REVIEW | ‘Destiny 2: Renegados – Legendary Edition’

Felipe de Andrade

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12 de dezembro de 2018

A Bungie, criadora do eterno HALO, incrível franquia de FPS de PCs e Xbox, se juntou com a Activision, dona de outra franquia FPS adorada e premiada ao longo dos anos, e estamos falando de Call of Duty, para criarem “Destiny”. Este é o primeiro game da franquia que nasceu meio que mal das pernas por não ter cumprido o que prometia em 2014, mas que conseguiu se redimir por meio das DLCs pagas que “consertaram o game”, por assim dizer. Em seu lançamento, o jogo não mostrou muito bem a que veio, ora parecia um simples FPS de ação com história bem superficial,  ora um mmorpg de tiro com pouca motivação para chegar ao final. Apenas com os lançamentos das DLCs foi que as coisas foram melhorando para os fãs do primeiro game, com novos vilões, expansão da história, do universo, melhorias na jogabilidade e novas classes e subclasses para aumentar o fator replay e melhorar o gameplay em si. 

Em 2017, apenas um ano depois da última expansão do primeiro game, as duas empresas lançam Destiny 2, sequência do amado/odiado game de tiro em primeira pessoa com multiplayer on-line constante. Desta vez, com a obrigação de se redimir dos erros do passado, de cara já foi vista uma melhoria sobre um dos pontos mais criticados no game anterior, que era trazer uma história mais coesa e desenvolvida para as missões do modo campanha. O gameplay também passou por melhoras como: mais missões extras, chamadas de aventuras, vários eventos públicos e assaltos e a frequente aparição de mais inimigos a todo o momento. Aliás, a quantidade de aliens que devemos matar cresceu, aumentando ainda mais as horas de gameplay. Isso pode ser bom ou ruim, pois há um grande risco de tornar o game mais repetitivo ainda, com a sequência já conhecida: mata, dropa itens novos, passa de nível, mata, dropa itens novos, passa de nível, etc. etc.

Após uma incrível batalha contra o exército do “Todo Poderoso” Dominus Ghaul, o auto-proclamado regente do Império Cabal, chamado de ”A Legião Vermelha”, acaba vitorioso após tomar a cidade e a fonte de poder dos Guardiões. Nesse instante, nosso herói se vê derrotado e quase morto, tendo que seguir com o restante da população que estava saindo do planeta. Chegamos então à chácara que serve de refúgio para os sobreviventes da queda do viajante e também como uma nova base de operações para guardiões sobreviventes.

É possível importar o personagem criado no primeiro jogo ou começar do zero em Destiny 2, o que não faz muita diferença, já que logo no início perdemos todos os poderes com a queda do Viajante, fonte do poder dos guardiões, nos forçando a começar do zero a nova campanha. Logo na primeira missão, nosso eterno companheiro fantasma ressalta que por eles não terem mais acesso à Luz do Viajante, o guardião não poderia ser trazido de volta caso morresse. A partir daí temos que ir até um fragmento do Viajante na Zona Morta Europeia para, justamente, recuperar os poderes e continuar o jogo. Essa situação parece que foi criada apenas para servir com uma reboot na história, para que quem não tenha jogado o primeiro Destiny não fique tão por fora e para quem jogou não ter vantagem sobre os novatos, já que não é possível continuar a campanha do jogo anterior.

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Após a incrível aparição do vilão da vez no início do jogo, ele é visto apenas entre uma missão e outra através de cenas de corte, para somente voltar à ação no final da história da primeira temporada. De certa forma, ele acaba ficando meio esquecido e não sendo tão bem utilizado de maneira mais direta no decorrer da trama principal. Enquanto que, mesmo sem poderes, os líderes dos guardiões aparecem ou pessoalmente ou por meio de comunicação via rádio o tempo todo durante as missões principais. Destaque para Cayde-6, que com seu linguajar despojado e divertido se torna o personagem mais fácil de gerar uma identificação. Em Destiny 2, a jogabilidade se tornou mais fluida e constante, já que vários inimigos comuns, e não apenas os chefões, dropam itens cada vez melhores quando são derrotados. Isto faz com que nosso inventário sempre fique bem completo e variado, contando com itens cada vez mais fortes, tirando um pouco da dificuldade do jogo.

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Após muitas críticas sofridas pelo primeiro jogo, as diferenças entre as classes se tornaram mais claras agora, com as três classes base tendo especialidades próprias. O Caçador se tornou um especialista em armas, servindo como principal ofensivo contra as hordas de inimigos, podendo desviar facilmente de tiros. Já o Titan consegue gerar um escudo de energia que protege os aliados na mira dos inimigos e o Arcano consegue aumentar o dano causado pela equipe ou criar uma área em que a vida de todos ao alcance pode ser renovada. Existem ainda 3 subclasses para cada classe , elas trazem algumas variações entre si para que o fator personalização aumente ainda mais, variando um pouco a jogabilidade.

