REVIEW | ‘Touhou Genso Rondo: Bullet Ballet’ é simples, mas diverte!

Leandro Stenlånd

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26 de janeiro de 2017

Há algum tempo atrás eu questionava e muito se a qualidade de um jogo (seja ela gráfica ou não) poderia definir o rumo do mesmo. Se chegamos a ter diversão com New Rally X e até mesmo o clássico Shmup Raiden nos Arcades, nem sempre foi o gráfico que contou muito para ser um fator decisivo na escolha de um bom game com intuito de entretenimento máximo. Partindo desta premissa, o Nintendo WII vendeu diversas unidades ao redor do mundo, superando até mesmo o Playstation 3 e Xbox 360.

Nem sempre tudo é o que parece em Touhou Genso Rondo: Bullet Ballet. A bela capa chamativa, com meninas que lembram um anime japonês, pode até induzir o consumidor a compra-lo e vou lhes dizer que, particularmente, eu o faria. O subconsciente do ser humano pode pregar peças a quem tentar jogar este título, pois o mesmo é originário de uma série já muito famosa no Japão e tem lá seus desafios interessantes, com diversos nuances que lembram demais jogos Shumps no melhor estilo de DoDonPachi.

PERSONAGENS OCAS – PARA QUE MODO HISTÓRIA?

Cada personagem no jogo possui um Danmaku, que representa a cortina de projéteis que elas podem lançar. Se fossem uma aeronave ou um F-15, os disparos sairiam de outro lugar e não de um Danmaku. Este é sem sombra de dúvidas um diferencial que com suas magias pode até enlouquecer o jogador com tanta coisa na tela. Esse tipo de jogo 2D, desde os primórdios, particularmente fascina, pois não há nada de tão simples senão você avançar por uma fase vertical e no final, enfrentar um chefe. Este game não possui boss, aliás, todos os personagens possuem sua particularidade em suas ‘spells’ (ou magia se preferir) e, com isso, a lógica direta de ser um simples ‘Bullet Hell’ cai por terra. Se o jogador não for iniciado no gênero pode morrer mais vezes que jogando Dark Souls, isso porque não há espaço para erros aqui, dado o dano descomunal que uma magia possa causar.

Uma coisa diretamente perceptível é que, seja no modo História, Arcade ou Boss Rush, tudo acaba sendo a mesma coisa. É tudo igual no mérito de desafios. Os três modos são completamente redundantes e Arcade Mode e Boss Rush não são particularmente divertidos, o que significa que você, ainda assim, deveria ficar apenas com o modo de Arcade ou obter um amigo para participar, mas irei explicar o porquê:

As batalhas 1×1, que são o foco do título, variam entre as missões verticais tradicionais do gênero no Japão e acabam sendo tanto um Cavalo de Troia quanto um Calcanhar de Aquiles. Na verdade, este jogo é um dos casos em que o modo história está ali, mas nem deveria. O correto, por intuição, deveria ser o Modo Arcade somente e nada além. Isso por que o enredo criado para cada personagem, em um estilo semelhante a alguns jogos de luta como os da franquia Street Fighter, faz com que o game disponibilize 10 histórias para que o jogador explore melhor a relação de cada personagem com as demais e isso não acontece tão bem quanto deveria. Mesmo que alguém que se considere um conhecedor de games de todos os tipos, é possível que haja aquela sensação de estar jogando algo por jogar e não por conter um inicio, meio e fim.

Para a simplicidade de Touhou Genso Rondo, seu preço até que está na média. Não há CGI, não há nada graficamente exorbitante, mas o jogo não deixa de ser uma boa escolha. Os projéteis na tela também são vibrantes e atraentes, enchendo-a tanto que, de certa forma, acaba virando mais uma piscina de bolinhas do que necessariamente uma tela cheia de tiros e magias. As personagens (todas mulheres) possuem uma boa variedade de habilidades e uma jogabilidade distinta entre elas e isso consegue compensar um pouco no quesito variedade, visto que o game não tem muito storyline.

DUELOS DIVERTIDOS E INTENSOS?

O embate entre as mocinhas acontece em uma arena com visão aérea. Na verdade, é onde tudo começa até que sua energia se esgote, e por fim, é possível soltar uma magia como golpe fatal. Você tem seus tradicionais ataques convencionais ou podem ter ligação direta com diferentes variedades que o jogador pode lançar enquanto tenta dar um passo adiante de seu inimigo e, embora hajam limitações, são esses elementos que deixam o duelo cada vez mais divertido e intenso. Há uma certa estratégia em ter que se concentrar tanto em atacar o seu adversário e evitar ao máximo uma onda de balas ao mesmo tempo, bem como ter que descobrir qual combinação de movimentos funcionam melhor contra cada oponente.

TANTA COISA NA TELA QUE É DIFÍCIL TIRAR PRINT SCREEN

Se o jogador pretende embaralhar sua vista, pode ter certeza que ele conseguirá em Touhou Genso Rondo: Bullet Ballet. O primor do jogo acontece em momentos como olhar para tanta coisa que envolve a tela a ponto de não ter o que se fazer a não ser atirar e atirar. Você só usa o joystick com intensão de ‘fuzilar’ seu oponente.  Isso por que este ‘novo’ molde de Shump faz com que as coisas se assemelhem a um jogo de luta tradicional ainda mais, mesmo que haja uma certa demora para se acostumar com tanta coisa na tela, o que impede até mesmo de tirar um bom print screen desses embates.

Talvez a única forma real de você conhecer melhor o jogo seja através de vídeos e não imagens. Demora um pouco para se acostumar, não se sendo tão divertido quanto deveria e torna certos ataques difíceis de acertar quando eles exigem mais precisão para se tornar eficaz. Touhou Genso Rondo torna-se um jogo agradável até, uma vez que o combate ainda tem muito potencial e ainda cria alguns momentos bem caóticos e divertidos. No entanto, a falta de conteúdo geral é seu maior ponto fraco.

O VEREDICTO

O gênero em que Bullet Ballet se enquadra (Shumps) é, atualmente, para um nicho específico. Dessa forma, atrair novos jogadores é um ponto interessante e deve ser trabalhado ao longo do tempo. Infelizmente, o jogo não agrada muito em alguns quesitos, mesmo que o principal foco da jogabilidade seja a competição direta 1×1.  Por fim, fica a impressão de que Touhou Genso Rondo: Bullet Ballet que tem seus altos e baixos, poderia ter sido facilmente lançado no Dreamcast por sua pouca fluidez gráfica. Vale ressaltar que, apesar de simples, o game até que diverte, mesmo que as lutas não venham a ser algo tão chamativo assim para alguns.

Touhou Genso Rondo: Bullet Ballet foi analisado pela equipe do Blah Cultural no console PlayStation 4.

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Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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