Foto: Amazon Prime Video / Divulgação
A força de ‘Sem Limites’ está nas atuações
Wilson Spiler
|24 de agosto de 2022
Estrelada pelo brasileiro Rodrigo Santoro e pelo espanhol Álvaro Morte, dois expoentes de seus respectivos países, a série espanhola Sem Limites já chama a atenção por seu elenco de peso. Orçada em cerca de 30 milhões de euros, a produção chegou com pompa de super produção ao serviço de streaming.
Na série, que possui apenas seis episódios, Santoro vive o lendário navegador português Fernão de Magalhães (1480 – 1521), responsável pela primeira volta ao mundo marítima da história e pelo descobrimento de um caminho para as Índias pelo Ocidente. Já Álvaro Morte, conhecido pelo papel do Professor de La Casa de Papel, interpreta o capitão Juan Sebastián Elcano (1476 – 1526).
A trama, claro, aborda esse descobrimento de Fernão de Magalhães e toda a aventura pela qual passou o navegador. Obviamente romantizada e sob a ótica espanhola da História, a série Sem Limites, ainda que curta, tem um bom desenvolvimento, mas peca muitas vezes por parecer uma defesa dos espanhóis e vilanizar os portugueses. A bem da verdade, nenhum dos lados é santo, mas o país vizinho se saiu bem pior na fita do que o responsável pela produção.
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Homem branco x indígenas
Também devamos ser justos: o seriado mostra bastante a truculência dos espanhóis, com direito a cenas de bastante violência, decapitação e extermínio de indígenas. Mas faltou revelar mais como o homem branco trouxe desgraça para os povos originários, inclusive com doenças, que não pareceram ter atingido os nativos, e se aprofundar mais nas dificuldades enfrentadas no oceano.
Há um episódio, inclusive, que os tripulantes ficam doentes e, no capítulo seguinte, já parecem curados. Essa passagem de tempo foi mal conduzida pela direção. Talvez um corte brusco por causa da curta duração da série. Ainda assim, merecia uma explicação mais detalhada.
Produção e atuações impecáveis
Por outro lado, a série é muito bem produzida – ainda que peque um pouco nas cenas em alto-mar, com o CGI sendo visivelmente perceptível. Mas nos quesitos maquiagem, direção de arte, fotografia e figurinos, a produção dá um show à parte, tendo, inclusive, preocupação em não estereotipar os indígenas – inclusive na parte física. As cenas de luta também são bem coreografadas, com movimentos que a época pedia.
Mas a grande força de Sem Limites está, sem dúvida nas atuações. Principalmente na de Rodrigo Santoro, que brilha no papel de Fernão de Magalhães, com nuances na interpretação que colocam o personagem na linha tênue entre herói e vilão, algo que não existe em uma história de conquista e tomada de terras. Álvaro Morte, embora abaixo, também segura o rojão, fazendo um personagem menos caricato que o Professor.
Como História, Sem Limites talvez não seja exatamente um produto para se assistir em sala de aula, afinal, há algumas passagens que geram contradições. Mas como série histórica, ela está, certamente, em um patamar dos mais interessantes no gênero. Vale a pena conferir, principalmente para ratificar que Rodrigo Santoro é, de fato, um dos grandes atores de nossa geração.
Onde assistir à série Sem Limites (2022)?
A saber, a primeira temporada da série Sem Limites estreou em 8 de julho de 2022 no catálogo do Amazon Prime Video.
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Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
Trailer da série Sem Limites (2022), do Amazon Prime Video
Sem Limites (2022): trailer da série do Amazon Prime Video
- Rodrigo Santoro
- Álvaro Morte
- Niccolò Senni
- Paulo Pinto
Ficha Técnica: série Sem Limites (2022), do Amazon Prime Video
- Título original da série: Sin Límites
- Temporada: 1
- Episódios: 6
- Duração: de 39 a 51 minutos
- Direção: Simon West
- Roteiro: Patxi Amezcua, Miguel Menéndez de Zubillaga, Chris Solimine
- País: Espanha
- Gênero: aventura, drama
- Ano: 2022
- Classificação: 18 anos
Wilson Spiler
Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.Créditos Galáticos: 3.5