O cenário com certeza é um ponto forte do jogo, cada mundo contém característica própria, iluminação de acordo com a variação de dia e noite, variedade da vegetação e até veículos presentes em cada um, naves gigantes e exploráveis, bases em alto mar, a superfície e o subterrâneo de Marte, etc. O que fica realmente a desejar é que não há nada para poder interagir nesses mundos, a não ser inimigos aos montes para matar e baús com loots vez ou outra. Quando comparado com o primeiro, também é possível ver que o jogo teve uma leve melhoria gráfica, contando com texturas mais bonitas, novos efeitos especiais e mais coisas acontecendo ao mesmo tempo na sua tela sem que haja uma queda notável de quadros por segundo. Isto faz com que até mesmo a pior batalha do game seja prazerosa de assistir ou de jogar.

A parte sonora do game também deve ter um lugar de destaque, já que conta com uma das melhores trilhas de games atualmente, conseguindo superar até mesmo a já ótima que estava presente no primeiro Destiny. O simples fato de andar pelo cenário se torna épico apenas pelas músicas que rolam durante o decorrer da jornada. Destaque também para a localização e dublagem impecáveis realizadas em Destiny 2. Conforme dito anteriormente, Cayde-6 é um ótimo exemplo de localização e adaptação com suas tiradas de sarro, piadas e seus palavrões como “fruta que partiu”, por exemplo.

A Maldição de Osíris

A primeira expansão de Destiny 2 segue os acontecimentos após o fim da Guerra Vermelha com Osíris, um guardião exilado há tempo e mestre de Ikora Rey. Uma aventura em que precisa de nossa ajuda e da sua própria fantasma, Sagira, para evitar que uma nova ameaça traga problemas para os guardiões restantes, para a humanidade e para o restante da galáxia. A ameaça da vez é Panoptes, um novo líder dos Vex e principal antagonista da expansão, o mesmo rende uma batalha boa contra um novo chefão no planeta Mercúrio. A campanha do DLC dura menos de 4 horas para ser concluída e possui 8 missões adicionais em cenários que se passam no novo planeta. Envolvendo um simulador de vida e viagem no tempo, A Maldição de Osíris traz mais batalhas repetitivas contra inimigos e pouco grau de dificuldade para o guardião que esteja em níveis avançados – eu matei Panoptes com 3 tiros certeiros de um lança-mísseis com 500 de poder. A DLC trouxe mais armas e armaduras, novas aventuras, novos assaltos e mapas do Crisol.

A Mente Bélica

Nesta nova história para o modo campanha que se passa em Marte, devemos ajudar a guardiã exilada Ana Bray enquanto ela investiga o seu passado se utilizando das informações que estão gravadas no banco de dados da Mente bélica Rasputin. Com a assistência de Zavala e de um dragmento do Viajante durante o desenrolar da história, fica claro que mexer com Rasputin não é o único risco aqui. Vemos satélites bélicos caindo pela superfície do planeta e fazendo com que as calotas polares se soltem e derretam, revelando o Núcleo do Rasputin e um antigo exército da Colmeia que estava escondido no subterrâneo. É preciso impedir que a Colmeia tome conta de Rasputin, o que seria o próximo risco para o universo. Destaques para as batalhas contra o vilão da vez Xol, a “Vontade de Milhares”, um deus vermicular da Colmeia e seu arauto, Nokris – com a ajuda da Valquíria, arma suprema criada com a ajuda de Rasputin – que trazem duas das melhores batalhas épicas contra chefes da franquia.

Com apenas cinco missões, A mente Bélica é a menor campanha de uma expansão até agora, podendo ser terminada em menos de 3 horas. O pacote traz ainda novos desafios que aumentam o grau de dificuldade do jogo, segundo os próprios desenvolvedores. Traz também novos itens, armas, naves, atualizações para o Crisol e um novo assalto. O DLC também inclui um novo evento público com 7 ondas seguidas de inimigos, contando com batalhas contra chefões no decorrer do evento.

Renegados

É a expansão mais recente e a que trouxe mais conteúdo até o momento, a começar pela campanha Renegados. Ela nos traz a história mais intensa de Destiny 2, mais até do que a campanha principal do jogo base. Nela, vemos logo no início Cayde-6 sendo morto a sangue frio. Na sequência, voltamos algumas horas no tempo para ver como se deu essa tragédia.

