REVIEW | ‘Marvel’s Spider-Man’ é o melhor jogo do Homem-Aranha já feito
Wilson Spiler
|7 de setembro de 2018
Desde que a Sony anunciou que faria um novo jogo do Homem-Aranha para PlayStation 4, as expectativas já ficaram altas para os fãs do aracnídeo. Logo que saiu o primeiro trailer, a euforia só aumentou, desta vez, também para quem curte o console da empresa japonesa, muito também pela semelhança com a elogiada série “Arkham”, do também popular Batman (esse da DC Comics), obviamente, guardadas as devidas proporções.
Pois bem. Marvel’s Spider-Man cumpriu o prometido: é um JOGAÇO! Esqueça aquelas porcarias lançadas anteriormente para os mais variados consoles. Desde o game lançado para PlayStation 1, nos já longínquos anos 2000, não me divertia tanto num título do meu super-herói preferido. Se você curte “Batman: Arkham Knight”, prepare-se, pois este aqui é ainda mais enlouquecedor, afinal, o que é mais divertido: saltar de prédios com a capa aberta ou soltar teias e sair pulando de prédio em prédio e escalando tudo quanto é edifício da cidade?
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A grande diferença do jogo do Aranha para o do Morcegão é que o herói da Marvel é muito mais esguio e ágil, o que dá mais ritmo ao combate. Quando você se vê cercado de inimigos, muitas vezes, é dificílimo escapar de tomar uma pancada. É preciso ficar desviando loucamente com o “bola” ou tentar paralisar os adversários com as teias, ainda mais se forem os grandalhões (cuidado, pois cada porrada deles é uma pancada tremenda).
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História
Em Marvel’s Spider-Man, Peter Parker já veste a roupa de aranha há oito anos. No entanto, enquanto sua carreira como combatente do crime está indo muito bem — e ele já prendeu vários supervilões — e é querido pelas pessoas (tendo até uma rede social), o mesmo não pode ser dito de sua vida pessoal. Nosso herói tem diversos problemas em seus relacionamentos pessoais e parece ser incapaz de manter um emprego que lhe permita pagar o aluguel. Embora não more mais com sua Tia May, ela ainda é elemento importante na vida do amigão da vizinhança e está sempre lá quando ele precisa de uma ajuda, seja com conselhos ou com uma graninha mesmo. o protagonista trabalha com Doutor Otto Octavius (sim, ele mesmo), um brilhante pesquisador que está prestes a fazer uma descoberta revolucionária no mundo das próteses. A fotografia e o Clarim Diário já não fazem mais parte da vida do personagem, que decidiu explorar profissionalmente seu grande conhecimento científico.
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Foto: Marvel / Sony (Divulgação)
O jogo começa numa caça a Wilson Fisk, ou o Rei do Crime. Quem não está familiarizado com os quadrinhos, deve conhecê-lo da série “Demolidor”, da Netflix. Para quem não sabe, o personagem também é um dos principais antagonistas do herói nas HQs. Quando o Homem-Aranha finalmente consegue colocá-lo atrás das grades — algo que o próprio vilão diz que foi um erro -, não demora muito para que criminosos comuns e um novo grupo conhecido como “Demônios”, que nas HQ’s chamam de ‘Demônios Internos’, tomem as ruas de Nova York e comecem a tentar preencher o vácuo de poder que se criou.
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Gráficos
Após os primeiros testes do jogo, muitos especialistas disseram que houve um downgrade do game. No entanto, o canal Digital Foundry analisou o título, fez diversas comparações e concluiu que não há embasamento para essas acusações. Eu só tenho uma coisa a dizer: se houve ou não, CARAMBA, não senti falta. QUE JOGO LINDO! Os gráficos são de cair o queixo, com uma fotografia linda. Diferente da série do Batman, boa parte de Marvel’s Spider-Man se passa durante o dia, o que evita esconder os defeitos. O trabalho com as luzes na cidade ajudam na imersão e na sensação de deslumbramento quando estamos balançando pelo caminho. O entardecer é simplesmente INCRÍVEL, com o sol invadindo as frestas entre prédios de uma forma belíssima.
