Ao Seu Lado
Crítica do filme
‘Juvenal, Pita e o Velocípede’, criação da Pandorga Companhia de Teatro, monólogo com Eduardo Almeida e texto de Cleiton Echeveste resgata as memórias da infância
Juvenal tem cinco anos de idade e adora brincar com o seu velocípede. Um dia descansando embaixo de um cajueiro, ele conhece uma menina chamada Pita. Eles se tornam amigos inseparáveis e vivem grandes aventuras a bordo de um velocípede construído pelo tio do menino. No monólogo “Juvenal, Pita e o velocípede”, o ator Eduardo Almeida empresta as próprias lembranças da infância para contar as histórias do menino Juvenal.
A produção é uma criação coletiva da Pandorga Companhia de Teatro com dramaturgia de Cleiton Echeveste. Integrante do grupo Os Tapetes Contadores de Histórias, Cadu Cinelli é o diretor convidado da quarta montagem infantojuvenil da Pandorga. A peça estreou em julho no Centro Cultural Justiça Federal e agora chega ao Teatro Maria Clara Machado (Planetário), na Gávea, para uma temporada de 07 a 29 de novembro.
O projeto surgiu da vontade do ator Eduardo Almeida de fazer uma montagem sobre as memórias da infância. Além das histórias pessoais e da equipe, o livro “Os fantásticos livros voadores de Modesto Máximo”, de William Joyce, foi uma das obras usadas durante o processo de pesquisa e de criação do espetáculo. Em “Juvenal, Pita e o velocípede”, o cenário é o próprio teatro e o público é convidado a se sentar em cadeiras e almofadas colocadas no palco em um semicírculo voltado para as poltronas vazias. Os únicos objetos cênicos são um velocípede grande desenhado e construído para a peça e um presente.
Um teatro foi o lugar escolhido por Pita para reencontrar o amigo de infância que ela não vê há 30 anos. Juvenal hoje tem cerca de 40 anos. Enquanto espera a amiga chegar ao teatro, ele relembra diversas histórias dos tempos de criança: como ele recebeu o nome de Juvenal, o dia em que ganhou o velocípede do tio, a paixão pelo personagem japonês Ultraman, como ele conheceu a Pita, entre outras.
Para viver o Juvenal, Eduardo Almeida passou por uma transformação física nos últimos meses: raspou a cabeça, deixou a barba crescer e furou as orelhas. Em cada sessão, o ator usa tatuagens temporárias espalhadas pelo pescoço, os braços, as mãos e os dedos. Reveladas aos poucos durante a performance, as imagens fazem referência ao mundo do Juvenal e da própria infância do ator, como a tatuagem com o rosto do Ultraman e o nome do personagem escrito em japonês.
“Eu sempre fui apaixonado pelo Ultraman, assistia a todos os episódios e até cantava em japonês”, conta Eduardo. “A trilha sonora que o Rudi Garrido criou foi toda inspirada no tema do seriado. É como se ele pegasse a música e colocasse de traz pra frente, de ponta a cabeça”, revela o ator.
Como ator, contador de histórias e integrante do grupo Os Tapetes Contadores de Histórias, o diretor Cadu Cinelli levou para a montagem a perspectiva do narrador. “O teatro é um lugar para se viver o lúdico, um lugar de encontros e que nos permite ver o que não existe. Durante o processo de criação, nunca perdi de vista que nós estamos ali para contar uma boa história”, explica Cadu, que lembra que a peça é para toda a família.
::: SERVIÇO
Temporada: de 07 a 29 de novembro de 2015 (Não haverá espetáculo no dia 21 de novembro)
Dia/Horários: Sábados e domingos, às 16h
Local: Teatro Maria Clara Machado (Planetário)
Endereço: Rua Padre Leonel Franca, 240, Gávea
Informações: 2274.7722
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
Duração: 55 minutos
Classificação: Livre. Recomendado para crianças acima de 5 anos
Lotação: 120 lugares