Review: The Last of Us – Left Behind

Rodrigo Amém

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17 de fevereiro de 2014

O que move a luta pela sobrevivência num mundo sem esperança? Essa é a pergunta que move e justifica o único DLC (downloadable content) do jogo The Last Of Us, o melhor jogo lançado para PS3 em toda a carreira do console. Uma pergunta complexa que o estúdio Naughty Dog responde com lirismo e inovação.

The Last of Us conta a história de Joel, um sobrevivente do apocalipse zumbi que precisa superar a perda da filha enquanto protege uma jovem sobrevivente chamada Ellie. O conflito interno de Joel, de volta à situação traumática de cuidar de uma menina em um mundo em ruínas é o pilar central de The Last Of Us. No entanto, Ellie não é como a filha de Joel. É uma garota corajosa, durona, capaz de feitos que deixariam muito marmanjo comendo poeira. E nós nunca compreendemos inteiramente o que move essa garota. Left Behind surge para explicar um pouco mais sobre a trajetória de Ellie.

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Voltamos à pele de Ellie em duas timelines. Na primeira, de volta à história do jogo original, ela explora um shopping em busca de um kit de primeiros socorros para Joel, que está inconsciente e gravemente ferido. Sozinha, ela enfrenta zumbis e humanos com base nas mecânicas bem sucedidas do jogo original. Left Behind acha tempo para promover algumas interessantes melhorias, no entanto. Agora, por exemplo, é possível usar os zumbis para combater os guerrilheiros inimigos. Atraindo a atenção dos monstros com barulho, é possível guiá-los diretamente ao crime, por assim dizer. Essa mudança potencializa o sistema de combate de Ellie, que é durona, mas não é ninja. Contra adultos vivos e mortos, a melhor estratégia é o combate stealth. Nessa situação, pensar cuidadosamente a forma de ataque é essencial. E o providencial arco e flecha é a arma ideal.

Já a segunda timeline se passa antes de Ellie conhecer Joel. Ela e sua amiga Riley se reencontram depois de um tempo e decidem explorar o shopping center onde costumavam passear juntas. Então, as duas adolescentes partem para um rolezinho depois do fim do mundo. Quase não há combate. Não se trata disso. É um momento de exploração, de descoberta, de encantamento. Passada a hype do lançamento da nova geração de consoles, nem Xbox One nem PS4 foram capazes ainda de superar a beleza gráfica de The Last of Us. É um mundo em ruínas, mas é um mundo lindo. Há uma série de detalhes escondidos, de segredos a serem descobertos, de pequenos toques de narrativa transmídia. Um detalhe que referencia a HQ sobre o game, uma brincadeirinha com o Facebook, outras com o Twitter. A riqueza estética e de conteúdo dá vontade de passar horas explorando e descobrindo novidades. Mas aí é que mora o problema.

Left Behind não dura mais que duas horas de gameplay. Um gameplay difícil, diga-se de passagem. O último combate vai provocar frustração nos menos habituados com a mecânica do jogo. Mas, uma vez vencido, Left Behind emociona e se encerra, melancólico. O gostinho de quero mais é tanto que é quase irresistível revisitar o jogo original. Eu não resisti. Estou de volta à pele de Joel, agora me arriscando em maiores níveis de dificuldade. Rapaz, que jogo bom.

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Rodrigo Amém

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