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QUEERLAND | 10 séries LGBTQ+ imperdíveis

Giselle Costa Rosa

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25 de novembro de 2019

A tendência de inclusão de personagens LGBTQ+ em filmes em séries é uma realidade. Mesmo que eles não sejam os protagonistas. Afinal, como constatado pelo GLAAD neste ano, vemos, cada vez mais, o aumento da representatividade queer em produções para TV.

Essas produções tentam reproduzir a realidade ao entorno. Ainda que timidamente e, às vezes, tropeçando no modo como traduzem a vida para as telas. Entretanto, é um avanço e tanto. Isso porque não retratar só os “guetos” traz maior visibilidade. Assim como reduz aquela sensação de que é algo que ocorre longe das pessoas. Pelo contrário. A diversidade é pujante e permeia toda a nossa sociedade. E, de fato, isso está fora do controle de quem quer que seja. Ela apenas ocorre. Cada vez mais visível aos olhos e disposta a não mais ser sufocada pelas barbáries do obscurantismo incrustado na ignorância adjacente.

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Então, para celebrar uma maior representatividade LGBTQ+ nas telas da TV, preparamos uma lista de 10 séries que ajudam a dissolver conceitos errôneos acerca do que é ser queer. Assim como mostrar que pessoas LGBTQ+ estão em absolutamente em todos os lugares e desempenhando inúmeras funções. Enfim, vamos à relação!

One Day at a Time

A série conta a história de uma família cubana-americana. Traz temas atuais, jogando na roda e acendendo boas discussões. Então, prepare-se para discussões acerca do feminismo. Além disso, acompanhamos a jornada de Elena, filha adolescente de Penélope, ao se descobrir lésbica. Ela percebe que se sente mais mexida ao olhar para uma foto da Kristen Stewart do que beijando seu namorado. Em uma família com tradições fortes, assumir-se é um ato de coragem e, claro, causa estragos. Na segunda temporada, Elena conhece Syd, estudante não-binário que acaba virando a pessoa que “sydnifica” tudo para ela. A série também conta com outra personagem LGBTQ+, Ramona, a amiga lésbica e também veterana de guerra de Penélope, que irá ajudá-la a entender a transição de Elena.

Sex Education

Série adolescente cujo protagonista Otis, um garoto antissocial e ainda virgem, sofre por possuir uma mãe psicóloga sexual que, às vezes, acaba invadindo sua intimidade. Surpreendentemente, ele acaba se tornando um guru da sexualidade. O destaque da série fica por conta do personagem Eric Effiong, negro e gay, melhor amigo de Otis. Eric cresceu em uma casa muito religiosa com seus pais e várias irmãs. Sua jornada não será nada fácil. Assim, vemos como é se assumir gay em uma cidade pequena, dentro de uma família religiosa. Coragem é que o define!

Please Like Me

Aqui a coisa é mais realística e menos floreada. Se quer algo mais hardcore, essa é a sua série. Com personagens sinceros, irritantes e diferentes, o espectador acaba por se sentir provocado diante de assuntos como depressão, suicídio e preconceitos. Sim, a vida não são só flores e, justamente por isso, Please Like Me cativa e prende a atenção diante de sua trama cheia de reviravoltas. Nessa produção australiana, o personagem Josh, na faixa dos 20 anos, descobre que é gay quando sua namorada resolve terminar o relacionamento de longa. Ele não concorda muito, reluta nesse processo de aceitação. E, no meio dessas descobertas, também precisa lidar com a depressão de sua mãe, bem como o relacionamento complicado com seu pai, que já está em outro casamento. Com diálogos sinceros, usa o humor irônico e ácido, que apesar de ser montado como comédia, bate forte nos desavisados.

Pose

A produção é ambientada na Nova York no final da década de 1980. “Mães” abrigam jovens LGBTQ+ que foram expulsas de suas casas numa época marcada pela ascensão da cultura dos  bailes que revolucionou a comunidade LGBT+. Um exemplo de representatividade. A série tem o maior elenco transgênero da história da televisão mundial. São em torno de 50 pessoas, à frente e atrás das câmeras, envolvidas na produção e na atuação. Billy Porter ganhou um Emmy 2019 de Melhor Ator em Série Dramática por seu trabalho em Pose.

Years and Years

Essa série não tem o protagonismo LGBTQ+. Contudo, tem um casal gay que representa bem como intolerância política pode afetar essa parcela da sociedade. Os episódios acompanham uma família de classe média inglesa num período de 15 anos, a partir de 2019. Numa realidade distópica, os regimes de direita que floresceram na última década seguem no poder e ganharam ainda mais força. O mundo mergulha no populismo, nacionalismo e obscurantismo atrelados aos regimes totalitários. Os personagens se deparam com um conflito aberto entre EUA e China, bem como uma falência bancária em cadeia, fronteiras fechadas, campos de refugiados e de concentração e retrocessos em todas as liberdades.

