REVIEW | ‘ACE COMBAT 7’

Felipe de Andrade

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11 de fevereiro de 2019

Acabou a longa espera por um Ace Combat da série principal. Claro que a saudade foi maior para os fãs da família Playstation, pois há quase 15 anos Ace Combat 5: The Unsung War – ou Squadron Leader em algumas partes do mundo – chegou ao PS2 pela então Namco, sem Bandai no nome ainda. O próximo jogo numerado, Ace Combat 6: Fires of Liberation chegou com exclusividade para Xbox 360 em 2007, deixando os sonystas órfãos deste título. Chegou a sair um spin-off para os dois consoles chamado Assault Horizon, que não fez tanto sucesso em 2011. Em 2014, Ace Combat Infinity foi lançado ao estilo free-to-play para o Ps3, muita gente jogou enquanto pode, já que o game foi desativado em 2018. Agora a espera acabou e Ace Combat 7: Skies Unknown finalmente chegou para Ps4 e Xbox One em 18 de Janeiro e em 01 de Fevereiro para PC, pelo estúdio Project Aces, que toma conta da franquia para a Bandai Namco.

A série clássica que mistura os estilos simulador de pilotos de jatos de guerra e Arcade volta em sua melhor forma com Skies Unknown. Com uma ótima trilha sonora, jatos criados com perfeição, cenários realistas e uma jogabilidade viciante, o jogo traz uma grande sensação de liberdade enquanto caçamos jatos inimigos para explodir, se é que isso faz sentido. O jogo novo é mais um que se passa no universo alternativo de Strangereal, onde os últimos jogos também acontecem. Conceito que foi criado durante o desenvolvimento de Ace Combat 4 e mantido nos jogos que foram desenvolvidos a partir daí. A princípio era chamado apenas de “Strange Real World”, ou Mundo Real Estranho, pelo estúdio que desenvolve a série, e nada mais é do que uma Terra fictícia onde se passa a história dos jogos. Esta Terra tem divisões de territórios com tamanhos e nomes diferentes para cidades, países, continentes. etc. Como não poderia deixar de ser, existem vários acontecimentos históricos diferentes da nossa realidade, com alguns deles sendo mostrados na maioria dos jogos anteriores da franquia Ace Combat.

A trama por traz do jogo se inicia durante um tipo de Guerra Fria, que posteriormente se torna um conflito real, sendo conhecido como a Segunda Guerra Continental, que tem como principais antagonistas o Reino de Erusea e a Federação de Osea. Controlamos o piloto de codinome Trigger, um membro da Forças Pacificaforas Internacionais da União que é forçado a entrar na guerra junto com seu esquadrão quando o acordo de paz entre Erusea e Osea é quebrado. Após algumas missões de reconhecimento e defesa de território, Trigger é designado para uma missão de resgate ao ex-presidente de Osea, que foi mantido como refém desde que a guerra foi declarada em um elevador espacial multinacional. A missão não acaba da melhor maneira e Trigger acaba considerado culpado pela morte do ex-presidente e condenado pela corte-marcial das Forças Pacificadoras Internacionais da União.

Ele precisará então cumprir sua pena ligado ao esquadrão 444 da Base da Força Aérea Oseana, esquadrão formado apenas por condenados que ficam em uma base projetada para atrair fogo inimigo, ou saem em missões de reconhecimento com alto nível de perigo por serem descartáveis, com isso dando a oportunidade do contra-ataque para a Força Aérea. Pode parecer confuso no início, mas com o tempo conseguimos decorar os nomes e também é importante prestar atenção nos diálogos durante as missões e nas instruções passadas antes de levantar voo.

Todas as missões são muito bem balanceadas e, apesar de serem parecidas para quem estiver apenas assistindo, cada uma tem objetivos diferentes e inimigos com níveis de dificuldade e de IA distintos. Perseguir caças pelos céus realistas de Ace Combat 7 é muito divertido e a cada missão concluída a jogabilidade parece melhorar. Em algumas podemos entrar no meio das nuvens para tentar se esconder dos inimigos ou evitar ser atingido por mísseis, ou também ficar fora do campo de visão e atacar inimigos sem ser visto. Mas há um perigo, pois os motores do jato podem congelar ou até serem atingidos por grandes descargas elétricas em nuvens mais carregadas, desestabilizando o sistema e causando até a queda da nossa aeronave.

