REVIEW | ‘Mirror’s Edge Catalyst’ mantém a essência do primeiro título, mas não o supera

Everton

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19 de janeiro de 2017

No final de 2008 foi apresentado Mirror’s Edge, um game baseado no esporte Parkour, que prometia – e cumpriu – dar uma cara nova a jogabilidade em primeira pessoa. Até aquele ano outros games já apostavam no esporte,  como Assassin’s Creed, em 2007, e Prince of Persia, também em 2008. Mas Faith, a nossa nipo protagonista girl power, surpreendeu os gamers com a sua ação frenética.

E a história continua. Ou não.

A tão aguarda continuação é lançada com Mirrors Edge Catalyst, que demorou ‘apenas’ 8 anos para chegar as lojas. O jogo não se inicia no mesmo ponto onde parou na história do seu antecessor. Devido a sua trajetória de corredora clandestina e fugitiva, tanto da polícia, quanto de organizações de legitimidade duvidosa, Faith acaba na prisão, e é a partir daí que Mirrors Edge Catalyst narra a nova história. O game, de cara, apresenta Faith saindo da prisão, e não demora absolutamente nada para que ela consiga motivos para voltar para atrás das grades. Ela logo retorna à sua antiga vida, precisando se readaptar ao ambiente, seja pela presença de corredores novatos, que duvidam das incríveis habilidades e façanhas da protagonista em seu auge, como antigos personagens do passado, que retornam tanto para ajudar, quanto para cobrar antigas pendências.

Se você não teve a oportunidade de jogar o primeiro título, não se preocupe com a história. Catalyst não é oficialmente um reboot, mas aborda o futuro e o passado de Faith paralelamente, fazendo com que você não fique completamente perdido.

Escolha entre jogar, ou acompanhar a legenda. Mas divirta-se com o open world

Com o Brasil ocupando o terceiro lugar no ranking mundial do mercado de games, era se esperar que grandes títulos viessem adaptados a nossa língua. E se a grande maioria não é dublada, ao menos contém menus e legendas em português. Essa integração dos estúdios e desenvolvedores pode ser considerada boa e ruim ao mesmo tempo. Para os gamers que ainda não tem familiaridade com idiomas estrangeiros, a legenda acaba tirando a atenção da jogatina em Catalyst. O game tem uma pegada frenética em todas as missões principais, e isso ainda inclui missões paralelas e corridas on-line. A dinâmica do game se baseia na ação e na realização de tarefas e corridas contra o tempo, onde qualquer distração pode custar segundos preciosos para a conclusão de algumas delas.

Mas esse não é o fim do mundo. A DICE manteve a ótima experiência do game continuando com a câmera em primeira pessoa – ainda aprimorou o jogo expandindo, e muito, o mundo aberto, deixando o jogador explora-lo ao seu bel prazer. A localização de todas as missões do vasto mapa, a compra de recursos para melhorias de combate, movimento e equipamentos, ganham um ponto bastante positivo pela facilidade e praticidade no uso. Além disso, você pode explorar o game no intuito de encontrar os diversos colecionáveis espalhados pelo mapa.

Outro ponto positivo é em relação aos tutoriais durante a história. Os comandos de controle podem parecer um pouco confusos para marinheiros de primeira viagem, mas a inserção de ajuda durante o jogo é bastante clara, auxiliando para uma melhor experiência durante o jogo.

Gráficos bem trabalhados, mas ainda não convencem.

A história em Mirrors Edge era narrada com ilustrações animadas em meio a jogatina, que hoje foi substituída por CGI –  não que eu esteja reclamando da alteração que por sinal está muito bem produzida, mas havia uma elegância peculiar naquelas animações. A qualidade dos CGI’s convencem e são condizentes com os consoles atuais, mas para os aficionados por qualidade gráfica torcerão o nariz para os quadriculados, que, vez ou outra, aparecem durante os CGI’s.

Os gráficos em Catalyst definitivamente estão melhores. Estão mais limpos e polidos, mas por se tratar de um game open world, vários pequenos detalhes não foram tão bem trabalhados. Durante o game, alguns serrilhados também não passam desapercebidos. Certamente são itens que interferem diretamente na estética do jogo, pois estamos na era do 4K e de consoles com hardwares cada vez mais parrudos.

O Veredicto

Lúdico, frenético e um tanto cansativo, por assim dizer. O game entrega um enredo interessante que prenderá a sua atenção. As missões são recheadas com muita ação onde o objetivo é correr, bater, correr mais, pular, correr mais um pouco e mais um pouquinho. Ufa! Esse é o ponto onde o game se torna um pouco cansativo, pois o objetivo, apesar de carregar uma boa história por de trás, acaba caindo num ciclo repetitivo.
Mirror’s Edge Catalyst assim como muitos outros grandes games, tem seus defeitos e acertos, e procurou manter a essência do primeiro título, mas infelizmente não foi capaz de superá-lo. Isso não o classifica como ruim, muito pelo contrário, é muito bom, porém a espera pela continuação foi longa demais para melhorias de menos.

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Everton

Paulista, jornalista em desenvolvimento, amante do mundo geek, co-fundador e editor-chefe do Ultraverso. Busco sempre o melhor em tudo o que me proponho a fazer.
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