REVIEW | ‘Batman: Return to Arkham’ falha como remastered, mas se sustenta na grandiosidade do conteúdo original

Pedro Morel

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30 de dezembro de 2016

Complementando a recente onda de remasterizações de jogos célebres para os consoles da nova geração chega Batman: Return to Arkham, uma coletânea que inclui os dois primeiros games da franquia. Apesar de carregar dois jogos de peso – possivelmente dois dos melhores jogos de super-herói já feitos – a remasterização não faz jus à saga do Cavaleiro das Trevas nos videogames, sendo sustentada quase que unicamente pela grandeza do conteúdo original.

Uma das mudanças mais notáveis com a remasterização está na imagem do game mais nítida e com traços mais bem delineados, porém, com um brilho dispensável. Essa luminosidade excessiva, ausente nos jogos originais, quebra a atmosfera do universo sombrio do Homem Morcego, tornando visível cada pequeno detalhe do cenário. Uma melhora gráfica? Sim. Ideal para jogos como Batman: Arkham Asylum e Batman: Arkham City? Definitivamente não.

A crítica negativa quanto à imagem do game não significa que não há melhorias, mas elas foram mal aproveitadas e poderiam ter um impacto muito maior dado o tempo já passado desde o lançamento dos jogos originais. Com a troca da ferramenta gráfica Unreal 3 para Unreal 4 promovida pela Virtuous, estúdio responsável pela remasterização do jogo da Rocksteady, era de se esperar mais avanços, como um upgrade da performance de 30fps para 60fps, fato que não ocorreu.

Apesar dessa conjuntura, é inegável a beleza do trabalho meticuloso na roupa e capa do Batman que se destaca de forma deslumbrante durante o gameplay, sendo notável da movimentação com o vento aos pequenos detalhes como a chuva que cai no tecido. Outro ponto positivo é a inclusão dos conteúdos adicionais de ambos o jogos, como skins, mapas de combate e o DLC “A Vingança da Arlequina”.

Outra adição bem recebida, essa em especial para o público brasileiro, foi a inclusão de legendas em português para ambos os jogos. Fora isso, o jogo não oferece nenhum extra que já não estivesse nas edições Game of the Year, como behind-the-scenes ou making-ofs dos games, oportunidade explorada por outras remasterizações, mas não por Batman: Return to Arkham.

Independente de tudo, é preciso deixar algo claro: o jogo não é ruim. Sob a ótica de qualquer fã ou indivíduo que nunca tenha jogado esses games anteriormente, Return to Arkham é muito bom, não pela remasterização, mas pelo conteúdo original que transcende o tempo. Elementos como as mecânicas de combate sólidas e fluidas, os gadgets variados e possibilidades de ataques furtivo sensacionais, a liberdade de exploração nesse universo praticamente retirado dos quadrinhos e a trama que faz com que os jogadores se esqueçam que eles estão apenas jogando um game são elementos que permanecem no jogo e fazem dele excelente.

Em suma, o game falha como remastered, mas, tamanha a grandiosidade do conteúdo original, é impossível desgostar da experiência. Para aqueles que já jogaram Arkham City e Arkham Asylum e esperam por melhorias gráficas apenas, o jogo não vale a pena. Mas para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de estar imerso nesse universo ou que já estiveram e anseiam por um retorno à jornada do Cavaleiro das Trevas nos consoles da nova geração, Batman: Return to Arkham é digno de recomendação.

Batman: Return to Arkham foi analisado pela equipe do Blah Cultural no console PlayStation 4.

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Pedro Morel

Um quase estudante de engenharia mecânica. 17 anos. Carioca. Admirador do Carl Sagan. Toca piano e joga video-game nas horas vagas enquanto espera ansiosamente por The Last of Us 2.
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