O jogo conta com um sistema de controle bem completo, com os gatilhos L2 e R2 usados para acelerar e desacelerar, tomando cuidado para não diminuir demais a velocidade para não causar a queda da nave. L1 e R1 para guinar para esquerda e direita, pressionando o touch alteramos a exibição do radar, X usa o disparo básico ou metralhadora, círculo dispara mísseis ou armas especiais, quadrado muda a arma e triângulo altera o foco no alvo. Com o L controlamos a nave, o R controla a câmera – que é muito confusa por girar rápido demais –, R3 muda o ângulo da visão e, por último, L3+R3 liberam Flare, que serve para confundir os mísseis inimigos, fazendo com que errem o alvo. Lembrando que este review foi feito utilizando um Ps4 com o controle dualshock4, e que o jogo também é compatível com controles do tipo manche, para os mais aficionados.

O jogo possui 3 modos, o Campanha, o Multijogador e, no PS4, o modo de Realidade Virtual para ser jogado com o conjunto PSVR. Na campanha, jogamos seguindo o desenrolar da história do jogo em si, realizando as missões principais. É possível voltar e jogar as missões quantas vezes quiser, acumulando pontos para trocar por naves novas, armas e melhorias na guia Árvore de Aeronave, melhorando seu equipamento para garantir resultados cada vez melhor ao personalizar cada um dos jatos que adquirimos. No Multijogador entramos em combate on-line de dois tipos apenas com 8 jogadores no total. Batalha Real com todos os jogadores como inimigos e a partida termina quando alguém faz 100.000 pontos ou quando o tempo acabar. E Mata-mata em equipe, dividindo os jogadores em 2 times com 4 jogadores, e o lado que atingir 250.000 pontos ou fizer mais pontos quando o tempo terminar ganha. São apenas 2 modos simples mas que são diversão garantida.

O modo Realidade Virtual, que é exclusivo para o PlayStation 4, infelizmente não pude testá-lo por ainda não possuir o equipamento necessário, mas a descrição oficial diz que “contém conteúdo especial inédito na campanha e modos on-line. Jogue missões exclusivas, assista a shows aéreos e experimente o que é ser um piloto ao decolar ou aterrissar em terra ou em um navio de guerra”. Esse modo promete ser uma das experiências mais imersivas no quesito VR até hoje. Há possibilidade de apenas virar a cabeça para ver as naves inimigas durante as missões sem ter que virar o jato todo para acompanhar seus alvos por conta de uma câmera fixa ou apenas aproveitar o visual incrível do jogo ao voar pelos céus, dá vontade de investir no kit de VR do Ps4.

O jogo possui gráficos lindos, céus bem realistas e passa com muito capricho a sensação de como deve ser voar por dentro das nuvens, com direito a raios e uma chuva que fica linda na tela. Os jatos são cheios de detalhes e foram construídos com um capricho do estúdio, eles lembram a qualidade visual dos carros dos jogos da série Gran Turismo. As naves têm apenas 2 detalhes que podem incomodar algumas pessoa, mas que não atrapalham em nada a jogabilidade, que são: os pilotos não se mexem nunca, parecendo bonecos sentados na cabine, e o outro é que quando atiramos os mísseis, outros aparecem magicamente no lugar. Ver os mapas de perto do chão em voos rasantes ou durante a decolagem ou aterrissagem quebram um pouco a imersão in game, já que os detalhes como árvores, antenas dentre outras coisas aparecem conforme nos aproximamos, fazendo com que o jogo fique mais bonito quando voamos mais alto.

A trilha sonora é muito boa, com músicas que lembram filmes de ação e que combinam perfeitamente com os combates aéreos do jogo. Estão disponíveis dublagens em inglês ou japonês apenas, mas as duas são muito boa. Graças às legendas localizadas em português, não temos problemas para entender os diálogos, menos, é claro, durante os combates mais críticos em que é melhor mirar e acertar os inimigos do que ler as legendas no topo da tela.

VEREDITO

Ace Combat 7: Skies Unknown segue sendo o líder deste estilo baseado em simulação de jatos de guerra, que não tem tantos representantes de peso. Isso não desmerece a qualidade que o título tem, muito pelo contrário, mesmo sendo um jogo de nicho, este promete ser um dos melhores títulos do ano com ação e dificuldade na medida certa em seus combates aéreos, uma ótima trilha sonora e ainda a possibilidade de jogar em Realidade Virtual no PS4.

Contras

– Jogamos com um personagem mudo

– Quanto mais próximo do chão voamos, menos realista o gráfico é, carregando detalhes do cenário conforme nos aproximamos.

– Falta variedade no modo Multiplayer on-line

– É necessário jogar dezenas de horas e realizar missões repetidas vezes para liberar alguns jatos.

Felipe de Andrade

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