Radio Front

Radio Front celebra aniversário de álbum com olhos no futuro

Guilherme Farizeli

|

30 de setembro de 2020

Radio Front “sintoniza” várias influências com contornos do rock alternativo, abordando estilos como o punk, o stoner e o grunge e, dessa forma, transmite para o público atmosferas profundas e mensagens reflexivas.

A saber, o quinteto carioca é composto atualmente por Felipe Nova (vocal), Leo Bourseau (bateria), Marcelo Moreira (baixo), Jon Marques (guitarra) e Bruno Moreira (guitarra).

O primeiro álbum de inéditas da banda foi lançado em 2018 e contou com produção e mixagem de Luiz Freitag e Jon Marques, assim como foi masterizado por Chris Hanzsek, que já trabalhou com as bandas Soundgarden, The Melvins e Far From Alaska.

Confira nosso bate-papo com o grupo:

ULTRAVERSO: Fala, galera! Obrigado por conversarem com o Ultraverso! Como surgiu a Radio Front? De onde veio a ideia de montar a banda nessa formatação atual, com letras em inglês?

Leo: Obrigado a vocês pelo convite! A princípio, a banda foi formada por três amigos de escola: FelipeMarcelo e Bruno, que tocavam em um estúdio improvisado dentro de casa. Posteriormente, o Felipe foi pra Hollywood estudar canto e lá foi convidado para fazer uma apresentação em um programa chamado Koolak’s Woodshed.

Marcelo: Logo depois, voltando ao Brasil, começamos a compor em inglês devido ao tempo que ele passou nos EUA e a maioria das nossas influências, que eram bandas que cantavam em inglês.

Mais ou menos um ano depois conhecemos o Leo, que a princípio foi chamado pra gravar a bateria da nossa nossa primeira demo, mas gostamos tanto dele que o chamamos para entrar na banda.

Quais artistas vocês apontariam como suas maiores influências?

Bruno: Nossas influências vão desde blues como B.B.King, Eric Clapton, Muddy Waters, passando pelo grunge, como Pearl Jam, Nirvana, Alice in Chains, assim como artistas do punk como Rancid e Green day, até no metal, como System of a Down e Lamb of God.

Todos têm influências muito diversas, entretanto, na hora de compor, todos conversam em um idioma muito parecido e todas essa influências combinadas dão o som da Radio Front.

Recentemente, o álbum de estreia ‘Into the Rain’ completou dois anos de seu lançamento. Vocês celebraram com uma série de posts nas redes sociais, contando histórias da tour e da época. Como foi o aprendizado durante aquele período?

Bruno: O lançamento do primeiro álbum é um momento de muito orgulho para qualquer banda. Nós ficamos super felizes com o resultado, pois foi um processo longo e nada fácil, mas que valeu a pena.

Por fim, quando tudo finalmente ficou pronto, fizemos uma reunião e sentamos todos para escutar o disco pela primeira vez. Foi um momento incrível (tiveram até palmas)!

Acho que todo o processo de concepção e criação até o lançamento do ‘Into The Rain’ serviu para consolidar a nossa “identidade sonora”. Portanto, esse disco com certeza tem um pedacinho da alma de cada um que trabalhou nele.

O quanto vocês acham que estão diferentes de lá para cá?

Leo: O primeiro álbum é a essência da banda. Portanto, não começamos a compor pensando exclusivamente em um estilo de música. Apenas trocávamos ideias e tocávamos juntos e ficaram no álbum as músicas que mais gostamos naquela época.

Hoje, estamos todos evoluindo como músicos e o Marcelo até começou a estudar produção musical. Acho que mantemos o mesmo espírito de não nos preocuparmos com uma estética específica.

Porém, estamos sempre procurando trabalhar fora da zona de conforto e lançar musicas de qualidade sem fazer mais do mesmo.

(Divulgação/Radio Front)

Uma das principais diferenças é a entrada do guitarrista Jon Marques na banda. Como rolou essa decisão?

Marcelo: Durante o processo de gravação do ‘Into the Rain’ com a banda e os produtores da Musark que são o Jon e o Luiz Freitag, criamos uma relação com eles que foi muito além do profissional.

