REVIEW ‘Robinson: The Journey’ encanta com gráficos e imersão, mas falha com elementos de gameplay de VR

Pedro Morel

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8 de fevereiro de 2017

Desenvolvido pela Crytek, Robinson: The Journey é um jogo de aventura exclusivo para PlayStation VR e centrado em exploração e resolução de puzzles. A premissa do game já gera interesse: uma experiência em realidade virtual em um planeta desconhecido repleto de dinossauros. Entretanto, essa jornada possui altos e baixos, podendo estressar muitos jogadores no âmbito da jogabilidade.

Assim como na história de Robinson Crusoé, nosso protagonista é o único sobrevivente de sua tripulação e se encontra em um ambiente desconhecido que o desafia a sobreviver por conta própria. A única diferença é que no game não estamos em uma ilha, mas sim no planeta Tyson III e possuímos a companhia de Laika, uma filhote de tiranossauro. Após um bom tempo acomodado e sobrevivendo, Robin encontra uma unidade ainda em funcionamento de um robô AI chamado HIGS. Com essa nova ajuda, o protagonista parte em uma jornada em busca de outros sobreviventes.

O game, em si, é curto, podendo ser terminado em poucas horas se jogado de forma objetiva. Mas é justamente na exploração e nos pequenos detalhes que se encontra um dos pontos altos do jogo: a imersão. Robinson: The Journey é cativante em sua premissa e essência por gerar uma experiência em um mundo repleto de dinossauros em VR. Nesse ponto não há falhas. Das paisagens ricas em detalhes aos momentos de tensão com predadores, o game surpreende e cumpre sua promessa inicial.

Entretanto, apesar de ser uma ótima experiência VR quanto a imersão, não se pode dizer o  mesmo no âmbito do gameplay. Com controles desajeitados, o game pode ser cansativo em momentos de escalada e irritante em alguns puzzles, não só por possuir objetivos nada óbvios, mas também por não fornecer dicas.  Robin, além de não correr, possui um andar um pouco rígido e mecânico demais, chegando ao ponto de parecer artificial. Junto a essa conjuntura, o jogo não libera objetivos ocasionalmente, sendo preciso reinicia-lo para continuar o gameplay. São esses aspectos que comprometem parte da diversão e que decepcionam dado o potencial de ser um jogo fantástico.

Quanto aos gráficos, é difícil dar um parecer direto. Há uma imensidão de detalhes e é possível ver o trabalhoso design por trás de cada planta e paisagem, mas a nitidez e a clareza que acompanham o visual não são dignos do que ele apresenta. Apesar de problemático, é um fato que pode ser facilmente esquecido pela beleza natural de Tyson III. Sobre o som e a trilha sonora, não há muito a ser dito, uma vez que o game não possui muitas músicas e os personagens não interagem com tanta frequência.

VEREDICTO

Sob uma ótica geral, apesar de possuir inúmeros problemas, Robinson: The Journey cumpre sua premissa de uma experiência VR com dinossauros. Em um game curto com uma história sem grandes surpresas, são os pequenos momentos e detalhes que surpreendem e mantém um gameplay agradável para todos os jogadores. Talvez hajam melhorias com o passar do tempo por meio de patches que tornem o título ainda melhor, mas ao desconsiderar essa possibilidade, o jogo entrega apenas o que prometeu, deixando de lado o potencial imenso de ser um game inesquecível.

Robinson: The Journey foi analisado pela equipe do Blah Cultural no console PlayStation 4

TRAILER

Pedro Morel

Um quase estudante de engenharia mecânica. 17 anos. Carioca. Admirador do Carl Sagan. Toca piano e joga video-game nas horas vagas enquanto espera ansiosamente por The Last of Us 2.
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