Sucesso de público em Paris e Buenos Aires, ‘Ron Mueck’ está em exposição no MAM do RJ

Giselle Costa Rosa

O Museu de Arte Moderna do Rio (MAM Rio) recebe a exposição Ron Mueck  que traz esculturas do artista australiano radicado em Londres, que transformou cenas da vida cotidiana, ou de seu imaginário, em peças que extravasam a escala humana, precisa ao retratar a emoção das pessoas. O público esperado é de 200 mil pessoas até 1º de junho.

Mais de 300 mil pessoas enfrentaram enormes filas na Fundação Cartier para a Arte Contemporânea, em Paris, em 2013, um recorde de público às vésperas dos 30 anos da instituição. Já na Fundação Proa, em Buenos Aires, num período menor de exibição, foram 168 mil visitantes de novembro de 2013 a fevereiro de 2014, tornando-se uma das mais vistas da capital argentina em todos os tempos. Nove obras que encantaram o público dessas capitais  agora aportam no Museu de Arte Moderna do Rio (MAM)

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Os detalhes das esculturas – unhas dos pés, rugas, pequenos arranhões, uma barba mal aparada, a pele pressionada por uma mão que aperta um braço, um olhar atento — são o que mais impressionam. Mas o que mais toca as pessoas, o que cria a emoção, é a sensação de ter passado por aquela situação ali retratada. Por exemplo, a escultura “Couple under an umbrella” (“Casal sob um guarda-sol”), de 2013, retrata um casal de idosos, com roupas de praia, ele deitado, com a cabeça no colo da mulher e segurando seu braço, em escala maior do que a humana — a escultura tem 3 metros de altura, com a mulher sentada. Ao ver a escultura, recupera-se algo dessa sensação de ficar velho, sobre estar junto, sobre ser pequeno.

As obras de Ron Mueck devem ser tratadas como “realista” à adjetivação “hiper-realista” porque elas falam muito mais do interior das pessoas, de coragem e sofrimento.

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Da exposição faz parte ainda o documentário “Still life: Ron Mueck at work” (2011-2013), do francês Gautier Deblonde, que apresenta o artista trabalhando em seu ateliê em Londres, na companhia de uma assistente, preparando as três peças finalizadas em 2013. O filme acompanha o processo criativo do escultor, desde a modelagem em argila até a finalização, utilizando materiais como silicone, fibra de vidro, fios de nylon, entre outros.

Giselle Costa Rosa

Integrante da comunidade queer e adepta da prática da tolerância e respeito a todos. Adoro ler livros e textos sobre psicologia. Aventuro-me, vez em quando, a codar. Mas meu trampo é ser analista de mídias. Filmes e séries fazem parte do meu cotidiano que fica mais bacana quando toco violão.
NAN