Depois dos nós desfeitos e da soltura
Quando as amarras caem pelo chão,
Quando não há limite ao movimento,
Porém, repuxo algum da Multidão,
Tu que foras sempre marionete
Manipulado sempre por cordões
O que alcançarias mais que a inércia
Liberto da influência dos puxões?
Liberdade para quê?
Pra quê se libertar?
Depois de demolido o labirinto
Quando não há parede ou corredor
Quando a planície aos passos se apresenta
Porém, sem nenhum mapa a teu dispor,
Tu que avançaste sempre conduzido
Sempre entalado em becos de cimento
De que te serviria o campo imenso
Se não se faz caminho o teu intento?
Liberdade para quê?
Pra quê se libertar?
José Danilo Rangel
José Danilo Rangel tem 29 anos, é cearense, de Itaitinga, vive há 20 anos em Porto Velho, Rondônia, e já foi conhecido nas rodas undergrounds portovelhenses, por ser esportista radical e pela frequência (e confusões) em festas de metal. Sempre leu muito, mas não gostava de Poesia, na verdade, considerava-a futilidade. Escrevia artigos, crônicas, contos, mas nada em verso. Apaixonado, entanto, decidiu escrever um soneto para se declarar, foi assim que encontrou na Poesia um meio de falar sobre o que sempre achou importante falar.NAN