Música Argentina: Conheça o álbum “Filo” de Ramiro Abrevaya

Renata Amaral

*** Por Renata Amaral

Nossos “Hermanos Argentinos” estão vivenciando um momento novo, segundo Alejandro Langer, dono e proponente de um movimento cultural que ainda não vi em solos paulistanos, La Cocina Discreta, além da comida argentina contemporânea, você tem acesso a artistas independentes, tanto na área musical quanto na área visual. E vivenciar esse momento de efervescência cultural e independente da cena artística argentina.

Então fui apresentada, de forma delicada e gentil a um artista que arrebatou minha veia Musical nos últimos tempos.

Então conheço Ramiro Abrevaya. De alma inquieta, mas pessoa de delicadeza nas palavras, pessoa de alma e de coração.

Que acredita que o amor ainda é a cura para os males do mundo. E aí, essa pessoa querida, que fala em corazón e coração, que ambos soam “hermosos” – que é das palavras que ecoam em meu coração de forma tão única, me leva, como se fosse pelas mãos, ao seu universo particular, através da música. Podendo ser ouvida.

E então, pra complementar o amor, se é que há complemento possível, Ramiro me conta, de uma forma muito particular, que FILO, o nome do seu novo CD, vem de PHILOS, que é amor, em grego.

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Assim, delicadamente, ele me joga essa verdade, do amor, do grego e do argentino. E o amor, que é a minha fonte de delicadezas, de gentilezas. É a única forma pela qual concebo olhar, escrever e devolver o mundo. Te coloca em estado de suspensão. Um estado que preenche a sua alma, a sua mente.

De voz única, tonante, doce, e mesmo que cortante, o CD, com 10 faixas, te faz ouvir repetidamente. Um romântico profundo.

Aí, quando você acredita que ouvir já bastou, encontro um vídeo clipe, que mostra um pouco desse estado de suspensão. La vida es invención. “… y cada cuál… con su invento…”. É possível degustar um pouco mais no canal : La vida es invención

FILO é um disco que te embala, te suspende e recoloca. No espaço, no mundo.

Ramiro tem influências não só musicais para poder compor as letras de suas músicas, bebe em fontes como Freud, Lacan… até Spielberg entra na jogada.

Foto: Nina Abrevaya

Foto: Nina Abrevaya

Em uma conversa, Ramiro conta que FILO é uma síntese, algo como uma obra autobiográfica, de muitos anos de sua própria vida. O álbum abrange aproximadamente 15 anos, passando desde suas fases de grupos de Rock a compor e escrever músicas para cinema, TV… e por aí vai.

A cena musical independente está emergindo em Buenos Aires, e proporcionando, não só aos argentinos, mas a nós, todos – cidadãos do mundo, adentrarmos uma outra alma, um outro momento. Um momento de amor, de cura e de humanidade.

Para ouvir, deixar-se levar pela entonação, voz e melodia… pelo invento de cada um à sua própria forma de viver.


* Texto postado originalmente no blog da jornalista Renata Amaral

Renata Amaral

Renata Amaral é jornalista, agitadora cultural e blogueira. Acha que a vida pode ser leve e descomplicada como os posts que produz. É mãe de Tarsila e adora conhecer gente descomplicada. Mas a malas sem alça e/ou pessoas que se acham, prefere o aconchego de sua casa.
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