REVIEW | ‘Ori and The Blind Forest Definitive Edition’ ou Quando um jogo é melhor que um filme?

Leandro Stenlånd

|

24 de março de 2017

Há muito tempo que eu não jogava algo tão sensível em toda a minha vida. É serio o que estou dizendo. Recentemente, ao jogar NIER Automata, entendi que muitas vezes a história pode ser algo secundário. Ao jogar Ori and The Blind Forest Definitive Edition, com lágrimas nos olhos durante 10 longos minutos de um prólogo emocionante, entendi que a equipe Microsoft, em parceria com a desenvolvedora Moon Studios, fez algo que estraçalharia minha alma com uma carga dramática intensa.

Ori and The Blind Forest é tudo aquilo que você precisa entender como uma maravilha desenvolvida independe do gráfico (que mesmo 2,5D, entrega algo sensacional). Eu, sinceramente, não sei por onde começar. Por mais que queira detalhar a resenha, ela ficaria imensa, pois é quase impossível crer na competência adicionada em todos os aspectos desse jogo. O tal prólogo de 10 minutos possui uma trilha sonora devastadora. É sério… Assistam ao momento delirante abaixo:

Esse jogo é magnífico e, se fosse possível dar uma nota maior que 10, eu daria. A jogabilidade envolvente e trama emocionante, aliados a um excelente trabalho visual e sonoro, fazem do game da Moon Studios a melhor experiência que já tive com um jogo em toda minha vida. Estou certo de que vou morrer e jamais terei uma nova chance de jogar algo tão fabuloso quanto.

Estamos falando de um game que tem muito do que as experiências em plataforma oferecem, tanto quanto o subgênero metroidvania também, entretanto, o que rege esse jogo em sua plenitude é a competência provinda de seus desenvolvedores.

Não há como negar as qualidades da jogabilidade altamente complexa, da beleza artística e da sonoplastia que locupleta ainda mais as paisagens mostradas no jogo. Os bosses, então, possuem uma característica única que remetem aos ídolos das civilizações antigas. Se você tem noção musical, ao ouvir todo o campo harmônico das trilhas, irá de imediato querer ouvir essa trilha todos os dias de sua existência. A pergunta que não quer calar é: como puderam criar um jogo tão perfeito em tantos quesitos? Sempre buscamos falhas em um determinado título para obviamente mencioná-lo em nossas resenhas, mas não há nada de errado aqui.

Pessoalmente, tenho tanto pra agradecer aos desenvolvedores desse incrível jogo que lágrimas de felicidade caem e não sei mesmo como continuar essa resenha sem que seja algo muito pessoal. A sensação de saciedade e satisfação acontece ao jogar algo tão grandioso que te instiga cada vez mais enquanto você adentra em 10 longos minutos de prólogo. É gratificante atravessar um mapa complicado após inúmeras tentativas sem sucesso, e isso acontece por diversas vezes. A aparência delicada e frágil do protagonista apenas engana. Ele é um brilhante guerreiro que vai buscar um jeito de consertar sua vida que decai após um acontecimento funesto em sua vidinha.

”Aprenda a evoluir”. Essa é a mensagem indireta que há no jogo. Não se iluda de maneira alguma com o jogo que possui um visual colorido e tenro. O jogo é por demais macabro e por vezes senti pena do protagonista. A jogabilidade é tão fluída que você entra em colapso mental ao saber que está jogando algo que tem lá seu nível de dificuldade complexo e, ao mesmo tempo, te mostra como há um balanceamento entre sua frágil vida e a morte que lhe aguarda. Aliás, se acostume com a morte, visto que isto é uma ocorrência tão comum que há um contador de mortes no jogo, sabia?

O anúncio de uma “edição definitiva” foi um certo modo de deixar muita deixar muita gente de boca aberta. Isso porque um jogo que já é pleno e perfeito não teria porque melhorar. Afinal, se melhorar, pode estragar, certo? Ori and the Blind Forest Definitive Edition tem poucas adições na verdade e que me fizeram questionar a razão pela qual esse jogo que ficou adormecido na mente das pessoas. Poucos sabem que o game foi desenvolvido na UbiArt Framework, a mesma de Rayman Legends e Child of Light (aliás, outro jogão muito similar em todos os parâmetros de Ori).

Para quem está acostumado com jogos plataforma / metroidvania sabe que a campanha é mediana. Levei exatas oito horas para terminar a versão normal do jogo e aproximadamente 11 horas na definitive edition, afinal eu queria ver de perto as melhorias e o que mais o jogo teria de adição. Coletei praticamente tudo, platinei o jogo e não vi praticamente diferença alguma, afinal a maior virtude de Ori and the Blind Forest é sua capacidade de envolver o jogador em todo seu gameplay. Então, detalhes que antes poderiam ser significantes para os desenvolvedores, ao serem melhorados se tornaram tão insignificantes quanto outrora, afinal eu não vi defeitos em sua primeira versão.

O VEREDICTO

Com tudo perfeito, não há muito o que se prolongar nessa resenha. Você realmente PRECISA comprar esta maravilha. Estamos diante de um título altamente recomendável, não somente pela sua sensibilidade, mas porque o jogo é MUITO mais difícil do que você imagina. Esteja certo de que morrerá tanto que se acostumará com a ideia de morrer mais uma vez. 🙂

Ori and The Blind Forest: Definitive Edition foi testado pela equipe do Blah Cultural no PC. O game foi gentilmente cedido pela THQ Nordic.

TRAILER

Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
O que sabemos sobre Wicked Boa noite Punpun Ao Seu Lado Minha Culpa Lift: Roubo nas Alturas Patos Onde Assistir o filme Lamborghini Morgan Freeman