Com uma estética que revisita séries da MTV como “Awkward” e “Faking It”, chegou essa semana no catálogo da Netflix a série de dramédia Freeridge. E a produção usa tanto os estereótipos comuns de adolescentes do colegial que poderia citar aqui outras tantas como referência, até mesmo “On My Block”, na qual baseia seu enredo de adolescentes latinos vivendo no subúrbio de Los Angeles.
Freedidge acompanha a vida das irmãs Gloria (Keyla Monterroso Mejia) e Inês (Bryana Salaz), adolescentes que, apesar de irmãs, não aparentam ter absolutamente nada em comum, passando a maior parte do tempo brigando. Além das protagonistas, temos seus dois melhores amigos (uma personagem mística que fala o tempo inteiro e um menino bissexual que mais atrapalha a causa do que agrega à sigla LGBTQIA+). O grupo acaba se metendo em uma grande confusão quando uma mulher misteriosa aparece na vizinhança querendo comprar uma caixa de madeira que guarda uma maldição.
Leia também:
‘O Paciente’ merece a sua atenção
Temporada 2 de ‘Carnival Row’ é o destaque das estreias de fevereiro do Prime Video
‘Lockwood & Co’, quando Scooby-Doo e Harry Potter se encontram
Tudo muito ruim
Existem tantas coisas ruins dentro dos oito episódios de aproximadamente meia hora que se torna complicado listar se o maior problema da série está no roteiro bagunçado e preguiçoso ou na construção rasa dos personagens que são sempre vazios. Mesmo quando existem tantas possibilidades de trabalhar o drama vivido por eles.
Na tela, temos adolescentes descobrindo os desprazeres de crescer. Eles enfrentam escolhas pessoais, dores de amores, desafios familiares. Todavia, nada disso é aprofundado com tempo suficiente para reflexão e quando qualquer vestígio de emoção mais complexa atravessa a tela, somos brutalmente cortados com uma piada de mal gosto, com cunho sexual ou desapropriada para a idade dos protagonistas.
Vergonha alheia
A vergonha alheia é tanta que não existe forma de criar empatia com nenhum dos quatro amigos, muito menos com os personagens secundários que caem de paraquedas e ficam por lá, sem explicações melhores. As atuações não agregam e a direção compartilhada entre Lauren Iungerich, Jamie Dooner e Eddie Gonzalez parece nos preparar para algo que nunca chega.
Assistir até o final é como acompanhar uma excursão de uma turma do Ensino Médio sem nenhum monitor em que o motorista simplesmente continua seguindo em frente em uma estrada sem cenário bacana na janela e sem noção de onde se está indo. Não existe sequer uma trama que seja interessante suficiente para que se permaneça ali.
Mas vamos seguindo. A decepção é ainda mais gritante quando, ao final do oitavo episódio, não só nada é solucionado como é jogado aos fiéis que se mantiveram em penitência, mais um mistério descabido, encerrando a primeira temporada deixando um cliffhanger em busca de cativar um ou outro corajoso a enfrentar uma segunda temporada, caso esse não seja só mais um cancelamento do streaming (muito aceitável, por sinal).
Alguma coisa se salva?
Para não dizer que nada de bom se salva da série, é preciso dar um mínimo crédito para a personagem Ines. Entre brigar com a irmã controladora e tentar ser insuportável com todos a sua volta, o único clichê levemente bom de acompanhar é a sua história de vilã adolescente, também mais do mesmo, que nos despertar uma nostalgia ao estilo “Garotas Malvadas”.
Enfim, a série Freeridge não se sustenta com suas superstições, maldições ou romancinhos. É melhor aguardar seu cancelamento do que arriscar assistir.
Onde assistir à série Freeridge?
A saber, Freeridge estreou na quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023, no catálogo da Netflix.
Aliás, está de olho em algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.
Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
Trailer da série Freeridge, da Netflix
Freeridge (Netflix): elenco da série
Steve Carell
Domhnall Gleeson
Laura Niemi
Andrew Leeds
Freeridge: ficha técnica da série da Netflix
Título original da série: Freeridge
Temporada: 1
Episódios: 8
Duração: de 25 a 31 minutos
Criação: Lauren Iungerich, Jamie Uyeshiro, Jamie Dooner
Direção: Lauren Iungerich, Eli Gonda, Arlyn Richardson, Joe Suarez
Roteiro: Lauren Iungerich, Jamie Uyeshiro, Christy Stratton, Jamie Dooner, Eddie Gonzalez, Jeremy Haft
País: Estados Unidos
Gênero: drama, comédia
Ano: 2023
Classificação: 12 anos