Miley Cyrus Plastic Hearts crítica

Miley Cyrus traz faceta roqueira rebelde para ‘Plastic Hearts’

Rafael Vasco

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30 de novembro de 2020

A cantora Miley Cyrus lançou o seu mais recente álbum, Plastic Hearts, no último dia 27 de novembro. Apesar de ter apenas 28 anos, este já é o sétimo disco de estúdio da artista. E nessa era, a ex-estrela da Disney mostra mais uma vez sua versatilidade e navega em uma nostálgica sonoridade roqueira.
Há três meses, quando disponibilizou a canção Midnight Sky de forma individual, prometeu que não haveria um álbum tão cedo e que gostaria de lançar apenas singles avulsos. Mas, temperamental como é, acabou mudando de ideia e estamos diante de mais um de seus trabalhos.

Mas podemos dizer que ela fez a escolha certa, ao passo que não havia melhor momento para recebermos um disco completo da artista. Neste ano, a boa aceitação que os lançamentos femininos tem tido é algo a comemorar, vide os álbuns Chromatica, da popstar Lady Gaga e Future Nostalgia, da inglesa Dua Lipa. Ambas apostaram em uma pegada retrô, influência que também é perceptível nas faixas de Plastic Hearts.

Miley Cyrus álbum Plastic Hearts crítica

Miley Cyrus incorpora o estilo roqueira em Plastic Hearts, seu novo trabalho (Foto: Mick Rock/Divulgação)

Miley Rockstar

Com 12 faixas em sua versão padrão, Miley começa o disco com o potente rock de WTF Do I Know, letra que inevitavelmente nos remete ao seu relacionamento de 10 anos com o ator Liam Hemsworth, união finalizada em 2020. Na sequência, a faixa título Plastic Hearts é um pop rock menos frenético que a música de abertura. No entanto, o destaque é para o refrão pegajoso, que seria uma ótima escolha para animar as pistas, mas, infelizmente, o período de isolamento social não permite. Nesse caso, a sugestão é curtir em casa.
Em seguida, ela entrega a primeira balada do repertório, a melancólica Angels Like You, que fala sobre a relação entre pessoas opostas. Essa é sem dúvidas sua melhor canção lenta desde Wrecking Ball, do disco Bangerz (2013).

De volta para o passado

Aqui começa de fato a viagem da cantora rumo às décadas de 70 e 80. A quarta faixa, Prisoner, é a parceria com Dua Lipa. E para não restar dúvidas de que se trata de uma canção oitentista, no refrão foi usado um sample do hit Physical, de Olivia Newton John, lançada em 1981. Com uma forte influência de Glam Rock, a batida nos leva imediatamente à atmosfera de shows em bares de Nova York, por sinal, o videoclipe retrata exatamente esse ambiente.
Na provocativa e empoderada Gimme What I WantMiley diz que se não tiver satisfeitos os seus desejos amorosos, ela o fará sozinha. Nesse sentido, ainda na toada retrô, a canção tem traços de um rock futurista New Wave, com vocais robotizados.
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Parceria clássica e retorno às raízes

Pois, exatamente na metade do álbum está a cereja do bolo, Night Crawling, aguardada parceria com o icônico rockstar Billy Idol, já com 64 anos de idade. A cantora mergulha no universo sonoro de seu companheiro e faz um rock clássico que empolga. O uso marcante dos sintetizadores, ferramenta corriqueira em gravações nos anos 80, bem como a nostalgia em seu ápice máximo, te faz sentir vontade de ter vivido naquela época.
Por outro lado, a suave Midnight Sky recupera lembranças das ousadas canções de synth-pop, febre nos anos 70. Assim, com um refrão vigoroso, Miley diz “não pertencer a ninguém e não precisar ser amada”. A saber, em High, única produção de Mark Ronson no disco, vemos a artista de volta a sua raiz country, com uma balada tocante marcada por violões precisos.
Em contrapartida, a única faixa que possui uma sonoridade próxima às suas eras pop é Hate Me. Entretanto, a letra aqui tem um tom mais pesado, com uma voz mais rasgada, ela questiona inclusive o que fariam caso ela morresse.

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Miley, Joan Jett e calmaria

Na sequência, porém, a cantora logo retorna ao rock com o dueto Bad Karma, ao lado da lendária Joan Jett, ex-vocalista da banda The Runaways. Como resultado, as vozes das duas casam perfeitamente, apesar da música não contagiar tanto. Contudo, a audição vale pela raridade de ouvir Jett, que há anos não entrava em estúdio.
Por fim, o álbum se encerra com mais duas baladas, Nerver Be Me e Golden G String. Definitivamente, digam o que for, mas a voz vibrante de Miley se sobressai ainda mais em canções calmas, e não é diferente nestes dois casos. E, depois de várias faixas fortes, não haveria melhor escolha para terminar o repertório.

‘Plastic Hearts’, de Miley Cyrus, é bom?

Desta forma, é possível dizer que a coesão de Plastic Hearts é algo inédito na discografia de Miley Cyrus, que se mostra autêntica quando opta por trazer um conceito claro daquilo que foi produzido. Além disso, ela consegue fazer com que o ouvinte embarque na sua persona roqueira rebelde apresentada ao longo da maior parte do disco. Mas, ainda assim, nos momentos em que o rock abre espaço para o country ou o pop, Miley não destoa e faz parecer que tudo tem uma conexão. Portanto, fica a sugestão, corra para OUVIR.

Faixas de ‘Plastic Hearts’, de Miley Cyrus

  1. WTF Do I Know
  2. Plastic Hearts
  3. Angels Like You
  4. Prisoner (com Dua Lipa)
  5. Gimme What I Want
  6. Night Crawling (com Billy Idol)
  7. Midnight Sky
  8. High
  9. Hate Me
  10. Bad Karma (com Joan Jett)
  11. Never Be Me
  12. Golden G String

Rafael Vasco

Um viciado em informação, até mesmo as inúteis. Com dois minutos de conversa, convenço você de que sou legal. Insta: _rafael_vasco
8
Créditos Galáticos

Créditos Galáticos: 8

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