Parece que toda família tem lá os seus problemas, agora imagine que você esteja no Afeganistão, seu marido está entre a vida e a morte, a sociedade é machista, guerra… É o que temos nesse filme que foi a indicação afegã para concorrer ao melhor filme estrangeiro de 2013.

O filme começa mostrando ao que veio. Uma mulher ainda jovem cuida de seu marido bem mais velho que se encontra em estado vegetativo após levar uma bala no pescoço. Por causa dos problemas no Afeganistão, os irmãos de seu marido fogem do país devastado por guerra civil. A escassez vai tomando conta dela que ainda tem que cuidar das duas filhas. Enquanto o dinheiro acaba, o farmacêutico não lhe vende mais remédios, o fornecedor de água não passa mais e ela se vê desesperada quando nem mesmo sua tia é encontrada.

Fora todos esses sumiços, os constantes conflitos onde ela vê vizinhos assassinados, a invasão de sua própria casa e a difícil missão de ocultar seu marido. Quase que por desespero, ela começa a falar seus medos, segredos e tudo mais ao pé do marido. Ela diz que ele nunca de fato a escutou tanto.

É quase uma auto terapia no divã da morte. As confissões ao marido vão ganhando força com o passar dos dias (e não vou aqui entregar as maiores), mas quando ele finalmente sai do estado vegetativo, não demonstra gostar do que viu e um novo romance de forma completamente inusitada já tem início na vida de nossa protagonista.

BEM NA FITA: Mostra com muita clareza a dificuldade por vezes surreal que se vive no Afeganistão.
QUEIMOU O FILME: Se você está acostumado com a velocidade de Hollywood, pode achar esse filme um pouco lento.

FICHA TÉCNICA
Nome original: Syngué Sabour
Diretor: Atiq Rahimi
Roteiro: Atiq Rahimi, Jean-Claude Carrière
Elenco: Golshifteh Farahani,Hamidreza Javdan, Hassina Burgan, Massi Mrowat
Duração: 102 min. Ano: 2012
Classificação: 14 anos
País: Afeganistão, Alemanha, França, Reino Unido
Produção: Michael Gentile Distribuidora: Imovision