O ponto de virada da Marvel Studios

Marcus Alencar

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9 de agosto de 2014

E houve um momento no tempo, como nenhum outro, em que os filmes de super-heróis da Marvel encontraram um desafio que somente um deles poderia enfrentar sozinho. Nesse momento, os Guardiões da Galáxia ganharam vida nas telonas. Começo o texto exaltando este ótimo filme porque não se trata apenas de um grande sucesso de bilheteria, como tantos outros baseados em personagens da editora, mas sim de um marco notável na filmografia heroica. Dizem que em time que está ganhando não se mexe e isso, ao meu ver, é um erro tanto na teoria como na prática. Afinal de contas, a autoconfiança em excesso pode ser prejudicial para o desempenho de uma partida. Por esse motivo, a criatividade se faz cada vez mais necessária para dar espaço a ousadia.

guardiões da galáxia filme

Diversão e ação na medida certa

Se alguém comentasse há seis anos atrás que um dia veríamos um guaxinim falante e uma árvore humanoide dando certo nos cinemas, tenho certeza que tal afirmação não seria contestada tendo em vista que no mesmo período o Homem de Ferro ganharia status de personagem nível A na Marvel graças a inspirada atuação de Robert Downey Jr. Sendo assim, o sucesso de Guardiões surpreende ao mesmo tempo em que reafirma a postura ousada da Marvel Studios, o que é fundamental para um futuro longevo e, porque não, cada vez mais ambicioso. Vale lembrar que grande parte das criticas recentes vinham alertando em relação ao excesso de ligações entre os filmes que envolviam os vingadores. Sendo assim, fica a questão em aberto se a quantidade de referências pode ser realmente prejudicial para o sucesso do produto como um todo.

Como exemplos podemos citar Homem de Ferro 3, dirigido por Shane Black (de Máquina Mortífera e Beijos e Tiros) com Downey Jr. retornando ao papel principal pela quarta vez.  Enquanto a terceira aventura solo de Tony Stark tinha tudo para ser um sucesso devido a uma trama interessante e uma boa escalação de elenco, o que se viu na verdade foi um fiasco em termos de roteiro. Referências desnecessárias aos eventos ocorridos em Os Vingadores e uma adaptação arriscada do vilão principal tornaram o final da trilogia algo digno de ser citado apenas como polêmica nerd. Felizmente, graças as produções anteriores do ferroso o saldo final acaba sendo positivo.

Ótimo filme...só que não.

Ótimo filme…só que não.

Curiosamente, Capitão América 2 – O Soldado Invernal teve um desempenho bem melhor em vários níveis mesmo estando intimamente ligado ao universo dos Vingadores. As presenças de Nick Fury (Samuel L. Jackson) e a Viúva Negra (Scarlet Johansson) dão um tom mais dinâmico para o desenvolvimento da trama e contribuem para a qualidade do resultado final. Claro que o roteiro da dupla Christopher Markus e Stephen McFeely teve um tom muito mais sério e coeso do o escrito por Shane Black, o que pode explicar porque a produção como um todo deu tão certo. Caso os outros filmes Marvel também tentem seguir por esse caminho, fica o exemplo de um equilíbrio bem sucedido entre referências ao universo expandido e cronologia do personagem em questão.

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Com história inspirada no arco de Ed Brubaker, o segundo filme do Capitão América teve um resultado além do esperado

Com direção de James Gunn e roteiro de Nicole Perlman, Guardiões da Galáxia obteve a façanha de apresentar para o grande público o lado cósmico da Marvel de forma independente e criativa. Humor e ação encontraram nesta adaptação o equilíbrio ideal, o que já cria uma receita de sucesso que com certeza deve guiar as próximas sequências. Isso também gera uma expectativa maior em relação as adaptações para o cinema de personagens como Dr. Estranho e do Homem-Formiga, heróis que certamente merecem uma atenção e abordagem diferenciada. O desafio é grande assim como a confiança depositada pelos fãs por conta dos exemplos já citados.

Marcus Alencar

Nerd super-fã de Homem-Aranha e heróis Marvel. Gostaria de ser chamado para os Vingadores mas se contenta em ser blogueiro. Conheça mais sobre seu trabalho em outras equipes no blog e podcast literário do Leituracast.
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