The Fosters

O bacana dessa série, produzida por Jennifer Lopez, é o tema da adoção por pessoas do mesmo sexo. Aqui a base da família é sustentada por um casal inter-racial lésbico composto por Stef (Teri Polo) e Lena (Sherri Saum) que viram mães de 5 filhos, onde Brandon (David Lambert) é o único filho de sangue. O casal passa por situações comuns diariamente, como problemas na escola, com amor e família. Com a variedade de idades e etnias grande, logo aparecem os problemas de relacionamento, questões raciais, adotivas e de gênero. Essa produção pode ser considerada como uma das melhores ao abordar a representatividade. Marcou por mostrar um dos primeiros personagens transgêneros em que o ator também passava pelo mesmo processo na vida real.

Noah’s Arc

A história aborda a vida de Noah, um aspirante a roteirista de cinema que tenta encontrar sucesso na profissão e em sua vida amorosa. Como os protagonistas são negros e gays, essa série foi sucesso, TV a cabo dos Estados Unidos, em 2005. Em suas desventuras, Noah é acompanhado pelos amigos Alex, um orientador de pessoas portadoras do vírus HIV; Ricky, dono de uma loja de roupas e um sujeito sexualmente instável; e Chance, que tenta manter um relacionamento equilibrado com o namorado, Eddie, e a filha dele.

Atypical

A segunda temporada da série Atypical, que aborda o tema autismo e adolescência, aborda a descoberta a sexualidade fluida por Casey, a irmã do protagonista Sam. Ela rouba completamente a cena ao se deparar com um turbilhão de sentimentos inéditos. Enfrentando muitos conflitos na vida pessoal e no seu relacionamento com Evan, Casey enxerga em Izzie um refúgio. Então, o que parecia ser apenas amizade, começa a ser uma relação espontânea e íntima. Essa temporada demonstra bem como pode ser confuso e difícil assumir algo, principalmente para si mesmo.

Grey’s Anatomy

Esse novelão, com sua incrível marca de 17 temporadas, trouxe para a TV o casal lésbico maduro composto por Callie e Arizona – um dos casais LGBTQ+ mais celebrados da TV. O relacionamento dura um bom tempo, com direito a casamento e filha. Em nenhum momento elas são tratadas de forma diferente na série por serem um casal homoafetivo. Elas ganharam uma importância grande em termos de representatividade. No entanto, essa representação teve suas falhas.

A primeira foi o desinteresse de enfrentarem juntas as diversidades. Por exemplo, na mudança repentina do caminho profissional oferecida a Arizona, que foi um recurso reutilizado pela autora na saída de Callie da série. Em seguida, Callie engravida e novamente o triângulo com Mark Sloan é criado. A sensação é que em um relacionamento de uma bissexual e uma lésbica sempre tem de existir um homem hétero no meio – uma falha na representatividade da comunidade bissexual. A problemática é o velho estereótipo da bissexualidade que colocou a personagem Callie como indecisa, que não sabia o que queria e, por isso, sempre procurava algo fora do relacionamento quando as coisas iam mal.

Gentleman Jack

Série de época da HBO. Gentleman Jack conta a história de Anne Lister, uma mulher lésbica que viveu no interior da Inglaterra, em meados do século 19. Ela ousou se impor contra a sociedade da época. Baseada em fatos reais, a série coloca a personagem em situações nas quais é impossível não traçar paralelos com a sociedade atual. Anne é malvista por ser lésbica, rejeitar roupas suntuosas de donzelas, ter postura e atitudes masculinizadas e, acima de tudo, fazer trabalhos considerados de homens. Mas ela não estava nem aí para a opinião dos outros. Segundo consta, nos diários secretos escritos por Anne Lister, desde quando tinha 15 anos até sua morte, com 49, havia relatos com mais de 4 milhões de palavras que exemplificam como era ser uma mulher na Inglaterra nos anos 1800. Além das descrições de sua vida sexual em detalhes.

Giselle Costa Rosa

Integrante da comunidade queer e adepta da prática da tolerância e respeito a todos. Adoro ler livros e textos sobre psicologia. Aventuro-me, vez em quando, a codar. Mas meu trampo é ser analista de mídias. Filmes e séries fazem parte do meu cotidiano que fica mais bacana quando toco violão.
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