Em uma incursão para investigar uma série de fugas de criminosos do mais alto escalão da Prisão dos Anciões, e consequentemente uma onda de terror na região conhecida como Arrecife, Cayde e nosso guardião são incubidos de descobrir e parar com a causa deste problema. Para isso, contamos com a ajuda de Petra Venj – comandante da antiga rainha da Orla Emaranhada – e do Aranha – líder dos Decaídos para realizar a investigação. Ao chegar na prisão, descobrimos que quem está por trás dos acontecimentos é um grupo chamado Renegados, com Uldren Sov como líder. Enquanto tentamos parar os vilões, nos separamos de Cayde, que protagoniza uma cena digna de grandes filmes de ação, lutando bravamente contra um exército de decaídos sozinho, até que é vencido pelos renegados e morto por seu líder.

Após esses acontecimentos, o Aranha quer saber se pode confiar no guardião para ajudar com a vingança pela morte de Cayde, pedindo para completarmos 5 contratos que, claro, são vantajosos para os dois lados. Com os contratos compridos, o Aranha fornece auxílio por meio de ajudantes durante os combates com hordas de inimigos e conhecimento tático. Conhecimento este utilizado para criar o plano de dividir para conquistar, enfrentando 1 Renegado por vez para só então ter a vingança contra o Uldren ao final da campanha.

Diferente das outras expansões, Renegados tem sua história prolongada, além das suas cinco missões principais, são mais seis aventuras obrigatórias para o desenrolar da história, sempre com um dos chefões no final, e mais os cinco contratos do Aranha que praticamente se torna mais uma missão. Cada um dos chefes que enfrentamos, chamados de Barões aqui, tem uma fase própria com confrontos únicos e nível de dificuldade elevado, são personalidades completamente diferentes e conseguimos perceber isso por meio dos diálogos que temos com cada um. Estes são sinais de que a desenvolvedora escutou os pedidos dos fãs.

Com a intenção de ser a maior expansão de até agora, Renegados trouxe mais missões para o pós-game: uma nova área com um mapa enorme repleta de inimigos dos mais variados, vários novos equipamentos e armas – incluindo a arma do falecido Cayde-6, o Ás de Espadas. Mais uma subclasse com direito a mais um Super, uma nova incursão, o modo Artimanha, novas aventuras, desafios e eventos e, muito mais conteúdo, além de ouvirmos o Guardião falar pela primeira vez. Foram duas ou três frases apenas, mas para quem não falava já é muita coisa. Com tudo isso, a Bungie está fechando com chave de ouro a quarta temporada deste ótimo game. E o que nos reserva a quinta temporada que acabou de começar?

O MULTIPLAYER

O multiplayer é constante em Destiny 2, com vários outros jogadores aparecendo nos cenários ao mesmo tempo que nós, cada um realizando suas missões ou apenas explorando o cenário atirando em inimigos em busca de subir de nível ou itens melhores. Há os eventos públicos que aparecem de tempos em tempos nos cenários, basta que alguém ative, assim quem estiver por perto poderá participar. Outras formas de multiplayer existem e são mais focadas nesse modo, como Assaltos, o Crisol e Artimanha, que veio com Renegados.

Assaltos são partidas de incursão ou invasão com um chefão e recompensas no final, com desafios mais difíceis que a média e contam com esquadrões de até 3 jogadores para realizar os objetivos. O Crisol é o clássico multiplayer da franquia, com disputas entre esquadrões de um a quatro jogadores com diversos modos. Entre eles estão Enfrentamento, o clássico mata-mata; Controle, em que devemos tomar territórios da outra equipe; Supremacia, o objetivo é colecionar brasões de inimigos abatidos e Artimanha, o modo mais recente e complexo. O último é abordado como um modo PvP e PvE híbrido em que duas equipes de quatro jogadores devem disputar entre si em arenas separadas e a primeira a matar o chefão vence. Não disputando diretamente uma com a outra, é necessário enfrentar inimigos no cenário para pegar as Fagulhas derrubadas e depositá-las em um recipiente para pontuar. A cada 5, 10 ou 15 fagulhas depositadas, uma besta é enviada para o mapa concorrente para atrapalhar o progresso do outro time. E com 25 Fagulhas acumuladas, você é a besta enviada ao mapa concorrente para atrapalhar matando quantos do outro time conseguir no processo. Quando o time juntar 75 Fagulhas tem direito a enfrentar o Chefão.

VEREDITO

Destiny 2: Legendary Edition traz tudo o que foi lançado para o game até agora, o que é ótimo, mas peca em não trazer o passe de temporada que garantirá as novas expansões já programadas, Arsenal Negro, Audácia do Curinga e Penumbra. Para quem gosta de um FPS de jogabilidade simples e viciante, com ótimos gráficos, altos níveis de personalização dos personagens e equipamentos e multiplayer competente, Destiny 2 é uma boa opção. Com personagens marcantes, trilha sonora épica e fases bem variadas, o tiroteio rola suave na sua tela enquanto busca armas novas e outros itens para a coleção.

Felipe de Andrade

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