Ao Seu Lado
Crítica do filme
Com apenas algumas semanas de diferença do novo álbum de Beyoncé, Taylor Swift lança Midnights, seu décimo álbum de estúdio. A proposta da artista é que cada uma das 13 faixas tenha um clipe, sendo um projeto em que as mídias se complementam, num ataque em que a intenção é estar presente em todas as mídias que o produto possa ser consumido.
E a palavra certa para definir Midnights é produto. Por mais entrevistas que Swift dê contando sobre o caráter pessoal de letras e músicas, a impressão é que tudo aqui é feito baseado em pesquisas de marketing que descobrem as preferências do público-alvo da cantora. Sempre quebrando os tradicionais recordes de plays, downloads e similares.
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Quantidade não é qualidade e algo ser bem-feito não quer dizer que tenha relevância. Num mundo onde, mais do que nunca, o dinheiro para divulgar e tornar onipresente o artista em questão é mais importante que qualquer outro aspecto, a cantora tem de sobra para estar em todos os lugares que importam, leia-se redes sociais.
As músicas em si são lentas, minimalistas, com pouquíssima coisa para adornar a voz de Taylor. Além disso, parecem mais feitas para ouvir no quarto que em pistas de dança. Mas ela tem o jogo ganho com milhões de fãs ao redor do mundo, sempre esperando um próximo lançamento que pode ser sobre a atriz atravessando a rua ou limpando a caixa de areia de seus gatos.
Para os fãs, a glória de mais um disco de sua ídola; para quem quer ouvir uma novidade, a impressão é que a repetição, o ritmo lento das melodias. Algumas das canções funcionam melhor com o respectivo clip, que tem a autodepreciação da cantora calculada de forma a deixar o humor se sobressair sobre a verborragia que muitas vezes se aproxima de uma tentativa de rap.
As piadas estão lá no vídeo do primeiro single, “Anti-Hero”, onde ela tira sarro de si mesma. “Bejeweled”, outra com o vídeo lançado, toma como inspiração o conto da Cinderela, para no final dar um “ghosting” no príncipe. O humor visual acaba deixando mais leve acompanhar o resto do disco, marcado por melodias arrastadas.
Como disco, Midnights é o retrato das primeiras posições do pop que vivemos: embala bobagens pretensamente intensas e profundas para as multidões, e não se arrisca um passo artisticamente para fora da casinha. Atirando para diversos estilos sem acertar nenhum, Taylor Swift faz um álbum que tenta ser reflexivo como uma noite de insônia, mas para quem não é fã é apenas esquecível – e talvez até para alguns fãs o seja.
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