Inspirada na onda de levantes populares que tomaram as ruas de todo o Brasil desde junho de 2013, a Matilha Cultural, centro de cultura independente que existe e atua há quase cinco anos no Centro de São Paulo, realiza a 2ª edição da exposição Calar a boca nunca mais. A mostra reúne imagens, relatos, cartazes, “memes” e vídeos, além de promover sessões de filmes e grupos de estudo sobre o momento social que é tão atual.
Pessoas de todo o país enviaram suas ideias sobre todas as manifestações mapeadas e documentadas no Brasil até hoje, para que seja composto um panorama de diferentes visões, táticas e ideias. “O principal objetivo da exposição é refletir a vontade política que emana das ruas, em uma sociedade cada vez mais disposta a interferir ativamente nos rumos e processos de construção da vida coletiva. Com o projeto, a Matilha espera contribuir para consolidar as mobilizações horizontais da sociedade como agentes de pressão política”, explica Nina Liesenberg, da Matilha Cultural. O programa deste ano traz trabalhos de artistas como Alexandre Keto, Luis Schiavon, Neto Venancio, Ariel From e Julieta Benoit e também reúne mais de 200 fotos.
Esta edição conta com apoio da Escola de Ativismo, Advogados Ativistas, Greenpeace, Coletivo AIA e Manifeste,  além do apoio de pessoas e coletivos de mídia livre e outros, que inscreveram suas propostas a partir de chamadas públicas feitas pelo espaço, que em maio conta cinco anos de atividades. Além disso, será exposto em lambes e disponibilizado online para impressão trechos do livro “Bela Baderna”, que foi lançado em português no Brasil final de 2013, e traz tática, princípios e teorias para pessoas e coletivos que estejam interessados em realizar intervenções, sem necessariamente apoiar-se na violência. Um compilado de propostas práticas e inspiradoras.
calar_a_boca_nunca_mais
Em sua primeira edição, mais de 50 pessoas enviaram projetos e a exposição contou com cerca de 200 trabalhos expostos – fotos, artes e vídeos. ‘’O maior impacto do Calar a boca nunca mais se identificou nos debates enriquecedores que foram realizados durante a exposição; esse era realmente o nosso objetivo’’, afirma Nina.
O objetivo das oficinas é apoiar pessoas, coletivos e movimentos que estejam nas ruas participando ou organizando atos relacionados à Copa, à criminalização de movimentos e manifestantes ou ao direito ao protesto. Com oficinas que abordarão técnicas e táticas de resistência pacífica e ação não-violenta, comunicação, segurança física, segurança na comunicação, primeiros socorros, e intervenções criativas, o objetivo é oferecer ferramentas práticas para que as pessoas continuem nas ruas, lutando por seus direitos de maneira criativa e pacífica.
A inspiração para o título Calar a boca nunca mais veio da música “Povo Novo”, composta por Tom Zé no calor dos acontecimentos, que lembra que a política é feita no dia a dia e que os governantes não mais poderão governar sem escutar, nas políticas públicas, a voz que vem das ruas.
 
Serviço:
“Calar a Boca Nunca Mais II”
Período expositivo: até  20 de junho de 2014
Entrada grátis
Matilha Cultural
Rua Rego Freitas, 542 – São Paulo
Tel.: (11) 3256-2636
Horários de funcionamento: terça-feira a domingo, da 12h às 20h/ sábado: 14h às 20h
Wi-fi grátis
Entrada livre e gratuita, inclusive para cães