RESENHA | ‘O Cavaleiro de Rubi’ reune o melhor de Tolkien e George R. R. Martin

Leandro Stenlånd

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17 de outubro de 2016

O Cavaleiro de Rubi conseguiu manter o mesmo nível de leitura de seu antecessor, com algo fluido sem cair de produção e também sem mostrar um livro enfadonho e entupido de marasmo, afinal depois de conhecermos o mundo, os personagens e os eventos que nos levaram pelo início dessa história, normalmente as trilogias de fantasia tendem a derrubar o ritmo em seu segundo volume ou até mesmo do terceiro.

Partindo de onde terminou o primeiro livro, após ter pistas de como curar a Rainha envenenada e aprisionada no diamante, o autor cria uma missão distante que nos leva para dentro do que poderia ser um road movie num livro de fantasia medieval. Enquanto conhecemos a trajetória incomum de Sir Sparhawk, encontraremos os laços inusitados que levaram este impetuoso e sarcástico soldado Pandion a este momento. A cura da Rainha é vital para não somente os Elenos, mas a todo vasto território que o sol possa vir um dia a tocar. O Primado Annias não deve subir ao trono, pois o caos reinará de forma que toda a existência estará em jogo, sabendo disso Sir Sparhawk contará com uma ajuda de seu amigo de infância Sir Kalten, o voraz. Os cavaleiros Sir Tynian, o conjurador; Sir Bevier, o incorruptível; Sir Ulath, O gigante; Berit, o jovem Pandion em treinamento; Talen, o ladrão; Kurik, amigo e fiel escudeiro e a feiticeira Styrica Sephrenia ao lado da misteriosa Flauta, uma criança excepcional formaram essa comitiva incomum que não teme a morte.

A todos esses elementos, é adicionada a batalha entre deuses. Sir Sparhawk, guardião da igreja sagrada e cavaleiro, terá que enfrentar Azash, um deus ancião. Tal divindade é muito poderosa e retém os meios mais sombrios e sujos para derrotar aqueles que não se curvam diante dele. Isso aumenta ainda mais a tensão durante a obra que prende o leitor de uma forma sem precedentes. O sobrenatural fica ainda mais ameaçador nesse segundo livro e servirá como elemento importante para nos apresentar o Rastreador, com seu manto negro, e para o retorno de Ghwerig, a versão de Eddings para criar o seu próprio Gollum, sendo o responsável por esculpir a jóia mágica em formato de rosa. Sem contar que a magia e o sobrenatural que nos leva ao final desse segundo livro para nos surpreender de maneira magnífica, sem esperarmos pelo que poderia acontecer.

capa-1A influência de Tolkien é clara em seu universo e personagens, ainda mais nesse segundo livro, porém buscou se diferenciar ao explorar melhor a intriga política, mostrando um pouco mais sobre a ordem de Cavaleiros Pandion e as questões religiosas da Trilogia Elenium, nos fazendo entender melhor sobre a ganância e o nível de comprometimento de alguns personagens para com os antigos e novos deuses.

A comitiva de Sparhawk, com Sir Kalten, Sir Ulath, Sir Tynian, Sir Bevier, Berit, Talen, Kurik, Sepherenia e Flauta, tem sua fama espalhada por Eosia, contribuindo para a narrativa. Todos eles também fazem parte do humor que alivia as batalhas sangrentas e no faz relaxar em meio ao nível máximo de urgência que o livro possui.

O interessante é que na trama não há somente conflitos bélicos envolvendo humanos, mas também conflitos entre deuses, focados no sobrenatural. É quase como uma disputa ala ‘kratos’, onde os poderosos deuses estão em constante disputa para garantir a sua supremacia no panteão do imaginário humano enquanto alguém tenta salvar a pele humana.

O Cavaleiro de Rubi tem todos os elementos capazes de fazer dele um livro ainda melhor que o primeiro volume e prepara o terreno para uma grande conclusão em A Rosa Safira. Quanto à parte física, pode-se mencionar que a série continua mantendo o alto nível. A capa é tão bonita quanto a anterior e a diagramação continua tendo a mesma estrutura: bem construída e confortável; apesar da letra ter um tamanho apenas mediano, a boa tradução e revisão facilitam a leitura.

O Cavaleiro de Rubi é uma boa obra e vale persistir na série pelo maior aprofundamento dos personagens e pela promessa de um terceiro livro sensacional, que tem tudo para ser o melhor da trilogia.

FICHA TÉCNICA

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PESO 0.575 Kg
CÓD. BARRAS 9788576572879
NÚMERO DA EDIÇÃO 1
IDIOMA Português
ANO DA EDIÇÃO 2016
PRODUTO SOB ENCOMENDA Sim
MARCA ALEPH
I.S.B.N. 9788576572879
ALTURA 23.00 cm
LARGURA 16.00 cm
PROFUNDIDADE 0.02 cm
NÚMERO DE PÁGINAS 376
ACABAMENTO Brochura

Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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