Love Death & Robots Netflix segunda temporada série crítica

‘Love, Death & Robots’ (Netflix): 2ª temporada é a animação em seu ápice

Pedro Marco

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19 de maio de 2021

Após um longo período de estreia, o grande portfólio de animações sobre amor, morte e robôs recheia a Netflix com novos episódios. Em um ano mais sombrio, político e constante, a 2ª temporada de Love, Death & Robots na Netflix consegue ser uma sequência coerente do que foi proposto anteriormente. Sem ter de repetir cenários ou personagens.

Criada por David Fincher (Clube da Luta) e Tim Milller (Deadpool), a série de antologias de 2019 veio como um suporte aos amantes mais antigos de Além da Imaginação, ou mais recentes de Black Mirror. Com episódios se passando em futuro próximo, bem como trazendo discussões críticas, niilistas e cheias de plot twist, os primeiros 18 episódios conseguiram não apenas conquistar um público bastante variado, como deixá-los sedentos por mais.

Com menor duração, a 2ª temporada de Love, Death & Robots segue adaptando contos literários pouco conhecidos, indo de J.G. Ballard a Paolo Bacigalupi. Um tom mais sombrio recai sobre as novas histórias. Provavelmente causados pelo atual momento em que foram produzidas.

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Serviço de Atendimento

Começando por “Serviço de Atendimento”. Nele temos quase uma sequência moral do conto do iogurte no primeiro ano. Um estilo cair caricato, cômico e nonsense. Além disso, com crítica ao serviço telefônico que nomeia o episódio e ao avanço desenfreado da inteligência artificial, é uma excelente preparação para o que está por vir. Ademais, trata-se de  um prato cheio de referências e momentos divertidos que fazem-no parecer um prólogo para Wall-E.

Gelo

Por outro lado, em “Gelo”, começamos a perceber que nem tudo vai ser neste tom leve. Assim como mostrado anteriormente, seguimos para uma temática extraterrestre com criaturas fantásticas e lúdicas. Um estilo de desenho cartunesco que sabe conversar com a trama de modo bastante satisfatório. O traço 2D quase nostálgico remete aos clipes da banda Gorillaz. Além disso, sustentam o espetáculo visual de um roteiro mais fraco.

Esquadrão de Extermínio

Este caso, no entanto, não ocorre em “Esquadrão de Extermínio”. Apesar da animação acompanhar com o vislumbre cyberpunk noir em gráficos ultrarrealistas, a trama do assassinato de crianças que infringem a lei de imortalidade, bem como o final apoteótico a lá Um Sonho de Liberdade, fazem a série ser lembrada mais uma vez para algo além de uma grande exposição de artistas gráficos.

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Snow no Deserto

Passamos por “Snow no Deserto”. O conto traz um ambiente meio Star Wars, meio Duna. É, de fato, mais uma prova do quão próximo de live-action pode ser alcançado com a geração atual de animadores. A proximidade com os atores, unida à criação de mundos que seriam de enorme custo para serem produzidos em produções comuns, desenham uma anedota mais simples, superficial e bem menos explícita do que as similares da temporada anterior.

Gaiola de Sobrevivência

Da mesma forma como ocorre em “Gaiola de Sobrevivência”. Assim, o curta de terror no estilo Alien, estrelado por Michael B. Jordan, acaba sendo nada mais do que uma história divertida com um rosto conhecido, apesar de uma resolução justa e divertida.

Grama Alta

Mas os pontos baixos são deixados de lado com uma história extremamente lovecraftiana em “Grama Alta”. Inclusive com um personagem bastante similar, visualmente, ao autor. A história do trem que para e é atacado por criaturas da noite traz finalmente o aspecto de stop motion para a produção. Um curto conto de terror previsível, mas divertido e inexplicável. Como deve ser.

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Pela Casa

Em seguida, o tom mais leve retorna ao final com uma das mais inventivas histórias de Papai Noel, novamente apostando em stop motion. O tom infantil e gore de “Pela Casa” ajuda a montar a complexidade do público da série. Vai de temas militares e políticos complexos a até curtas anedotas (quase) para toda a família.

O Gigante Afogado

Por fim, encerrando a sequência de histórias, temos o co-criador Tim Miller assumindo a direção em “O Gigante Afogado”. Já tendo dirigido o controverso “Era do Gelo” do primeiro ano, o cineasta traz uma anedota que é a cara de sua produção. Curta, muito bem animada, sem grandes explicações e com grandes reflexões acima de um “e se?”.

Em suma, o egoísmo social humano é abordado com uma sensibilidade única, recriando a vontade por mais histórias produzidas pela dupla. Assim, com temporada confirmada para o ano que vem, Love, Death & Robots se mostra uma produção necessária para distrair, refletir e, claro, expor o maravilhoso mundo das animações em seu ápice.

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TRAILER DA SÉRIE ‘LOVE, DEATH & ROBOTS’ (NETFLIX)

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FICHA TÉCNICA

Título original: Love, Death & Robots
Temporada: 2
Episódios: 8
Data de estreia: sex, 14/05/21
Criação: Tim Miller, David Fincher
Elenco: Scott Whyte, Nolan North, Steven Pacey
Onde assistir à série ‘Love, Death & Robots’: Netflix
País: Estados Unidos
Idioma: inglês
Gênero: terror
Ano de produção: 2021
Classificação: 18 anos

Pedro Marco

Pedro Px é a prova de que ser loiro do olho azul e com cabelos e barbas longas, não te garantem ser parecido com o Thor. Solteiro, brasiliense e cozinheiro, se destaca como autor de 7 livros, host do Pipocast, membro da Academia de Letras de sua cidade, fundador de Atlética universitária, padrinho da Helena, e nos tempos livres faz 40h semanais como engenheiro civil. Escreve sobre cinema desde que tudo aqui era mato, sendo Titanic seu filme favorito
8
Créditos Intergalácticos

Créditos Galáticos: 8

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