Relato de um sonho realizado: Shows do The Cure no Brasil levam fãs à loucura
Colaboração
Texto: Jackson Sarda
Já passavam das 8 horas da noite de sábado, quando de repente as luzes se apagaram no palco do Anhembi, em São Paulo. Era a certeza de que, após 17 anos de longa espera, a banda The Cure estava de volta ao Brasil. A simples imagem de Robert Smith entrando em cena já foi o suficiente para emocionar muita gente. Após a introdução, as canções “Open” e “High” colocaram muito marmanjo aos prantos. A aparição de “Lovesong” tratou de levantar de vez quem ainda não tinha se dado conta de que se tratava de um show do The Cure. Com nada mais nada menos que 40(!) canções, a banda levou ao delírio os fiéis e devotos seguidores. Tanto os fãs mais antigos como as novas gerações puderam se deliciar com um show único, capaz de mudar as direções da vida de uma pessoa. Por mais de três horas ininterruptas, a banda desfilou seus inúmeros sucessos e outras músicas menos conhecidas, sem tirar a atenção por quase nenhum momento da plateia, que entrou em êxtase com a qualidade técnica e a entrega dos músicos.
Com pouco tempo para respirar, várias sequências no setlist chamaram a atenção. Ainda na primeira parte do show, “Inbetween Days” e “Just Like Heaven” fizeram todos cantar e pular intensamente. “Pictures of You”, “Lullaby” e “Fascination Street” fizeram com que os fãs do álbum “Disintegration” tivessem literalmente “orgasmos internos”. “Shake Dog Shake” e “Charlotte Sometimes” trataram de valorizar os colecionadores dos álbuns ao vivo dos anos 80. “Mint Car” e a incrível “Friday I’m in Love” proporcionaram uma marcante viagem aos anos 90. “Trust”e “Want” fizeram essa confirmação em grande estilo. As lágrimas foram inevitáveis. O sonho estava sendo realizado.
Após uma segunda etapa um pouco mais obscura, onde se destacou a canção “If only tonight we could sleep”, a parte final do show foi um espetáculo à parte. “The Lovecats”, “The Caterpillar” e o clássico “Close To Me” fizeram o veterano Robert Smith dançar como uma criança. A alegria seguiu incontida em “Let’s Go to Bed” e “Why Can’t I be You?”. E para encerrar esse épico concerto, “Boys Don’t Cry, “10:15 Saturday Night” e “Killing Na Arab” provaram que garotos choram, e muito, quando uma banda chamada The Cure aparece e realiza os sonhos de seus privilegiados fãs.
São Paulo e Rio de Janeiro tiveram muita sorte em receber um show dessa categoria. Todos os músicos da banda em notável sintonia. E Robert Smith, um artista único, uma espécie em extinção nos dias atuais.
Muito Obrigado, The Cure! Esse show ficará na memória, para todo o sempre…
Hasta La Vista!