
O Convento (2023). Créditos: Divulgação
O Convento não é tão ruim, mas está longe de ser bom
Bruno Oliveira
Enfim o gênero de terror descobriu que a figura da freira pode ser assustadora. Invocação do Mal 2 (2016) nos mostrou isso ao nos apresentar a freira demoníaca, Valak. Essa me assustou muito e tenho calafrios até hoje. Não lembro houve algum outro filme que abordasse essa figura, a não ser A Freira (2018), que é um derivado de Invocação do Mal. O Convento traz de volta essa tentativa de horror com freiras, e ao meu ver falha ao propor ser um gênero e entregar outra coisa.
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Grace (Jena Malone) é uma oftalmologista que vive pacatamente entre o trabalho e sua pequena vida social. Ao receber um telefonema com a informação de que seu irmão – que era padre – se matou, ela ruma para a Escócia para tentar entender o que houve. Ao chegar no convento onde seu irmão trabalhava, começa a investigar o que realmente aconteceu. O que ela não esperava era descobrir verdades perturbadoras sobre o seu passado ao mesmo tempo que precisa lidar com uma conspiração de séculos.

O Convento (2023). Créditos: Divulgação
Se propõe a ser terror, mas não passa de um mero suspense
O Convento aparentemente se propõe a ser um filme de terror, o trailer vai muito por esse lado, mas não é. Ainda que possua alguns elementos clássicos que levam a crer nisso, eu não o vi dessa forma, apesar do suspense e o mistério prevalecem a ponto de classificá-lo como tal. O sobrenatural parece rondar o lugar, porém, aos poucos percebemos o que de fato está acontecendo. Embora a sua trama ocorra com muitas falhas, o seu desfecho é interessante, mas não é nada do que o público vai esperar ou querer.
Ele possui aquele clichê que a este ponto da minha vida, não consigo aceitá-lo de bom grado. Aquele ritmo lento com visões sem sentido e com paisagens contemplativas que não levam a lugar nenhum. Dessa maneira, tudo poderia acontecer de forma direta e não enrolar ao ponto de se tornar algo sonolento e desinteressante. No entanto, quando as coisas acontecem, ele melhora. Porém, não é toda hora que isso acontece.

O Convento (2023). Créditos: Divulgação
Coadjuvante de ouro
O ator Danny Huston (O Jardineiro Fiel) é aquele que sempre gosto de chamar de coadjuvante de ouro. Você não sabe quem ele é de nome, mas já o viu por aí em ‘trocentos’ filmes. Um excelente ator com uma grande pinta de vilão e que sempre domina quando está em cena. Aqui, não é diferente. Ele é o melhor ator de todo o longa, de longe. Mesmo prejudicado por um roteiro duvidoso, ainda consegue brilhar, mesmo que sozinho.
Conclusão
Não achei de todo horrível, mas está longe de ser uma obra que recomendo com dedicação. Gostei de seu desfecho e da explicação de tudo o que aconteceu. Não funciona como terror, mas poderia ser mistério. Seu ritmo lento dá sono e é preciso uma dedicação extra para aguentá-lo, mesmo que sua projeção possua por volta de uma hora e meia. Um tempo honesto para obras do gênero. A recomendação fica apenas para os fãs mais ferrenhos do estilo.
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O Convento – Trailer do filme
O Convento – Ficha Técnica do filme
Título original: Consecration
Direção: Christopher Smith
Roteiro: Christopher Smith e Laurie Cook
Elenco: Jenna Malone, Danny Huston, Thoren Gerguson, Janet Suzman, Steffan Cennyd, Ian Pirie, Alexandra Lewis, Eilidh Fisher
Onde assistir: Cinemas
Data de estreia: 27 de julho de 2023
Duração: 91 minutos
País: Reino Unido e Estados Unidos da América
Gênero: Terror, Mistério, Suspense
Ano: 2023
Classificação: –