REVIEW | ‘MilitAnt’ é ‘difícil pra porra’ e mostra como projeto 2D indie pode ter êxito, independente de investimento

Leandro Stenlånd

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15 de fevereiro de 2017

Um jogo atual de ação alucinante, comparável aos clássicos shooters em 2D da geração 8 e 16 bits, com direito a deixar os mais experientes de cabelos em pé, é – ou era – impensável. No mundo onde jogos 3D, com seus 50 GB, reinam por aí, fica difícil fazer com que experientes de guerra provindos de jogos como “Contra”, “Metal Slug” e “Sparkster” venham nos dias atuais tentar jogar algo 2D. Ao mesmo tempo em que se busca aproveitar as possibilidades de jogabilidade das novas gerações, fica estranho retroceder no tempo sabendo que, para muitos, esses jogos não mais vingam como outrora. Jogos plataforma 2D existiram no passado, continuam no presente e, depois de MilitAnt, você terá reais razões para crer que o desenvolvimento em massa no presente – e no futuro – pode ser algo rentável para estúdios de pequeno porte que precisam iniciar de alguma forma. MilitAnt é ‘difícil pra porra’, e é por isso mesmo que mostra como um projeto indie pode ter êxito, independente de seu investimento. Claro que o processo de criação de um jogo 2D é muito mais rápido e muitos são os programas que agilizam essa tarefa, assim como a sua animação, facilitando dessa forma todo o processo de criação dos personagens. Mas e daí? Em que isso interessaria para o usuário final?

O game, desenvolvido pela Xibalba Studios, foi lançado inicialmente em 12 de julho de 2016 para diversas plataformas. Ele demonstra sua grandiosidade, não somente pelos gráficos simples 2.5D, mas tem uma história interessantíssima, com uma trilha sonora envolvente e, meu amigo, haja dificuldade. MilitAnt tem um teor de ação que lembra filmes como “Os Mercenários” e até mesmo “Rambo”, onde o ‘tiro, porrada e bomba’ não param. Aliás, algo interessantíssimo é que aqui você aprende que grandes perfumes podem estar em pequenos frascos. Os inimigos são bem variados e difíceis para diabo. É sério, os mesmos vão de simples formigas espadachins até tanques de guerra em formato de inseto passando por titãs enormes, que tratam-se de uma aranha desgraçada (Mechspider Behemoth) dificílima de matar.

Ao adentrar no game, você terá como opção quatro armas, mas ao longo da jornada pode visitar o arsenal para comprar armamentos diferentes. Aliás, tome muito cuidado na escolha. Muitas vezes será necessário esquecer algumas armas que têm seu preço modicamente barato para juntar um ‘cadinho’ mais e comprar a correta. Como eu sofri, por exemplo, no mestre chamado Titã, onde fiquei quase uma hora pra mata-lo. Ou seja, não vá comprando de cara a que possa aparentar ser mais forte, mas foque naquilo que realmente pode ser necessário para aquela ocasião, desde lança-foguetes, escopetas, lança-chamas, metralhadoras etc. Equipe-se como desejar, aumentando o escopo de variação entre qual arma utilizar em cada situação. Será fundamental não só alternar as armas a serem utilizadas, como também ser bastante cuidadoso para não aquecê-las como qualquer arma em jogos de ‘tiro’. Você usará, mas com consciência de que a mesma irá esquentar e terá de trocar a arma de imediato, enquanto seu oponente não dá trégua. Além das armas de fogo, ainda é possível utilizar o ataque de combate corpo a corpo com a lâmina, mas em boss, por exemplo, é bem ineficaz. Ficar atento é sua melhor arma, pois como o jogo é 2.5D, os inimigos atiram em você até “do fundo” da tela, ou seja, é morte certa. Será preciso usar extenso arsenal e suas habilidades de formiga para conseguir cumprir sua árdua tarefa. Ao passar pelos ‘checkpoints’, temos a oportunidade de fazer upgrades no armamento, comprando novas armas ou aumentando seu poder de força.

CRIATIVIDADE É A ALMA DO NEGÓCIO

A criatividade está presente em cada um dos inimigos e seus respectivos designs. Cada detalhe que há na arte final enlouquece o jogador de forma gradativa e não há como não se apaixonar. Apesar de certos clichês, como ir em lugares mais altos ou evitar armadilhas e ciladas, destruir seu inimigo pode se tornar a coisa mais frustrante da via láctea. Os chefões são capazes de atravessar dentro e fora da perspectiva bidimensional, ou seja, enquanto algumas de suas armas não poderão alcançá-los, você definhará de tanto que se faz necessário a esquiva para evitar ser espatifado pelo primeiro golpe letal de seus ‘adversários’ que buscam dominar toda floresta.

A narrativa do jogo é contada por meio de belas artes no começo de cada fase — que estão perfeitamente localizadas para o nosso idioma com texto e locução em português brasileiro. A colônia das formiguinhas ‘legais’ está sendo atacada, a formiga rainha foi capturada e todos aqueles capazes de salvá-la estão mortos. Somente um ser pode acabar com essa ameaça: você! Em MilitAnt, você tem somente uma missão: acabar com as formigas invasoras. Não somente elas, mas também inimigos insetos como vespas, escorpiões, moscas e muito mais.

É claro que, além da ação ininterrupta e a violência escrachada com sangue verde e todos os tipos de armas realistas, como é um jogo em estilo arcade, MilitAnt é fácil de pegar e jogar, deixando os jogadores aflitos com a diversidade.

A trilha sonora também é outro ponto positivo. Tem coisa melhor do que ter ao alcance de seus dedos um jogo divertido, difícil e, por fim, com uma trilha sonora que deixa ele ainda mais legal? A escolha dos temas embala o desenrolar das cenas. Não chega a ser aquela trilha sonora com teor clássico de 8/16 bits, mas ainda assim é impossível não lembrar das músicas antigas e gostar das que compõem esse game.

O VEREDICTO

Com muita ação, referência à animação “Vida de Insetos”, tiro, porrada e bomba, MilitAnt consagra-se entre um dos – senão o melhor – jogo contemporâneo estilo arcade plataforma da atual geração, não importando muito se seu gráfico é 3D, 4D ou 5D, se tem a última engine ou a trilha sonora dos harpistas dos campos elísios. É, sem sombra de dúvidas, um passatempo interessante para passar algumas horas, com um nível EXTREMO de dificuldade que jamais sairá de minha mente, de meu coração, do meu videogame. RECOMENDADO!

MILITANT FOI ANALISADO PELA EQUIPE DO BLAH CULTURAL NO CONSOLE PLAYSTATION 4.

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Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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