escreveu Prometheus, para dar uns pitacos. Ao assistir o primeiro corte da película, Lindelof deu duas opções para salvá-la: ou se filmava algumas cenas extras, ou se reescrevia TODO o terceiro ato, sendo necessário deixar no chão da sala de edição uns 12 minutos de uma grande cena de ação. Por algum motivo escolheram a segunda opção e filmaram mais 40 minutos para do filme.

world-war-z-posterAntes de iniciar, o diretor, Marc Foster, se dirigiu ao público convidado, falando que estava super empolgado com o filme e explicou que o que iríamos ver é uma footage de 15 minutos, onde o som e os efeitos especiais ainda não estavam totalmente finalizados. Ok, Mr. Marc Foster, meu nível de exigência para esses 15 minutos do blockbuster de 200 milhões caiu (era para ser 125 milhões, mas, os imprevistos da produção mais as refilmagens, incharam o orçamento).

Com minha expectativa baixa, o filme começou com Gerry Lane (Brad Pitt), funcionário da ONU e adorável-pai-bonito, que junto com sua esposa (Mireille Enos) – adorável-mãe-genérica-não-tão-bonita, brincando com suas lindas filhas presos no tráfego de Nova Iorque.

E de repente… BUM! Caos, explosões, ZUMBIS! O protagonista se vê obrigado a fugir com sua família de uma horda de zumbis que correm mais que Usain Bolt. Eu sei que, a ideia de zumbis velocistas meio que pegou depois da versão do “Madrugada dos Mortos” (2004) do Zack Snyder, mas aqui eles estão um pouco diferentes, sendo mais animalescos e descontrolados. As cenas do ataque são rápidas e muito cortadas, e foi utilizado em demasia o shaky cam, ou camera na mão, no melhor estilo “Transformers” ou “G.I.Joe”, não permitindo o telespectador ver a ação direito (usei essas duas referências de propósito para que vocês não pensem que isso foi um elogio).

Eu suspeito que, hoje em dia, a grande maioria dos diretores dos “filmes de ação”, parecem não entender mais o que significa ação. Então, para esconder sua inaptidão e a falta de coreografia das cenas, eles lançam mão das imagens tremidas e de cortes rápidos como as asas de um beija-flor.

Graças a Deus, isso não acontece muito no Guerra Mundial Z, mas acontece. Por outro lado, são muito satisfatórios os momentos em que diretor se afasta da ação e nos permite ver, à distância, o caos que a praga dos mortos-vivos causa. De longe você não sabe se quem está correndo foi ou não infectado, fato que me causou uma certa aflição.

Após as cenas de ação de Nova Iorque, vemos Brad Pitt conversar com um médico (?) em algum lugar do Oriente médio (Israel, eu acho) cercado por grandes muralhas de concreto. Aqui conseguimos um breve vislumbre da trama, como também dá para perceber o enfoque geopolítico que empolgou tanto Brad Pitt, a ponto de topar produzir e estrelar a adaptação.

O protagonista e o médico conversam sobre ir atrás do paciente zero e de como entrar na Índia, até que os mortos-vivos conseguem invadir o cerco usando a tática dos Insetos de “Tropas Estrelares” (1997) para subir nos muros, e mais uma vez temos um momento “pernas para que te quero!”. Diferente da última vez, agora temos soldados prontos para proteger a população civil, com metralhadoras, helicópteros, granadas mas o massacre é inevitável.

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A cena seguinte é do avião. Ela foi responsável por eu reconsiderar a minha lista de “Piores lugares para se estar em um ataque zumbi” (submarino vai para segundo lugar e avião em primeiro). Esse foi de longe o momento mais tenso de todos. Neste momento fiquei tão nervoso que devorei meu pequeno saquinho de pipoca, que tinha reservado para comer assistindo Uma Ladra por Acaso (o filme que viria a seguir).

Só vou dizer uma coisa que me incomodou neste instante: enquanto partia para cima do Brad Pitt, um morto-vivo estalava os dentes. Sim, o bicho, abria e fechava a boca tipo o Pac-Man com direito a esse som inusitado. Nessa hora todos do cinema deram uma gargalhada. Mas que droga! Era para ser uma cena tensa. Está certo que no livro há passagens que citam diretamente esse bater de dentes dos infectados, mas, pelo que vi, isso não foi bem traduzido para a telona.

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CONCLUSÃO:

Sobre esses 15 minutos que assisti do Guerra Mundial Z, aí vai um veredicto final: gostei! É verdade que minha expectativa estava muito baixa, tanto por achar que a moda dos zumbis já passou, quanto por causa dos inúmeros problemas que a produção encontrou no caminho, mas, os clipes mostrados são tensos. Muito tensos. Agora só resta esperar a estreia e ver se o filme cai cumprir com o que promete.

Bernardo Sardinha

NAN