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Foto: Marvel / Sony (Divulgação)
Rodado em um PlayStation 4 Slim, o game também não oscila na estabilidade. Não houve quedas de frames em quase nenhum momento, mantendo uma experiência fluida mesmo me movimentando em alta velocidade. A atenção e o cuidado com detalhes no desenho dos personagens e, obviamente, nas roupas do Aranha, também merecem todos os elogios. Os fãs, incluindo os xiitas de longa data, vão gostar muito, mesmo daqueles uniformes que tiverem algumas mudanças visuais.
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Jogabilidade
O gameplay de Marvel’s Spider-Man é tudo o que um fã do Homem-Aranha sempre sonhou. A sensação que você terá ao jogar esse título será a mesma que teve quando assistiu ao filme “Homem-Aranha” (2002), do Sam Raimi, no cinema pela primeira vez. É de arrepiar! Ao ver o amigão da vizinhança balançar pelos prédios como nunca visto antes no mundo dos videogames é de palpitar mais forte o coração. E a danada da Insomniac Games, sabendo bem dessa emoção, já começa o título assim para ganhar logo o gamer de vez. Deu pra ver o cuidado e a atenção que a empresa reservou para esse aspecto. É verdade que no início você se perde um pouco nos comandos, apertando R2, com triângulo e tal, mas quando você pega o jeito, mais quer fazer e mais legal fica! Acertadamente, os desenvolvedores vincularam sua velocidade de balanço ao nível do herói.
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Foto: Marvel / Sony (Divulgação)
No que diz respeito aos combates, a influência com a série “Arkham” é clara. No entanto, há muitas novidades além de um Batman que atira teias. Em vez de contra-atacar inimigos, por exemplo, o Homem-Aranha usa sua agilidade para escapar de golpes e garantir pontos de vantagem. O contador de golpes também é controlado por uma nova barra de foco, que se preenche conforme você derrota inimigos, realiza desvios na hora certa ou usa os acessórios do herói. O foco serve também para controlar a capacidade do herói de recuperar sua vida, criando uma relação de risco e recompensa própria.
Outro detalhe legal de Marvel’s Spider-Man é que dá para interagir com itens do cenário para jogá-los em cima de inimigos – e até das pessoas na rua – e, mais para frente, é possível puxar as armas de seus adversários para usá-las em vantagem própria. Os mais pacientes podem apelar para a furtividade, usando cantos escuros e a agilidade do herói para abater inimigos sem ser visto.
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Foto: Marvel / Sony (Divulgação)
Áudio
O áudio é outro quesito que merece todos os elogios, a começar pela trilha sonora. Só a música que abre o game já causa arrepios. É ela quem nos acompanha durante a maior parte do jogo. Mas o restante das canções escolhidas é bem elogiável também. A inspiração vem nitidamente dos filmes da trilogia do Sam Raimi. A parte de efeitos sonoros também é muito bem-feita. O herói também tem um vasto repertório de piadinhas para usar ao longo do jogo, o que é muito divertido. Os sons do impacto dos golpes, dos tiros e do disparo da teia ajudam na imersão dos combates e a tornar o deslocamento pela cidade ainda mais empolgante.
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Com relação à dublagem em português, as falas são bem adaptadas e as vozes são legais. Uma pena somente que não traduziram os nomes dos personagens também. O Homem-Aranha, por exemplo, é chamado de Spider-Man. Ora, bolas. Temos há décadas revistas em quadrinhos do aracnídeo com o nome em português e por que não poderia ter sido traduzido no game? Bola fora da Marvel. Inclusive, até os vilões são chamados pela forma original: Rei do Crime é o “Kingpin” e Abutre é “Vulture”, somente para ficar nesses exemplos. A dublagem em inglês também é ótima, com destaque para a participação de Josh Keaton, que faz o Electro e já foi o próprio protagonista na série animada “Spectacular Spider-Man”.
Conclusão
Marvel’s Spider-Man é simplesmente o melhor jogo do Homem-Aranha já feito. Todas as partes responsáveis pelo game, tanto a Marvel, quanto a Sony e a Insomniac Games estão de parabéns por esse título incrível. Se você tem dúvidas quando a adquirir esse título, só digo uma coisa: não perca mais tempo e vá até a loja mais próxima agora mesmo!
::: TRAILER
Wilson Spiler
Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
