Ao Seu Lado
Crítica do filme
O Sesc Belenzinho apresenta de 19 de novembro de 2015 a 28 de fevereiro de 2016 a exposição “AquiAfrica”. Com curadoria de Adelina von Fürstenberg, a mostra revela a África contemporânea através dos olhos de 13 artistas, de diferentes gerações, originários da África subsaariana– ou África negra.
Representando o cinema do continente, estão os diretores Abderrahmane Sissako, da Mauritânia, e Idrissa Ouedraogo, de Burkina Faso, que ganharam projeção internacional participando e conquistando prêmios em importantes festivais de cinema. Um curta-metragem de cada um dos cineastas foi selecionado para a mostra. Eles serão exibidos em vídeo durante todo o período expositivo.
De Sissako, é “Dignidade” (N’Dimagou, 2008 – 3’15’’), um segmento do longa “Histórias de Direitos Humanos”, produzido para o 60° aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Nascido em 1961, ele cresceu no Mali. Após um breve retorno à Mauritânia, em 1980, partiu para Moscou, onde estudou cinema no VGIK (Instituto Nacional de Cinematografia). Hoje, vive e trabalha na França.
Em 1994, no 4º Festival de Cinema Africano de Milão, Sissako obteve o prêmio de melhor curta-metragem com “Outubro”. Cinco anos depois, no mesmo festival, foi vencedor de melhor longa-metragem por “Vida na Terra”. Em 2014, seu filme “Timbuktu” foi selecionado para a disputa daPalma de Ouro no Festival de Cannes, do qual participou outras duas vezes, em 2002, com “Esperando a Felicidade” (Heremakono) e, em 2007, com o “Bamako”.
E de Idrissa Ouedraogo, será apresentado “A Longa Caminhada do Camaleão”, (2010 – 6’30’’), segmento do longa-metragem “ENTÃO E AGORA: Além das Fronteiras e Diferenças” (2008), uma coprodução de Art for the World e Sesc. Nascido em 1954 e até hoje vivendo e trabalhando em seu país natal, Ouédraogo graduou-se no Instituto de Estudos Cinematográficos Avançados (IDEHEC) de Paris.
Seu primeiro longa, “A Escolha” (Yam Daabo) foi lançado em 1986. Com o filme “Yaaba”, o diretor ganhou o Prêmio da Crítica no Festival de Cannes de 1989. No ano seguinte, realizou “Tilaï”, uma tragédia grega transposta para a África contemporânea, que conquistou o Grande Prêmio do Júri de Cannes. Em 1993, com “Samba Traoré”, ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim. Seus filmes mais recentes são “A Cólera dos Deuses” (2003) e “Kato, Kato” (2006).
EXPOSIÇÃO AQUIAFRICA
Aberta na semana do Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), “AquiAfrica” é um projeto da ART for the World, com curadoria deAdelina von Fürstenberg, que recebeu em maio de 2015, o Leão de Ouro pela curadoria do Pavilhão Nacional da Armênia na 56ª Bienal de Veneza.
A mostra apresenta ao público brasileiro a África contemporânea vista através do olhar de seus artistas. Em suas pinturas, fotografias, desenhos, esculturas, vídeos e a instalação selecionados para a exposição, eles abordam questões-chaves para o povo africano, como os problemas de imigração, a xenofobia, o consumo desenfreado, as tradições culturais e os sistemas de poder vigentes em seu continente.
“A arte contemporânea africana suscita uma questão de identidade. Se a arte tradicional continua fortemente ancorada no mundo e no ser africano, a nova arte se desenvolve favorecendo uma identidade social compartilhada. Os artistas africanos buscam inspiração tanto nas tradições do continente quanto na realidade urbana de uma África em mutação. Definir a arte africana hoje é definir a própria África”, diz a curadora suíça.
Entre os artistas participantes, dois estão no Brasil produzindo as obras que exibirão em “AquiAfrica”: o senegalês Omar Ba, que em suas pinturas revela um mundo colorido, fantástico e às vezes caótico, construindo uma narrativa crítica em torno da política africana, e o camaronenseBarthélémy Toguo, que desenvolve instalações por meio de um processo de acumulação, com temas inspirados em suas viagens e na divisão entre ocidente e não-ocidente.
Na seleção, está Frédéric Bruly Bouabré, da Costa do Marfim, considerado um dos mais originais artistas africanos após ter sido descoberto na exposição “Les Magiciens de la Terre”, no Centre Georges Pompidou, em Paris, em 1989, a mesma que revelou o pintor conguês Chéri Samba, que também integra a mostra.
Exposição “AquiAfrica” no Sesc Belenzinho
Abertura: 18 de novembro, às 20h (para convidados)
Período expositivo: 19 de novembro de 2015 a 28 de fevereiro de 2016
Local: Galpão, Área de exposições e Átrio da Torre do Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000 – São Paulo
Horários: terça a sexta, das 13h às 21h, sábado, domingo e feriados, das 11h às 19h
Telefone: (11) 2076-9700 | Site: www.sescsp.org.br/belenzinho
Entrada gratuita | Livre para todos os públicos