Resenha de Show | Dream Theater no Vivo Rio

Gabriel Meira

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6 de outubro de 2014

Dream Theater, a banda de metal progressivo que  completa trinta anos em 2015, esteve novamente na Cidade Maravilhosa (Nosso amado Rio de Janeiro) neste último Domingo (05), dia de eleições, show que começou às 20h30. O Vivo Rio estava lotado por fãs de diversas idades e até houve um pequeno atraso, mas enquanto ajustavam os detalhes para o começo, abusaram de recursos audiovisuais incluindo animações da banda. Um exemplo foi o símbolo projetado na cortina com uma música instrumental de fundo totalmente psicodélica que dava o clima  para a entrada dos músicos.
>>> Resenha de Show | Dream Theater no Teatro das Américas (SP)!
A primeira música , “The Enemy Inside” , deu o tom da maior parte do show com muita agitação dentro do palco com o vocalista  James Labrie inquieto e com a animação espontânea do público. Mesmo quando não cantavam juntos, pulavam. A fisionomia da plateia estampava a animação pelo que presenciavam naquele momento tão efêmero.
A banda fez jus ao ter teatro no nome e tornou o show em um espetáculo dividido em atos. No final da primeira etapa o Dream Theater tocou “Enigma Machine” destacando os solos da guitarra de John Petrucci. As viradas da bateria de Mike Mangini reacendiam o público nas longas músicas entre 6 e 10 minutos de duração. A faixa citada abriu o grande solo de Mike e percebi que muitos fãs ainda tem uma certa retração ao baterista. Apesar de ter um talento indiscutível como grande músico, Mike Mangini esteve na polêmica saída do ex-baterista, xará e um dos fundadores da banda Mike Portnoy. No decorrer do show era possível acompanhar a lamentação dos fãs sobre a substituição.
De volta ao show, o solo citado acima foi emendado em “Along the Ride” que deu uma tranquilidade com uma intro em voz e violão. Antes de acabarem o primeiro ato do show o grupo tocou “Breaking all Ilusions” – uma das faixas com mais de 10 minutos – intensificando a maratona de quase duas horas de show. Houve um intervalo de 15 minutos e o tempo serviu para um possível descanso dos músicos que fizeram uma longa jornada em terras tupiniquins.
Após o intervalo, o Dream Theater iniciou o segundo ato com pressão da guitarra e bateria em “The Mirror” que levantou novamente os fãs. O clima intenso do show retornou e parecia que a voz do vocalista James melhorava a cada momento sempre utilizando mais do agudos e das longas extensões de notas ao manter uma boa extensão vocal mesmo com os instrumentos pulsando aceleradamente. Uma das músicas mais longas da noite foi tocada na metade do ato com aproximadamente 20 minutos (afff!) e com mudanças extremas. Os fãs que os fãs que não conhecem a banda profundamente pode ter sentido dificuldade de acompanhar diversas músicas emendadas. O público ficava disperso em músicas longas, mas a questão era contornada com uma boa virada da bateria ou um solo da guitarra.
A música final não poderia ter sido melhor escolhida! Com “Finalle Free’’ o público teve uma intensa sensação de liberdade – como cita o título -, claramente extasiados pelo que ouviam e ao mesmo tempo exaustos pela longa noite de show. James falou: “Você está mais uma vez rodeado por uma luz branca brilhante. Permita à luz guiá-lo para longe do seu passado e quando a luz se dissipar você lentamente voltará à sua consciência’’. A maioria dos fãs obedecia e conseguia sentir o que era dito, se entregando como se fosse um adeus ou um até logo para a banda que conseguiu fechar o show com uma música lenta em comparação às outras e mesmo assim prendeu o público durante todo os primeiros minutos de música.
O show de Dream Theater tentou unir diversas mídias artísticas como o audiovisual, o teatro das letras que sempre contam histórias de encontro a música e mostrava clipes da banda ou animações exclusivas. James Labrie conseguiu manter sua voz durante todo o tempo com uma ajuda das intercalações entre músicas cantadas e instrumentais. Entre os solos dos músicos, John Myung fez um excelente papel no baixo com uma atuação sempre cirúrgica nas marcações dos tempos e em suas magistrais técnicas. John Petrucci, Mike Mangini e Jordan Rudess – respectivamente guitarrista , baterista e tecladistas -, tiveram seus momentos de solo durante todo o show onde esbanjaram técnica e criatividade.
Foi um grande show em tamanho e conteúdo com aproximadamente 3 horas com músicas clássicas da banda e as mais atuais. O setlist heterogêneo agradou os fãs de diversas idades que faziam um encontro de gerações no Vivo Rio. A técnica musical satisfez todos que estudam profundamente as composições, seja em estúdio ou performances ao vivo. Foi uma apresentação envolvente e e estimulante para aqueles que são verdadeiros fãs da banda. Um show histórico no Rio de Janeiro.
Setlist – Dream Theater no Vivo Rio, 05/10/2014

  1. The Enemy Inside
  2. The Shattered Fortress
  3. On the Backs of Angels
  4. The Looking Glass
  5. Trial of Tears
  6. Enigma Machine
  7. (drum solo by Mike Mangini)
  8. Along for the Ride
  9. Breaking All Illusions
    Act 2
  10. The Mirror
  11. Lie
  12. Lifting Shadows Off a Dream
  13. Scarred
  14. Space-Dye Vest
  15. Illumination Theory
    Encore:
  16. Overture 1928
  17. Strange Déjà Vu
  18. The Dance of Eternity
  19. Finally Free

Gabriel Meira

Formado em cinema e apaixonado por todo tipo de arte, assiste de tudo, mas tem suas preferências pelos filmes que trabalham com o psicológico. Acredita na evolução do cinema nacional, assim como sua influência na educação.
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