Um tempo depois do lançamento do disco, nosso guitarrista Victor Larcher decidiu se afastar da carreira como músico por motivos pessoais e ficamos um bom tempo buscando um guitarrista que abraçasse o nosso som. Ótimos guitarristas passaram pela banda neste meio tempo até que chamamos o Jon para fazer um show no fim do ano passado e foi incrível!

Todos nós concordamos que não haveria ninguém melhor pra entrar na banda que o produtor do nosso primeiro disco. Daí fizemos o convite e ele aceitou.

Acham que essa perspectiva privilegiada que ele teve naquele momento pode ajudar no desenvolvimento do trabalho a partir de agora?

Marcelo: O Jon entendeu desde o inicio o que a banda queria ser e nos ajudou a desenvolver parte do que a gente é. Ele nos conheceu em uma dinâmica de banda x produtor, e agora como membro da banda fica muito fácil compor.

Já aconteceu de darmos de cara com a parede em algumas composições e o Jon encontrar uma solução para seguir adiante. A gente brinca, dizendo que ele sempre foi um membro da Radio Front.

Também recentemente, vocês lançaram “Pandora“, um colab incrível com a galera do Vooduo e com Phil Machado, guitarrista do Detonautas. Como surgiu essa parceria e como foi o processo de composição da canção?

Leo: Logo no começo da pandemia, o Rapha (baterista da Vooduo) e o Felipe estavam morando juntos. Em algum momento, o Rapha mostrou para o Felipe a trilha de uma composição que estava criando para uma websérie.

Meio como quem não queria nada, o Felipe pediu para experimentar colocar uma voz e letra em um trecho da composição e os dois ficaram muito empolgados com o resultado.

Como o Phil e o Rapha também são amigos, ele acabou escutando o que estava acontecendo com a música e se empolgou junto, daí essa parceria acabou sendo firmada.

Como tem sido esse período de quarentena para vocês? Podemos esperar novidades em breve?

Bruno: Está sendo um período muito difícil para todos, tínhamos muitos planos para 2020, tivemos que desmarcar muitos shows, e trabalhar em composições a distância atrapalha bastante, mas não paramos nunca de trabalhar em nossos projetos, então sim, fiquem no aguardo que vem coisa boa em breve.

O mercado da música está cada vez mais diferente, mais democrático e também mutável. Como vocês enxergam a cena do rock no Rio de Janeiro? E qual espaço é ocupado pelo rock no Brasil hoje?

Marcelo: Sempre foi difícil trabalhar com arte no Brasil, principalmente no rock, que ainda é um cenário muito dominado por bandas covers.

Nós acreditamos que como artistas, devemos nos juntar com artistas que como a gente, trabalham dobrado para obter uma boa qualidade sonora e para fazer o show ser um espetáculo para o público.

Acompanhe o trabalho da Radio Front

Instagram
YouTube
Facebook
Twitter
Spotify
Deezer

Quer aparecer aqui também?

Então você é artista e acha que não tem muito espaço? Fique à vontade para divulgar seu trabalho na coluna Contra Corrente do ULTRAVERSO! Não fazemos qualquer distinção de gênero, apenas que a música seja boa e feita com paixão!

Além disso, claro, o (a) cantor(a) ou a banda precisa ter algo gravado com uma qualidade razoável. Afinal, só assim conseguiremos divulgar o seu trabalho.

Enfim, sem mais delongas, entre em contato pelo e-mail guilherme@ultraverso.com.br! Aquele abraço!

Guilherme Farizeli

Músico há mais de mil vidas. Profissional de Marketing apaixonado por cinema, séries, quadrinhos e futebol. Bijú lover. Um amante incondicional da arte, que acredita que ela deve ser sempre inclusiva, democrática e representativa. Remember, kids: vida sem arte, não é NADA!
O que sabemos sobre Wicked Boa noite Punpun Ao Seu Lado Minha Culpa Lift: Roubo nas Alturas Patos Onde Assistir o filme Lamborghini Morgan Freeman